TEM CURA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Fátima Bernardes no Encontro de 2 de dezembro; apresentadora está tratando doença no útero
Nesta semana, Fátima Bernardes anunciou ao público que está tratando um câncer de útero, e que por isso se afastaria da Globo por tempo indeterminado. A doença pode ser causada pelo vírus do HPV, uma infecção sexualmente transmissível, ou por distúrbios hormonais, mas tem altas taxas de cura se identificada em sua fase inicial --como aconteceu com a apresentadora do Encontro.
Fátima revelou que soube do câncer após passar por análises laboratoriais durante exames rotineiros. "Estou bem. Depois de uma série de exames de rotina, hoje recebi o diagnóstico de um câncer de útero em estágio inicial. Vou me afastar por uns dias do trabalho pra fazer a cirurgia", explicou a comunicadora de 58 anos em uma publicação feita no Instagram.
"Como sempre usei minhas redes com total franqueza e verdade, preferi eu mesma passar essa informação para todos que me acompanham. Enquanto isso, aproveito o aconchego dos meus pais, filhos, do meu amor e dos amigos próximos. E já agradeço pelo carinho, pelas boas energias de todos aqui. Logo, logo estarei de volta para nossos encontros", finalizou a apresentadora.
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A titular do Encontro não chegou a revelar qual tipo de câncer de útero está tratando, já que a doença pode atingir duas partes do órgão: o corpo ou o colo, conforme explica a médica Daniela de Freitas, oncologista do Hospital Sírio-Libanês ao Notícias da TV.
"Um é do endométrio, e o outro é do colo de útero. A idade do diagnóstico varia de acordo com cada tipo. O de colo de útero é o terceiro câncer mais comum entre as mulheres e pode ser encontrado na faixa etária entre 45 e 50 anos, geralmente mulheres mais jovens na pré-menopausa", começa Daniela.
"Já o câncer de endométrio é mais raro e geralmente descoberto após os 60 anos, ele é mais comum na pós-menopausa. Enquanto o de colo de útero é bastante atribuído ao HPV, uma predisposição genética é um fator de risco que pode causar o câncer de endométrio", completa a especialista.
A médica também afirma que a infecção pelo vírus HPV geralmente não é recente, pois a maioria das pessoas está infectada, mas não demonstra nenhum sintoma. "Entre a mulher ter o contato com o vírus e desenvolver alguma doença, normalmente se passa um tempo médio de 15 anos. É uma doença mais lenta, o aparecimento é mais lento", ressalta.
Os sintomas mais comuns que podem dar indícios de câncer são sangramentos e cólicas fora do comum, muito intensos ou quando a mulher já não deveria mais menstruar (menopausa). Dores na região pélvica sem explicação ou durante relações sexuais também são indícios.
Karen Rocha De Pauw, médica ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana ressalta a importância da medicina preventiva, principalmente em casos de câncer de útero, pois os dois tipos podem ser identificados através dos exames papanicolau e ultrassom ginecológico.
"Pelo menos aqui no Brasil a gente fala para se fazer os exames anualmente. Já a Organização Mundial de Saúde recomenda a cada dois anos. O câncer de colo de útero não é muito agressivo mas, se não for detectado o quanto antes, pode se espalhar para os outros órgãos do trato digestivo", exemplifica Karen.
A especialista em reprodução humana ainda conta que cerca de 80% dos casos de câncer de útero têm origem na infecção por HPV, mas também deixa claro que muitas vezes o vírus fica adormecido no corpo da mulher e acaba se manifestando após alguns fatores específicos, como a queda da imunidade. A doença também pode ser causada por um distúrbio hormonal.
"O vírus do HPV aproveita um momento de fraqueza do organismo feminino, então ele pode levar dois, dez, 15 e até 20 anos para se manifestar no corpo. Por isso os exames de papanicolau e ultrassom ginecológico são importantes, porque eles já detectam qualquer aparição de células cancerígenas, por mais pequenas que ela seja", explica a obstetra.
De acordo com Vivian Sartorelli, ginecologista oncológica do IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), o câncer de colo uterino pode progredir para estruturas pélvicas, como bexiga, reto e linfonodo; em casos raros, se não tratado corretamente, ele ainda pode avançar em metástases para pulmão ou fígado.
"O tratamento é baseado no estágio de detecção da doença. Em casos iniciais, é feita uma traquelectomia, que é a retirada cirúrgica do colo uterino, ou uma histerectomia em estágios avançados, quando se requer um tratamento com radioterapia associado a quimioterapia", avisa a médica do IBCC Oncologia.
A expectativa de vida para a paciente com câncer de útero é otimista, segundo Vivian. "Há uma taxa de sobrevida de 90% em estágios iniciais e 67% em estágios localmente avançados", analisa a ginecologista.
Segundo uma estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer), são identificados cerca 17 mil novos casos de câncer de útero por ano só no Brasil.
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