Além de 'cotovelada': Entenda como Gabriel foi abusivo com Bruna no BBB 23

No último domingo (22), Tadeu Schmidt precisou fazer uma intervenção no BBB 23 após cenas incômodas do relacionamento entre Bruna Griphao e Gabriel Tavares viralizarem nas redes sociais. O apresentador alertou os participantes sobre os perigos de uma relação abusiva e exemplificou com uma frase do modelo, que ameaçou dar cotoveladas na boca da atriz em tom de brincadeira.

Talvez o tempo curto tenha impedido o jornalista de listar mais exemplos, mas o modo como o ex-affair de Anitta tratou a artista em outras ocasiões não passou batido pelo público. Apesar do tom de voz manso, Gabriel manipulou Bruna, mesmo que de forma inconsciente. 

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"O abuso começa com coisas simples. A força não está no tom de voz, mas sim em como fala, usando em seu favor frases para fazer com que a outra pessoa se sinta errada e culpada", explica o psicólogo Alexander Bez em conversa com o Notícias da TV.

Algumas características fazem parte de uma personalidade abusiva e são fáceis de identificar, como o fato de a pessoa não gostar de pedir desculpa mesmo diante da dor do outro. "Caso peça, sempre coloca no meio um 'mas você', buscando uma forma de culpar o outro para amenizar o próprio erro", exemplifica o especialista em saúde mental.

Bruna chegou a reclamar para Gabriel da forma como estava sendo tratada. Mesmo se sentindo diminuída, ela se preocupou ainda mais com a imagem que ele estava passando do que com seus próprios sentimentos.

Em todas as vezes que a atriz falou de seu descontentamento, ela foi invalidada pelo modelo. De acordo com o psicólogo, o principal motivo de não dar importância para as falas do parceiro é a falta de sentimento recíproco. Gabriel chegou até a perguntar o motivo pelo qual deveria se desculpar e, quando o fez, justificou com falas e atitudes de Bruna, como o fato de ela interrompê-lo e rebatê-lo. 

As ações da artista, por mais que tenham sido igualmente grosseiras e agressivas, não devem ser classificadas como abusivas, já que ela estava sendo reativa e possivelmente não agiria dessa forma se fosse tratada com respeito. "O relacionamento abusivo pode acontecer dos dois lados. Mas existe a diferença entre ser abusivo e se impor para mostrar ao outro que tem força também", justifica Alexander.

O paulista só se desculpou de verdade após a bronca de Tadeu. "Quando se tem a noção de que outras pessoas estão observando, você tende a se retrair e tentar diminuir o que faz", afirma o psicólogo.

Como ajudar?

Como o próprio Tadeu falou, é muito comum as pessoas que estão dentro do relacionamento não perceberem que ele é tóxico --principalmente a vítima. Em casos como esse, é fundamental que pessoas de fora que são próximas ao casal se mantenham sempre por perto.

A melhor forma de proteger a vítima é observar e tentar aconselhar de forma que não invada o espaço, não a faça se sentir culpada, e respeite o tempo dela. "Ações podem ser compreendidas como invasivas. É importante saber como a outra pessoa está se sentindo e orientar da melhor forma para que ela entenda o que está acontecendo e tente sair disso o quanto antes", orienta Bez.

"Quando as pessoas se apaixonam, elas ficam cegas e muitas vezes não vão dar ouvidos. O correto é tomar cuidado e saber o momento certo de falar e dar o conselho, para não correr o risco de afastar a pessoa", ensina o psicólogo. Uma vez que a vítima se afasta dos amigos e familiares, é mais difícil dar o apoio que ela precisa.

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