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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Ana Hickmann exibe fotos de suposta agressão do ex-marido e chora em palestra

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ana Hickmann em palestra ao Instituto Ressoar

Ana Hickmann em palestra ao Instituto Ressoar; apresentadora chorou ao lembrar relação com o ex

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 17/7/2024 - 17h55

Ana Hickmann concedeu nesta quarta (17) uma palestra ao Instituto Ressoar para mulheres vítimas de violência doméstica. A apresentadora do Hoje em Dia desabafou sobre supostas agressões que sofreu do ex-marido, Alexandre Correa e, pela primeira vez, exibiu imagens de hematomas. "Vergonha de admitir que aquilo estava acontecendo", confessou ela.

Ana gravou e divulgou pequenos trechos da conferência nos Stories do Instagram. Ela iniciou o papo contando que seu casamento havia sido lindo --até o momento em que não foi mais.

"Foi tão gostoso, só que aquele paraíso todo um dia acabou de novo. E aí eu tentei sair desse relacionamento tóxico, eu tentei sair de uma situação que não me fazia bem e começou a colocar meu filho em perigo também", relatou.

"Só que, de novo, vem aquela pessoa, todo mundo ao seu redor fala assim: 'Não faça isso, você vai destruir a sua vida, olha o seu filho. Você vai acabar com a sua família?'", revelou a modelo.   

Ana Hickmann relembrou que a própria mãe foi vítima de um relacionamento abusivo. Não à toa, ela acredito que isso a daria embasamento para identificar de cara caso vivesse algo do tipo. "Infelizmente, lá atrás eu achava que tudo o que tinha acontecido com a minha mãe jamais aconteceria comigo. Era cheia de segurança, era uma menina que queria ganhar o mundo", afirmou.

"E eu fui buscar o mundo mesmo, e assim segui. Comecei um relacionamento, me casei muito jovem, e tinha certeza que estava fazendo o certo. Minha vida foi seguindo, muitas coisas foram acontecendo, a gente vai amadurecendo, vai envelhecendo, vai vivendo certas situações, e coisas que a gente não gosta", acrescentou.

A apresentadora exibiu uma imagem com um hematoma extremamente visível em seu braço e começou a chorar. "Na semana que essa marca desse braço aconteceu, isso foi no dia 11 de novembro de 2023. Foi o dia em que eu pedi socorro. Eu nunca trouxe essas imagens pra ninguém. Aliás, essa semana completou oito meses", lamentou.

"Eu quis fazer isso porque eu queria mostrar para vocês que não tem endereço, não tem conta em banco, não tem nome de família, não tem cor de pele, não tem nada que nos diferencie. Somos as mesmas. Passamos pelas mesmas coisas. Pode mudar só o nome do agressor, mas o resto continua sendo igual. E tudo leva do mesmo jeito --isso eu aprendi ao longo desses meses, compartilhando e escutando histórias de outras mulheres", declarou. 

A empresária também compartilhou o sentimento de vergonha que tomou conta quando ela foi denunciar Alexandre Correa à polícia. "Eu sentei numa cadeira, comecei a falar com a delegada que me atendeu, era uma mistura de medo, angústia, dor física, dor na alma e de vergonha. De vergonha de admitir que aquilo estava acontecendo. Vergonha de admitir que a pessoa que tinha feito esse machucado no meu braço, que tinha feito isso tudo comigo, é pai do meu filho. E que, a partir daquele momento, nunca mais nada seria igual", afirmou.

Ela comentou também sobre os julgamentos que enfrentou quando seguiu em frente:

Diziam 'ela não tá sofrendo, ela não tá chorando. Ah, tá tudo certo'. Julgamentos a gente vai ter o tempo todo. Ao final do dia, só a gente mesmo sabe o que está acontecendo. Então, hoje eu tô aqui para dizer para vocês o seguinte: tenham a coragem de colocar na frente de vocês o escudo de guerreira. Parece difícil, mas saibam que vocês também têm ajuda. Vocês estão aqui, juntas.

Ao final, ela abraçou mulheres presentes na palestra e contou que ouviu histórias ainda piores do que a sua. "Uma moça deficiente visual que estava assim por conta de agressão física, outra que sobreviveu a um tiro do ex-marido, a outra que tomou uma facada, outra que o marido botou ela para fora, outra que botou fogo em tudo", afirmou, horrorizada.

"Então, assim, é muito difícil isso. A violência que eu sofri, física, perto da delas é muito pequena. Mas existem machucados e feridas que ficam dentro de cada uma de nós que não saem. Quando a gente se apoia, fica melhor, fica mais leve para poder levar. É emocionante, estou tentando me recuperar até agora", finalizou.

Assista aos trechos da palestra de Ana Hickmann no Instituo Ressoar:


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