MÉDICO EXPLICA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Virginia e seu filho, José Leonardo, no hospital; bebê de cinco meses recebeu alta hospitalar
José Leonardo, filho de apenas cinco meses de Virginia Fonseca e Zé Felipe, foi diagnosticado com bronquiolite, passou dias internado e recebeu alta na quarta (5). A doença é uma infecção viral que atinge os bronquíolos -- canais que são responsáveis por levar ar aos pulmões.
Em entrevista ao Notícias da TV, a médica pediatra Mariana Lombardi Novello dá mais detalhes sobre o quadro. Segundo a especialista, esse diagnóstico é bastante comum entre crianças menores de dois anos.
"A bronquiolite é uma infecção viral que atinge os bronquíolos, que são pequenos canais que levam ar aos pulmões, levando à inflamação e ao acúmulo de muco, o que dificulta muito a passagem do ar. O principal agente causador da bronquite é o vírus sincicial respiratório. Ele é responsável por aproximadamente 80% das bronquiolitese e 60% das pneumonias."
Os sintomas iniciais costumam ser semelhantes a um resfriado comum, como coriza, obstrução nasal, tosse leve. No entanto, à medida que a inflamação dos pulmões se agrava, podem surgir os sintomas mais importantes: uma tosse intensa, persistente, que pode evoluir para um chiado no peito; a criança vai dando sinais de desconforto respiratório e dificuldade para mamar.
De acordo com a pediatra, a prevenção da bronquiolite consiste principalmente em tomar medidas de higiene, no aleitamento materno e evitar a exposição a vírus respiratórios.
"Nós temos também novas tecnologias aprovadas no Brasil: a primeira delas é a vacina Abrysvo, que é uma vacina contra o vírus social respiratório, distribuída na rede privada desde setembro de 2024 e, recentemente, aprovada pelo Conitec para inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Programa Nacional de Imunização", ressalta.
A vacina é aplicada em gestantes entre 24 e 36 semanas de gestação. A mãe produz o anticorpo que, então, é transferido ao bebê pela placenta. Esse bebê vai estar protegido nos primeiros meses de vida, reduzindo o risco de bronquiolite grave.
"A segunda tecnologia é a Nirsevimabe, também chamada de Beyfortus, que é um anticorpo monoclonal que age de maneira diferente; não é uma vacina, é um anticorpo pronto. Ele é aplicado diretamente no bebê para protegê-lo contra o vírus sincicial respiratório", acrescenta a médica.
Na maioria dos pacientes, a evolução da bronquiolite é benigna, e o processo evolui para cura sem a necessidade de qualquer intervenção. Os pacientes podem ser assistidos em casa. "O princípio do tratamento é basicamente sintomático. O que é isso? A gente faz controle da temperatura, da hidratação e nutrição adequada, assim como acompanhamento da evolução do comprometimento respiratório", explica Mariana.
A maioria dos casos de bronquiolite pode ser tratado em casa com esses cuidados. A internação só será necessária nos casos de dificuldade para respirar. Vale lembrar que a hospitalização tem como objetivo oferecer suporte respiratório e hidratação, já que não há medicamento específico para tratar a bronquiolite viral.
"Mesmo após a recuperação, os pais e cuidadores devem ficar atentos, pois a tosse pode persistir durante algumas semanas, e o bebê pode apresentar um chiado recorrente. Deve evitar ao máximo o contato com pessoas doentes e exposição com cigarro e poluição", alerta a especialista.
Segundo a pediatra, em casos mais complicados, a bronquiolite pode levar à insuficiência respiratória e ao óbito. "Os bebês que tiveram bronquiolite grave podem desenvolver uma sibilância [ruído agudo de assobio] recorrente e maior risco de asma na infância", acrescenta.
© 2025 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas