DRIKA MARINHO
REPRODUÇÃO/RECORD
Drika e André Marinho no Power Couple; ela apontou racismo em dinâmica do Hora do Faro
Drika Marinho, mulher de André Marinho, reclamou do cunho racista de uma das dinâmicas de A Fazenda 14. A atriz não gostou da forma como o marido foi associado à pintura O Lavrador de Café, de Cândido Portinari (1903-1962), durante a Hora do Faro de domingo (13). "Constrangimento e indignação", lamentou.
Os eliminados Deborah Albuquerque e Alex Gallete deveriam avaliar obras de artes modificadas digitalmente com o rosto dos peões. O ex-Br'oz, inicialmente não viu problemas. "Gostei. Eu tô mais forte ali, hein", apontou ele.
Drika, no entanto, alertou os seguidores sobre o racismo estrutural de associar um homem negro a uma pintura que denuncia as situações precárias de um trabalhador negro.
"Alguns temas são muito sérios para virarem brincadeira. O quadro do Portinari, em que André foi representado em uma dinâmica, é uma obra-prima que ficou famosa por retratar a triste realidade que assolou milhares de negros, que durante anos foram escravizados, torturados e submetidos a condições desumanas por um longo e triste período da nossa história", escreveu ela, em seu perfil no Twitter.
"Por esse motivo, não é de bom tom retratar a escravidão em forma de brincadeira em nenhum contexto. Muitos fãs nos procuraram para mostrar constrangimento e indignação", acrescentou.
"Assim como nós, da família, sentimo-nos constrangidos e acreditamos que o André poderia ser melhor retratado por diversas figuras com contextos mais apropriados. A família Marinho já passou por diversos episódios de preconceito, inclusive com seus filhos", lamentou.
"Por isso, entendemos que não devemos nos calar diante de certas atitudes e, sim, aproveitar o momento para conscientizar. É este tipo de associação que não deve ser normalizada pois representa um racismo estrutural, que deve ser combatido e não disseminado", concluiu ela.
A Record foi procurada, mas não se pronunciou até a publicação deste texto.
Veja:
torturados e submetidos a condições desumanas por um longo e triste período da nossa história. Por este motivo, não é de bom tom retratar a escravidão em forma de bricadeira EM NENHUM CONTEXTO. Muitos fãs nos procuraram para mostrar constrangimento e indignação
— Drika Marinho🦜🎥 (@drikamarinho) November 14, 2022
inclusive com seus filhos,e por isso entendemos que não devemos nos calar diante de certas atitudes,e sim,aproveitar o momento para conscientizar. É este tipo de associação que não deve ser normalizada pois representa um racismo estrutural que deve ser combatido,e ñ disseminado.
— Drika Marinho🦜🎥 (@drikamarinho) November 14, 2022
Drika também precisou rebater alguns telespectadores, que associaram as reclamações dela às tensões dentro do jogo. O assunto foi chamado de "mimimi".
"O André não acha os ataques covardes, insultos, ameaças e terrorismos praticados contra o pessoal do [grupo] B agressivo. Para ele, é normal. É reality. Portanto, a obra que o representava na dinâmica não é nada demais. Segue o jogo", disparou uma internauta.
Drika fez questão de frisar que a situação era muito mais complexa:
Isso não é sobre jogo, estamos falando como família negra, como uma mãe que viu seu filho sofrer racismo na escola por conta dessas 'brincadeiras'. Então, se o André não se posiciona, neste caso precisamos falar sim.
Cândido Portinari pintou O Lavrador de Café, que hoje faz parte do acervo do MASP (Museu de Arte de São Paulo), em 1934. Os pés exagerados, como apontado por Rodrigo Faro, reforçam a condição do trabalho braçal --assim como a falta de sapatos, que indicam a precariedade do homem retratado.
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