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APETITE OU DOENÇA?

Pocah diz que é viciada em sexo no BBB21; ela pode ser considerada ninfomaníaca?

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A funkeira e participante do BBB21 Pocah sorri no reality da Globo

A funkeira Pocah no BBB21; cantora falou brincando que faria muito sexo se fosse eliminada do reality

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 28/3/2021 - 7h09

Durante uma conversa na cozinha da Xepa no BBB21, Pocah revelou ser "viciada em sexo, uma ninfomaníaca". Apesar de se autodeclarar assim, será que a funkeira pode ser diagnosticada com esse transtorno psiquiátrico? Segundo especialistas, a fala da cantora foi apenas uma brincadeira.

Ninfomania é um termo que vem da palavra "ninfeta" e é utilizado para definir uma obsessão com pensamentos, impulsos ou comportamentos sexuais que podem causar sofrimento ou afetar negativamente a saúde, o trabalho ou os relacionamentos.

O diagnóstico é feito por psicólogos e psiquiatras a partir do relato de uma paciente, caso ela revele a necessidade biológica constante de se satisfazer, conforme explica ao Notícias da TV a sexóloga Carla Cecarello, que realiza atendimentos online em um site de relacionamento.

"Normalmente, pessoas viciadas em transar têm uma quantidade muito grande de parceiros, muitas vezes chegando a ter mais de 100 parceiros por mês. Além disso, é importante perceber quantas horas do dia ela gasta com questões ligadas ao sexo. Podem ser conversas, consumo de vídeos pornográficos, masturbação, etc", completa a especialista.

"Ninfomaníacos não conseguem se dedicar a outras atividades que não sejam ligadas ao sexo. Essas pessoas têm muita dificuldade em ter relacionamentos estáveis, porque nem sempre a parceria consegue suportar uma quantidade absurda de relações sexuais em um curto período de tempo", afirma.

A sexóloga também avisa que em muitos casos, a pessoa pode ter sido abusada de alguma maneira na infância. "Pessoas que cresceram em um ambiente de muita agressão, seja física ou verbal, tendem a ver o sexo como uma forma de aliviar as tensões", explica a atendente do site de encontro casual C-Date.

Após a volta do paredão em que enfrentou Projota e Thaís Braz (o cantor foi eliminado), Pocah gritou ao vivo para o namorado "se virar com a mão" porque ela não estava voltando para casa ainda. "Achei que eu tava indo embora, que eu ia sentar a noite inteira, que eu ia estar quicando", brincou a funkeira. 

Os comentários da cantora não passam de momentos de descontração, que apenas identificam o apetite sexual da artista. Ninfomaníacos chegam a se masturbar até 15 vezes por dia, e quem acompanha o pay-per-view do Big Brother Brasil não flagrou Pocah em algum desses momentos íntimos, pelo menos ainda.

"Cria-se uma dependência, e a partir do momento que eu percebo que não posso ficar sem aquilo, é como uma droga mesmo, tanto é que essas pessoas [viciadas em sexo] são consideradas praticamente no mesmo nível de pessoas viciadas em drogas, álcool e assim por diante", complementa.

O perigo da ninfomania

De acordo com Suely Vicino, psicóloga de relacionamento do site Amor&Classe, a ninfomania é perigosa por se tratar de um transtorno em que a pessoa coloca a própria vida e relações em risco por conta do vício, tão nocivo quanto o abuso de drogas.

"Existe a perda do controle dos impulsos, dos desejos sexuais, gerando uma dependência psicológica por sexo, caracterizada por pensamentos e desejos que ocupam a maior parte do tempo da pessoa. E ao término das atividades sexuais, cresce um sentimento de culpa, angústia e sensação de insaciedade, gerando dor e sofrimento", explica. 

"Isso afeta a qualidade de vida da pessoa, pois essa dependência por sexo afeta várias outras áreas de sua vida, a leva a faltar com seus compromissos profissionais e sociais, a mentir para se justificar, a viver entre sentimentos de medo, risco, culpa e insaciedade, e a quebrar a confiança de pessoas próximas", elenca. 

"É muito diferente de uma pessoa que tem um apetite sexual alto, quando o sexo lhe gera prazer, satisfação de seus desejos sexuais, sensação de bem-estar e saciedade sexual, mas não lhe tira do controle de sua vida", compara ela. 

O tratamento

Como a ninfomania é um transtorno pisiquiátrico, uma compulsão, existe uma maneira de tratar essa condição. Entretanto, não há cura. "O tratamento tem de ser psicológico e psiquiátrico. Psiquiátrico porque a pessoa vai precisar de medicação para abaixar a ansiedade, aliviar a compulsão na busca do sexo para aliviar as tensões", afirma Carla Cecarello. 

"E a terapia para a pessoa entrar em um processo para entender de onde é que vem 'tudo isso'. Então, a gente fala que os tratamentos não curam, mas eles controlam a doença", conclui. 


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