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TDC!

Obsessão pela aparência: Entenda condição de Gisela Argento em Beleza Fatal

REPRODUÇÃO/MAX

Foto mostra rosto da atriz Julia Stockler

Julia Stockler como Gisela Argento em Beleza Fatal; novela retrata obsessão por aparência

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 3/3/2025 - 21h00

No ar em Beleza Fatal, a atriz Julia Stockler dá vida à ricaça Gisela Argento, uma mulher obcecada pela aparência perfeita. A personagem da novela da Max sofre com TDC (Transtorno Dismórfico Corporal). O diagnóstico acontece quando a pessoa não aceita as características físicas que tem e acredita ser inadequada para os padrões sociais. 

O Notícias da TV conversou com duas especialistas, uma psicóloga e uma cirurgiã plástica, para entender mais detalhes sobre o quadro que é retratado na produção. 

"O Transtorno Dismórfico Corporal é uma condição psicológica séria em que a pessoa desenvolve uma preocupação excessiva e desproporcional com falhas percebidas em sua aparência, muitas vezes imperceptíveis para os outros", explica Tatiane Mosso, especialista em psicologia. 

"Esse quadro pode levar a pessoa a evitar interações sociais por medo do julgamento, passar horas em frente ao espelho analisando detalhes mínimos do rosto ou corpo, recorrer a procedimentos estéticos constantes sem satisfação duradoura e até desenvolver comportamentos compulsivos, como comparar-se excessivamente com outras pessoas ou buscar reafirmação sobre sua aparência o tempo todo", acrescenta. 

De acordo com Tatiane, o maior risco desse quadro está relacionado com o comprometimento da qualidade de vida do paciente, já que pessoas com TDC podem desenvolver ansiedade, depressão e até pensamentos suicidas.

"Além disso, há um alto risco de recorrer a procedimentos estéticos ou cirúrgicos repetidos, muitas vezes, sem alcançar satisfação, o que pode levar a um ciclo perigoso de frustração e intervenções médicas desnecessárias", alerta a psicóloga. 

A especialista destaca o papel das redes sociais nessa busca pela perfeição constante, seja do corpo ou do rosto:

Sem dúvida, essas plataformas exercem uma grande influência na insatisfação corporal. O uso excessivo de filtros, edições e padrões irreais de beleza pode criar comparações prejudiciais e reforçar a ideia de que a aparência precisa ser constantemente aprimorada. Isso pode intensificar a autoimagem negativa e alimentar o transtorno.

A cirurgiã plástica Larissa Sumodjo concorda com a fala da colega no que diz respeito à cobrança pelo "conteúdo perfeito" que é compartilhado na internet. "Muitas pessoas sofrem por cair em ciladas por se comparar com outras pessoas de forma insensata, ou mesmo por almejar padrões físicos pouco possíveis por razões genéticas, de estilo de vida, de idade, entre outros", observa a médica.

"Para as pessoas que têm um grau de sofrimento relacionado ao descontentamentos com seu corpo, sugiro fortemente que deixem um pouco de lado aquela rotina de buscar fotos, vídeos, tratamentos na internet. Esse comportamento retroalimenta a situação e traz ainda mais ansiedade", aconselha Larissa. 

Tratamento 

Quem sofre com TDC deve procurar ajuda profissional para lidar com a condição. De acordo com Tatiane Mosso, a psicologia tem papel fundamental nessa busca pela mentalidade saudável. 

"A terapia auxilia na reconstrução da autoestima e no desenvolvimento de uma percepção mais equilibrada do corpo, além de trabalhar as emoções que sustentam a insatisfação. Em alguns casos, o suporte psiquiátrico também pode ser necessário, principalmente quando há quadros associados, como depressão e ansiedade severa", detalha. 

"Experiências passadas, como bullying, críticas constantes sobre a aparência na infância ou traumas emocionais também podem ser fatores desencadeantes ou agravantes do TDC. Quando alguém cresce ouvindo comentários negativos sobre seu corpo, é mais provável que desenvolva uma autopercepção distorcida e uma necessidade de aceitação através da aparência", destaca a psicóloga. 

Larissa Sumodjo também alerta sobre a importância dos profissionais responsáveis por cirurgias plásticas incentivarem seus pacientes de forma positiva a pensarem se uma intervenção estética é, de fato, necessária. 

Por meio do exame físico é possível perceber se a queixa é compatível com o que é constatado. Na situação em que existe uma discordância, é papel do cirurgião relatar isso ao paciente, de forma delicada e empática, sendo que a sensibilidade nesse momento é fundamental. O paciente com transtorno dismórfico corporal muitas vezes já está frustrado e pode se sentir invalidado, o que pode levá-lo a buscar, a todo custo, algum profissional que acate suas demandas, e isso pode ser perigoso.

"Buscar ajuda de um profissional qualificado, conversar com pessoas de confiança, que não estejam envolvidas com as mesmas questões, e a prática de atividades saudáveis, que trazem bem-estar, como atividade física, meditação, hobbies, podem ajudar", completa a cirurgiã. 


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