ESQUECIDOS NO CHURRASCO
REPRODUÇÃO/RECORD
Lily Nobre e Radamés Furlan seguem vivos em A Fazenda 15; 'voto do amor' estará no BBB
Reality mais visto da TV brasileira, o Big Brother Brasil vai copiar uma estratégia utilizada por A Fazenda para os paredões do ano que vem: em um primeiro momento, o público votará para salvar, em vez de eliminar. J.B. de Oliveira, o Boninho, acredita que isso cortará as plantas o quanto antes e segurará quem movimenta o jogo durante mais tempo. Só que a atual edição da competição rural prova que, na prática, a coisa não funciona bem assim.
Afinal, se a ideia é evitar que as samambaias se proliferem pela casa do BBB 24, piratear um esquema de votação que tem mantido vivos nomes como Lily Nobre, Radamés Furlan e Henrique Martins talvez não seja a melhor solução.
Os três citados, apesar de aparecerem pouco no jogo, já duraram mais do que nomes como Cariúcha, Jenny Miranda e Kamila Simioni, peoas que movimentaram bastante o confinamento em Itapecerica da Serra. O "jardim botânico" também sobreviveu à expulsão de Rachel Sheherazade, que era a franca favorita ao prêmio de R$ 1,5 milhão até agredir Jenny.
Não há dúvidas de que a filha de Adriana Bombom e Dudu Nobre pegará a estrada assim que cair em sua primeira roça --a cantora tem apenas 0,22% dos votos na enquete do Notícias da TV sobre quem merece vencer a edição. O nadador e o ex-jogador, além do cantor Tonzão Chagas e do influenciador WL Guimarães, também não atingiram nem 1% das participações e correm risco.
O grande obstáculo para o bom desenrolar do jogo é que as plantas sequer são lembradas na formação da roça. E não é por mérito ou por terem desenvolvido boas alianças: o grande poder delas é mesmo o da invisibilidade. Um problema que o diretor do núcleo de realities da Record, Rodrigo Carelli, conhece há muito tempo e já deveria ter resolvido.
Afinal, em um longínquo 2002, quando os realities de confinamento ainda engatinhavam no Brasil, Rafael Vanucci foi declarado o campeão da segunda Casa dos Artistas, do SBT, com uma estratégia que envolvia basicamente desaparecer entre os lençóis de sua cama --e ele nem ficava por lá para movimentar o edredom com outra participante, apenas para passar despercebido. Superou, entre outros, André Gonçalves --que agora fecha esse ciclo em A Fazenda 15.
Boninho já provou sua competência e a capacidade de reinventar o BBB nas duas últimas décadas, mas copiar o voto para salvar da Record não é a melhor solução para esquentar o reality da Globo. É importante ter em mente que o ódio engaja muito mais do que o amor. Outras dinâmicas espalhadas em realities por aí poderiam servir de "inspiração" melhor para o programa.
Uma mudança que a Globo prepara para o próximo BBB, pelo menos, é um indício de que deseja corrigir problemas das edições anteriores. A emissora adotará o voto por CPF --que terá o mesmo peso do voto ilimitado. É uma decisão que dividiu internautas, mas que tem lá os seus méritos.
O cenário ideal seria cortar de vez a possibilidade de mutirões, mas o voto único é um passo na direção certa. Elimina, em partes, a possibilidade de fãs apaixonados "sequestrarem" as votações e darem prêmios para brothers de aceitação discutível, como Amanda Meirelles ou Arthur Aguiar. Também evita que fenômenos de popularidade como Juliette Freire tornem a final previsível.
Para começar o ano com a audiência lá em cima, a Globo vai dar o pontapé no BBB 24 mais cedo: a estreia da temporada está marcada para 8 de janeiro, e a final deve acontecer em 16 de abril. Além da Pipoca e do Camarote, a edição contará com um terceiro grupo, ainda não revelado --há quem especule que se trate de ex-BBBs, o que não foi confirmado por Boninho.
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