Marcos Vianna Caruso nasceu em São Paulo, em 22 de fevereiro de 1952. Filho do contador Alberto Caruso e da dona de casa Maria Vera Vianna Caruso, o ator perdeu a mãe assim que nasceu, após complicações no parto. Desde pequeno, seu lugar predileto era o Rio de Janeiro, onde moravam os parentes maternos.
A paixão pelo teatro começou justamente em uma dessas temporadas cariocas, quando ele tinha apenas 10 anos e, acompanhado por uma tia-avó, assistiu ao espetáculo My Fair Lady, com Bibi Ferreira e Paulo Autran, no teatro Carlos Gomes. O garoto ficou fascinado com o que viu no palco e disparou que era aquilo o que ele queria fazer da vida.
O menino Caruso mostrou que tinha mesmo o dom para a dramaturgia. Juntava os retalhos de tecido que a avó costureira deixava pela casa e confeccionava bonecos e histórias para eles. Os "espetáculos" eram apresentados para as clientes que encomendavam roupas e faziam o maior sucesso.
Com 14 anos, ao voltar para a capital paulista, foi morar com uma tia no centro da cidade, próximo à Biblioteca Municipal Mário de Andrade. No local, havia um grupo de teatro, e Caruso logo passou a fazer parte da trupe.
Apesar de sempre envolvido com a arte, Marcos Caruso não pôde cursar a Escola de Artes Dramáticas da USP, como era tradição para os jovens artistas. Isso porque seu pai achava que ator não era uma profissão e exigiu que ele tivesse um diploma.
Caruso se formou em Direito na USP, mas nunca deixou de se envolver com o teatro. No primeiro ano da faculdade, ajudou a fundar os grupos União e Olho Vivo e fez sua primeira peça.
O início na televisão foi em 1978, com uma participação na novela Aritana, na TV Tupi. Nos anos seguintes, participou de três minisséries na TV Cultura e, em 1984 foi para o SBT, onde integrou o elenco da trama Jerônimo. Até o final dos anos 1980, Caruso ficou longe das câmeras e se dedicou apenas ao teatro.
O retorno à telinha como ator foi em 1990, na novela Pantanal, grande sucesso da extinta TV Manchete. Nesse mesmo ano, escreveu em parceria com Rita Buzar a trama A História de Ana Raio e Zé Trovão, produção em que também atuou, no papel de Zé Batista.
Em 1994, o ator voltou ao SBT e fez o folhetim Éramos Seis. Depois, emendou mais três trabalhos na emissora de Silvio Santos, na qual permaneceu até 1998. A estreia na Globo foi em 2001, com uma participação na minissérie Presença de Anita, de Manoel Carlos.
O primeiro papel de destaque foi em Mulheres Apaixonadas, também de Maneco. Caruso interpretou Carlão, e a cena em que apareceu dando uma surra na filha, Dóris (Regiane Alves), que maltratava os avós velhinhos, é lembrada até hoje. Depois de dois personagens dramáticos, na novela Desejo Proibido (2007), o ator pôde mostrar seu lado cômico como o divertido padre Inácio. Em 2011, Caruso integrou o elenco de Cordel Encantado, como o prefeito de Brogodó, Patácio Peixoto.
Mas o personagem mais popular da trajetória do ator na TV foi o malandro e mulherengo Leleco, de Avenida Brasil. Na história, ele era pai do protagonista Tufão (Murilo Benício). Em O Sétimo Guardião, trabalho mais recente do ator na TV, ele interpreta o amoroso, mas misterioso, Sóstenes, avô da protagonista Luz (Marina Ruy Barbosa).
Grande nome do teatro
Além de atuar na TV, nos palcos e no cinema, Marcos Caruso também é autor de textos premiados e dono de um dos maiores fenômenos do teatro nacional, a peça Trair e Coçar é Só Começar. O texto foi escrito em 1979, quando Caruso tinha 27 anos, mas ficou na gaveta por seis anos. Somente em 1986 o autor resolveu montar o espetáculo, que estreou naquele ano no Rio de Janeiro.
A peça, exibida por mais de 30 anos seguidos, entrou para o Guiness Book como a mais longa temporada ininterrupta em cartaz do teatro naciona. O sucesso foi tanto, que a história também foi parar no cinema. O filme foi lançado em 2006, com direção de Moacyr Góes e com Adriana Esteves como a hilária empregada doméstica Olímpia.
Caruso também tem uma frutífera parceria com a autora e atriz Jandira Ferrari em outras peças de sucesso como Sua Excelência O Candidato, Jogo de Cintura e Porca Miséria.
Vida Pessoal
Marcos Caruso começou a namorar a também atriz Jussara Freire no início dos anos 1970. Os dois ficaram casados por 20 anos, entre 1974 e 1994, e tiveram dois filhos, Mari e Caetano. O rapaz, aliás, é diretor e roteirista de televisão. O fim da união entre Caruso e Jussara foi amigável, e até hoje os dois são muito amigos. O ator também foi casado por cinco anos com a sonoplasta Alyne Meyer e outros seis anos com a bailarina Dani Calichio. Caruso tem dois netos, Clarice e Bento.
Principais trabalhos na TV
Jerônimo (1984) – Dr. Otoniel Martins
Pantanal (1990) – Zé Tião
A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990) – Zé Batista
Éramos Seis (1994) – Virgulino
Sangue do Meu Sangue (1995) – Conde Giorgio
Presença de Anitta (2001) – Gonzaga
Coração de Estudante (2002) – Dr. Raul
Mulheres Apaixonadas (2003) – Carlão
Como Uma Onda (2004) – Dr. Prata
Páginas da Vida (2006) – Alex
Desejo Proibido (2007) – Padre Inácio
Três Irmãs (2008) – Dr. Alcides Áquila
Tempos Modernos (2010) – Otto
Cordel Encantado (2011) – Prefeito Patácio Peixoto
Avenida Brasil (2012) – Leleco
Joia Rara (2013) – Arlindo Pacheco Leão
A Regra do Jogo (2015) – Feliciano
Pega Pega (2017) – Pedrinho
O Sétimo Guardião (2018) – Sóstenes
Travessia (2021) - Dante
Elas por Elas (2023) - Sérgio