MÉDICO EXPLICA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Preta Gil em foto do Instagram; ela foi diagnosticada com câncer de intestino em janeiro
Em tratamento contra um câncer de intestino desde janeiro, Preta Gil usa as redes sociais para atualizar os fãs sobre seu estado de saúde. Em postagem do Instagram publicada domingo (5), a cantora contou que, em função dos remédios, notou uma queda no cabelo. "Já está caindo bastante fios, não tufos, mas está perdendo o volume", detalhou. Consultado pelo Notícias da TV, o oncologista Luis Eduardo Werneck de Carvalho explica que, apesar de ser uma reação comum, nem todos os pacientes submetidos ao tratamento perdem os fios.
A cantora declarou que está preparada para o que vier. "Meu cabelo vai cair. Pode ser pouco, pode ser muito, mas ele já está caindo", disse no vídeo. Logo em seguida completou: "Mas eu não estou preocupada com isso, nem um pouco. Estou deixando acontecer o que tiver que acontecer e depois a gente vê o que faz. Se vou querer botar aplique, lace, lenço, enfim. Mas acho que vou deixar ir no fluxo e ver no que vai dar", finalizou.
À reportagem, o PhD em oncologia e diretor do centro de tratamento Oncológica do Brasil explica por que a reação acontece: "Essa perda de cabelo é chamada de alopecia e pode deixar o paciente completamente sem fios pelo corpo. Ela ocorre porque a quimioterapia age no bulbo do folículo piloso, ou seja, na base do base do pelo, deixando-o mais fraco".
Nem todos, entretanto, têm as mesmas reações ao receberem os medicamentos. "Só algumas classes de remédio usadas na quimioterapia causam a perda dos fios. Normalmente, quem sofre mais com esta reação adversa são os pacientes em tratamento de câncer de mama, de próstata, de linfomas e de leucemia", lista.
"Nos cânceres de intestino, pulmão ou naqueles que são tratados com remédios via oral, há menos chance de acontecer, embora alguns protocolos possam causar a alopecia", afirma.
Ainda assim, a reação varia de acordo com cada organismo. "Há quem fique careca depois de uma sessão de quimioterapia, há quem mantenha os fios até o fim do tratamento. Isso varia", pondera.
Outro fator que interfere na queda é a quantidade de medicamento e a frequência com que é aplicada. "Quanto maiores as doses e menores os intervalos de tempo, mais risco de perder os fios", esclarece.
Preta Gil, que já realizou quatro sessões de quimioterapia e irá se submeter a mais quatro nas próximas semanas, enfatizou que não faz uso de touca térmica para a manutenção dos fios.
Eu não faço tratamento para não cair o cabelo. Existe aquela touca de gelo, né? No meu caso, não posso fazer essa touca porque uso um remédio que não posso beber gelado, nada disso. Mas minha médica dermatologista me passou uma vitamina para ajudar.
Werneck explica como funciona a técnica. "Ela começou na década de 2000. Sua função é deixar o couro cabeludo resfriado. Com isso, os vasos, veias e artérias que chegam ao folículo piloso se fecham, e o remédio não consegue chegar à ponta do bulbo", pontua.
Entretanto, o especialista ressalta que, atualmente, existe uma máquina capaz de fazer isso com mais eficiência. "Trata-se de um equipamento médico mais moderno do que a touca. Ele introduz um vapor muito gelado na cabeça do paciente. Isso dá um efeito melhor, mesmo em pacientes que tratam câncer de mama. Há 60% de chance de não perder o cabelo", indica.
Caso haja queda parcial ou total do cabelo, o organismo se regenera depois das sessões e tudo volta ao normal. "Nada é permanente: tanto o cabelo quanto a condição clínica do paciente começam a se reestabelecer assim que o tratamento é finalizado", tranquiliza o médico.
Pode haver, no entanto, uma mudança na estrutura dos fios. Como a quimioterapia altera geneticamente as células que são responsáveis pelo seu crescimento, isso pode acarretar em uma alteração na grossura ou na textura do cabelo.
Foi o caso de Reynaldo Gianecchini: em 2011, após fazer o tratamento contra um linfoma não-Hodkin, seus cabelos cresceram cacheados, sendo que antes eram lisos.
Preta Gil relatou ainda que sofreu de náuseas fortes durante as suas primeiras sessões.
Na primeira e na segunda semana foi osso. Mas conseguiram encontrar o combo certo de medicamento para eu não ficar tão enjoada. Eu fico para comer, beber água. Mas [agora] o enjoo é bem permanente. Não tem mais um pico absurdo, como tinha nas duas primeiras semanas. Eu já estou até acostumadinha. Dá para passar, não é tão grave.
O médico explica que entre as reações adversas do tratamento, esse é o mais comum. "Náusea e vômitos acontecem em quase todos os pacientes. Diarreia também acomete uma boa parcela das pessoas", afirma.
"Existe ainda uma fraqueza que chamamos de astenia: como a maioria dos remédios atinge a produção de células novas, a imunidade e a vitalidade do paciente ficam prejudicados", detalha.
Como o organismo fica fragilizado, é necessário tomar cuidado para não adquirir outras doenças durante o período.
Veja o vídeo em que Preta Gil tira dúvidas sobre a sua quimioterapia:
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