VÍTIMA DE AGRESSÃO
REPRODUÇÃO/RECORD
Ana Hickmann durante o Domingo Espetacular; a apresentadora sofreu violência doméstica
Ana Hickmann falou pela primeira vez sobre a agressão que sofreu do ex-marido, Alexandre Correa. A apresentadora chorou e expôs episódios de abuso psicológico que marcaram a relação com o empresário. Ela acusou Correa de chamá-la de gorda e de sugerir que ela fizesse procedimentos cirúrgicos para evitar envelhecer. "Ele falava: 'Por que você não está se cuidando? Você está gorda, ninguém vai te querer velha'", lembrou.
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Durante entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, a comunicadora reforçou suas acusações contra o empresário, que nega ter agredido a ex-mulher durante uma discussão dentro de casa. Ela acusou o ex de agredi-la após ouvir uma conversa dela com Alexandre, filho do casal.
Segundo Ana, ela falava com o menino de 10 anos sobre problemas que a família vinha enfrentando e que, provavelmente, acabariam resultando em uma mudança de casa.
"Naquele dia 11, no sábado, pouco depois do almoço, houve uma conversa com o meu filho na cozinha. Falei sobre mudanças na nossa casa. Sempre tive conversa aberta com meu filho, mas, por conta dessa conversa e de outras coisas, a briga começou. Começamos com uma briga verbal e tudo acabou terminando do jeito que o Brasil descobriu", explicou.
Ele [Alexandre] começou a reclamar de novo que eu não tinha direito de falar assim com nosso filho, que não íamos perder nada, que não íamos mudar de casa. Falou que eu era uma louca. Foi exatamente por esse motivo de admitir os problemas que ele não gostou. A briga começou a ficar mais acalorada. Meu filho começou a gritar. Essas brigas eram constantes dentro de casa.
"Ele falava: 'Sua mãe está mentindo, ela é louca'. Eu falei: 'Para de mentir'. Aí começou a esquentar. Foi aí que eu pedi para essa pessoa [nossa funcionária] para levá-lo para a parte de trás de casa", explicou Ana, referindo-se ao momento em que tirou o filho de cena.
O Alexandre começou a gritar, me chamando de louca. Do jeito que ele veio para cima, eu falei: 'Você vai me bater?'. Quando eu falei isso, a feição dele mudou totalmente. Ele veio me dar uma cabeçada, ele não me acertou porque eu me esquivei.
Segundo Ana, ela tentou se esconder na cozinha, momento em que o empresário segurou a porta do local. "Fiquei com medo, muito medo. Quando ele viu que eu não ia largar a porta, ele fecha a porta na parte do meu cotovelo. Eu estava com o sangue tão quente que na hora eu não senti dor", explicou.
Em outro trecho da entrevista, Ana confessou ter ficado cega ao longo dos 25 anos que esteve casada com o empresário. Ela admitiu que as brincadeiras feitas por ele sobre sua aparência eram preocupantes e tinham um tom de preconceito.
"Ele falava: 'Por que você não está se cuidando? Você está gorda, ninguém vai te querer velha'. Ele controlava a minha agenda para qualquer coisa, não só trabalhos, dia de academia, médico. Estava me perseguindo na parte de cirurgia plástica, dizia que eu tinha que fazer isso", entregou.
Ana ainda destacou que Correa também costumava fazer comentários pejorativos sobre outras mulheres. O comportamento passou a incomodá-la cada vez mais nos últimos anos.
Ele ficava fazendo chacota em relação as questões físicas, beleza. Isso já me machuca. Isso não é brincadeira, não é elogio. Ele falava isso para outras mulheres. Eu discuti diversas vezes com ele. Isso foi me consumindo, me colocando em uma situação muito desconfortável.
A apresentadora também se emocionou ao revelar ter presenciado agressões dentro da própria casa quando era criança. Ana disse que seu pai era um homem violento e, por isso, via a mãe apanhar com frequência.
"O meu pai era um agressor, meu pai bateu muito na minha mãe, carreguei minha mãe algumas vezes para o hospital. Por isso eu jurei que nenhum homem me tocaria para fazer isso. Só que eu me permiti ser abusada de outra forma", lamentou.
"A gente não precisa ser mulher de malandro. Ele [Alexandre] me afastou de tudo e de todos. Ele me colocou dentro de uma redoma, de forma que ele podia fazer o que ele queria. Ele achava engraçado. Ainda bem que Deus me deu coragem", acrescentou ela em outro trecho.
Após tomar conhecimento sobre as falas de Ana, Correa concedeu uma entrevista à Quem e disparou acusações contra a apresentadora. Ele afirmou que ela havia bebido demais no dia em que os dois brigaram e ainda sugeriu que ela está inventando mentiras para prejudicá-lo.
"Eu não bebo há cinco anos. Mas quem bebe sabe que ingerir uma garrafa de vinho tinto a um calor de 40°C normal você não fica. E a Ana, toda vez que faz ingestão de álcool, nos últimos tempos, se tornou extremamente agressiva comigo na frente de todo mundo. Eu já fui, incontáveis vezes, humilhado por Ana Hickmann após ela fazer ingestão de álcool".
"Eu não prensei ela com mão, eu não pressionei ela. O que houve foi uma discussão, em que ela adotou um perfil extremamente agressivo, coercitivo, de palavras absolutamente que me jogaram no fundo do lixo, como de costume ela fazia nas discussões, e o que houve foi que ela ameaçou ligar, disse que ia ligar para a polícia", continuou ele em outro trecho.
O principal motivo da briga foi financeiro, e Ana fala disso na entrevista. Correa é sócio de Ana em suas empresas e gestor de sua carreira desde quando ela adolescente. Desde junho deste ano, eles vêm sofrendo uma série de ações de cobrança na Justiça. Segundo petição do Banco Safra, o casal é alvo de 46 processos de execução que cobram pelo menos R$ 14,6 milhões. Ana corre o risco de perder imóveis e carros.
Levantamento do Notícias da TV apontou que as finanças da família ficaram abaladas durante a pandemia, quando lojas da marca Ana Hickmann fecharam e pararam de pagar impostos federais (R$ 1,7 milhão está sendo cobrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, mas o débito pode ser maior).
Em 2021, Ana e Correa deixaram de pagar impostos municipais (IPTU) e passaram a atrasar condomínios e aluguéis. Também intensificaram a prática de pedir empréstimos bancários --a análise do patrimônio do casal mostra que eles faziam empréstimos com garantia de imóveis desde o começo da década passada.
Mais da metade (cerca de R$ 8 milhões) da dívida de Ana e o ainda marido é com bancos e instituições de crédito. O Banco do Brasil concedeu em setembro do ano passado dois empréstimos com prazos dilatados (até dez anos), no valor de R$ 2,4 milhões, mas deixou de receber em maio.
O Banco Safra move dois processos contra o casal, em que pede R$ 1,6 milhão. A Sicredi emprestou R$ 2,2 milhões e não recebeu nenhuma parcela. Na semana passada, o Bradesco engrossou a lista de cobradores. Ingressou com uma ação exigindo R$ 1,2 milhão, emprestado em abril deste ano e com prestações em atraso desde agosto.
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