BIBI X CAROLINA
Reprodução/TV Globo
Juliana Paes como a Carolina de Totalmente Demais e como a Bibi Perigosa de A Força do Querer
No ar como a Carolina de Totalmente Demais (2015), Juliana Paes será vista pelo público em outra reprise da Globo a partir de segunda-feira (21). A atriz reviverá o papel de Bibi Perigosa em A Força do Querer (2017). Coincidência ou não, as duas personagens compartilham do mesmo sentimento por seus parceiros: amam demais. Mas quando este comportamento deixa de ser algo positivo e passa a ser uma obsessão?
As psicólogas Gabriela Lumi e Karine Santos explicam que as atitudes da jornalista da trama das sete e da estudante de Direito do folhetim das nove são motivadas por ciúme exagerado, que pode até se transformar em uma bola de neve de sentimentos.
"Amar demais não deveria ser um problema. Porém, na nossa cultura, usamos o termo 'amar demais' para situações em que os enamorados ultrapassam as barreiras do seu autorrespeito e se esquecem do amor próprio. Quando a pessoa ama demais, o ciúme traz muitos sentimentos, como ansiedade, raiva e medo. Consequentemente, gera insegurança e atitudes de controle, checagem e abuso", declara Gabriela ao Notícias da TV.
Juliana Paes também acredita que o sentimento não faz nada bem para quem sofre com ele. "Existem, sim, mulheres que amam demais. É patológico. O amor chega a um ponto em que vira uma doença", opina.
Em Totalmente Demais, Carolina dopou Eliza (Marina Ruy Barbosa), a então namorada de seu ex, Arthur (Fábio Assunção), para que ele a flagrasse na cama com o fotógrafo Rafael (Daniel Rocha), no Uruguai. Além disso, a vingativa ainda tirou fotos da cena forjada por e vendeu para um site de fofocas desaplaudido na ficção.
Tal comportamento gerou revolta não só da mocinha enganada, como também do agente de modelos, que humilhou a editora de revista publicamente.
Já na trama de Gloria Perez, Bibi se viu encurralada pela paixão que sentia por Rubinho (Emílio Dantas), e topou tudo para ficar ao lado do traficante. A estudante de Direito abandonou seu futuro promissor para se envolver com crimes ao lado do parceiro. E quando descobriu que estava sendo traída por ele, deu uma surra na amante, Carine (Carla Diaz), e jogou gasolina na casa dela para ameaçar atear fogo.
"Esses tipos de comportamentos estão presentes quando existe uma dependência afetiva, pois são movidos pelo medo, pela insegurança, e claro, pelo ciclo do ciúme. Temos que aprender a desromantizar esse tipo de comportamento, atitudes assim não devem ser consideradas amor", alerta Karine Santos.
À reportagem, Juliana afirma que falta amor próprio na vida de Bibi. "Ela tinha uma força de vontade muito grande, mas às vezes do que adianta esse desejo tão forte se ele está subordinado a interesses escusos? Ela se submete a um homem que não a valoriza, que não cumpre o papel de ser companheiro no relacionamento."
É neste estágio da obsessão que a pessoa precisa se dar conta da gravidade de seus atos e procurar ajuda. "Quando o alarme do ciúme toca em nossa cabeça e somos sequestrados por nossos pensamentos, eles nos dizem que algo de urgente está acontecendo e que devemos fazer algo sobre isso imediatamente, ativando nosso sistema de ameaça em nosso cérebro", ensina Karine.
A intérprete de Bibi e de Carolina ressalta: "Tudo o que você acaba fazendo pelo outro, e por causa do outro, vai ser cobrado em algum momento. Isso tem um preço, sim, costuma ser um preço alto, inclusive. A personagem sempre vai ser atual, porque ela não mede as consequências, e isso é muito perigoso. Não importa o ano ou a década, alguém assim sempre vai estar em perigo".
É importante que a pessoa que ama demais saiba distinguir quando tais pensamentos destrutivos estão tomando conta da sua rotina.
"Esse sentimento se torna algo grave quando ela não consegue se concentrar no trabalho, quando está em família e fica antevendo desfechos negativos e de traição. Naturalizando acusações de infidelidade, comportamentos de checagem para com o outro, podendo chegar a atos violentos", pontua Gabriela.
Uma pessoa que ama demais pode apresentar regras rígidas mediante o parceiro(a):
- Nunca confia em ninguém, pois acredita que a pessoa irá trair;
- Precisa saber tudo o tempo todo sobre a pessoa com quem está;
- Afirma que se o parceiro(a) realmente a amasse não acharia ninguém atraente;
- A vida sexual do casal tem que ser incrível sempre;
- A pessoa precisa da aprovação do outro em tudo o que faz.
"Essas pessoas desenvolvem atitudes e comportamentos de posse que acabam gerando esse padrão para confirmar que serão traídas. E não importa o quão danoso esses comportamentos e relações sejam, ela crê que não irá suportar a dor de viver sem o outro", argumenta Gabriela.
As psicólogas dão algumas dicas de o que a pessoa com pensamento obsessivo pode fazer para tentar se controlar e não cair em uma armadilha criada por seus próprios sentimentos.
"Existe uma grande diferença entre sentir ciúme e agir com ciúme: de um passo atrás, respire e pense antes de agir, sempre avaliando as consequências de comportar-se sob o comando de um pensamento de ciúme. Lembre-se que se conhecer é a melhor maneira de lidar com os seus sentimentos", orienta Karine.
Colaborou DANIEL FARAD
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