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COLUNA DE MÍDIA

Disney reverte prejuízo e ações disparam, mas variante Delta da Covid-19 preocupa

REPRODUÇÃO/DISNEY

Emma Stone caracterizada como Cruella, personagem da Disney

Emma Stone como Cruella; filme foi um dos destaques da Disney no anúncio de resultados

Guilherme Ravache

ravache@proton.me

Publicado em 13/8/2021 - 7h26

A Disney já observou um forte retorno nos resultados de seus parques e atrações turísticas no último trimestre, à medida que os Estados Unidos reduziram as medidas para conter a Covid-19 e a empresa pôde reabrir suas operações no país.

Os parques, experiências e produtos da Disney, que incluem os resorts da empresa, tiveram lucro de R$ 1,86 bilhões (US$ 356 milhões) após quatro trimestres consecutivos de perdas financeiras, que totalizaram R$ 18,9 bilhões (US$ 3,6 bilhões no total) de prejuízo.

O conglomerado do Mickey Mouse registrou vendas fiscais de US$ 17 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 45% em relação ao trimestre do ano anterior, quando a pandemia atingiu grande parte do mundo, mas os resultados ainda estão abaixo dos US$ 20,2 bilhões do terceiro trimestre de 2019.

Os números animaram o mercado. As ações da Disney negociadas na bolsa de valores de Nova York disparavam mais de 5%, no after hours, após o anúncio dos números.

Risco de retorno da Covid

Apesar dos resultados, o clima é de preocupação na Disney. "Não previmos --nem acho que alguém previu-- o ressurgimento da Covid-19 com a variante Delta, com um impacto tão significativo no mercado", disse o presidente-executivo Bob Chapek em uma conversa com analistas na qual comentou os resultados.

Nas últimas semanas, a nova variante do vírus tem assombrado os Estados Unidos, inclusive com o cancelamento de diversas produções em Hollywood. Na Flórida, onde a Disney tem seus maiores parques, as medidas de prevenção como máscara e distanciamento social já haviam sido abandonadas. Mas, na semana passada, a região que tem 6% da população norte-americana respondeu por 20% dos novos casos da doença no país.

Para piorar, em alguns hospitais da região, já faltam leitos e oxigênio. A Flórida passa por sua pior onda de Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, batendo o recorde de registros de casos em um único dia para novos casos cinco vezes nas últimas duas semanas, incluindo terça-feira, quando o Estado adicionou 24.753 novos casos, de acordo com dados publicados pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) na quarta-feira.

Menos da metade da população da Flórida foi totalmente vacinada e muitos habitantes ainda resistem em tomar a vacina, que se encontra disponível para todos os maiores de 12 anos. 

Christine M. McCarthy, CFO da Disney, afirmou que os gastos com quartos de hotel, mercadorias e alimentos foram "excepcionalmente fortes". A executiva disse que, a menos que a situação do coronavírus mudasse, a Disney planeja aumentar a capacidade de seus parques temáticos para os próximos feriados.

A disponibilidade de vacinas contra a Covid-19 levou as famílias a voltarem em grande número aos parques da Disney na Flórida. A Disneylândia, na Califórnia, foi reaberta em 30 de abril pela primeira vez após 14 meses, mas inicialmente com capacidade limitada a 25% (a restrição já foi suspensa, apesar da necessidade do uso de máscaras).

Na Flórida, até semanas atrás, não eram exigidas máscaras nos parques. A Disney tornou obrigatório o uso da proteção em todos os seus parques mês passado, mas a medida vinha sendo ignorada no Estado, o que começou a mudar nos últimos dias.

Os resultados do conglomerado chegam em meio a uma onda de cancelamentos de viagens e turismo em geral, com a desaceleração das reservas, por conta da variante Delta.

Cinemas em crise, streaming surpreende

Curiosamente, o retorno da Covid-19 pode beneficiar a empresa em outro setor. O serviço de streaming Disney+ encerrou o trimestre com 116 milhões de assinantes em todo o mundo. O crescimento superou a expectativa do mercado, que era em torno de 114 a 115 milhões. No anúncio de resultados, a empresa não entrou em detalhes sobre a batalha judicial com a atriz Scarlett Johansson por conta do filme Viúva Negra (2021).

As ofertas mais populares no Disney+ foram a produção original Luca, animação da Pixar; Loki, série da Marvel que bateu recorde de audiência; e o live-action Cruella, protagonizado por Emma Stone.

Chapek afirmou ainda que, diferentemente dos parques, a empresa não observou o retorno do público aos cinemas, com números de bilheteria ainda baixos. Vale notar que a Disney também passou a lançar suas produções simultaneamente no streaming, o que reduziria ainda mais a vontade do público de ir aos cinemas.

Apesar da aposta da Disney no streaming, no qual deverá ter lucro somente em 2024, a televisão tradicional continua sendo um grande negócio para a empresa, gerando R$ 36,5 bilhões (US$ 6,96 bilhões) em receita no trimestre, um aumento de 16%. A Disney tem fechando canais pelo mundo nos últimos meses, mas é dona da rede de TV ABC, além da ESPN, FX e Disney Channel, entre outras marcas.


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