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Nicette Bruno (1933-2020) começou no teatro e teve 73 anos de carreira como atriz - João Miguel Júnior/TV Globo

Nicette Bruno

Nicette Bruno (1933-2020) foi uma atriz casada com Paulo Goulart (1933-2014) e mãe dos atores Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho. Ela nasceu em 7 de janeiro de 1933, em Niterói (RJ), e morreu aos 87 anos por complicações causadas pela Covid-19, no Rio de Janeiro (RJ), em 20 de dezembro de 2020.

Filha da atriz Eleonor Bruno, ela foi batizada como Nicette Xavier Miessa, mas trouxe o sobrenome da mãe para sua alcunha artística. Nicette Bruno sempre teve certeza de que iria trabalhar nos palcos. "Eu comecei aos quatro anos, declamando e cantando no programa infantil do Alberto Manes, na Rádio Guanabara", contou a atriz ao site da Globo.

Com apenas 14 anos, estreou no teatro com a peça A Filha de Iório (1947), de Gabriele D'Annunzio (1863-1938). Nesse primeiro papel, já foi reconhecida como atriz revelação pela ABCT (Associação Brasileira de Críticos Teatrais).

Nicette Bruno nunca mais abandonou os palcos. Aliás, foi no teatro que conheceu Paulo Goulart, em 1952, quando contracenou com ele em Senhorita Minha Mãe, de Louis Verneuil (1893-1952). Os dois se apaixonaram e casaram dois anos depois, aos 21. Na mesma época, fundou o Teatro Íntimo Nicette Bruno. Em entrevista à Globo, revelou:

"Eu e Paulo tínhamos uma afinidade cênica muito grande. Tanto que nos conhecemos em cena, né? Trabalhar juntos era muito bom, porque tínhamos a mesma seriedade, sabíamos separar a nossa relação."

Onze anos depois de seu primeiro prêmio, foi considerada a melhor atriz pela ABCT e pelo prêmio Governo do Estado do Rio de Janeiro, com seu papel em Pedro Mico (1958).

Sua estreia nas telas foi na TV Tupi, quando participou de telepeças no programa Grande Teatro Tupi. Anos depois, fez Dona Jandira em Busca da Felicidade (1959), uma série exibida ao vivo na TV Continental.

A primeira telenovela em que atuou foi Os Fantoches (1967), de Ivani Ribeiro (1922-1995), na TV Excelsior. Trabalhou na emissora durante dois anos, até o momento em que a mesma fechou por problemas com o regime militar da época.

Diante do cenário, Nicette Bruno voltou à TV Tupi com a novela A Gordinha (1970), de Sérgio Jockymann (1930-2011). No canal, fez 11 novelas, incluindo O Meu Pé de Laranja Lima (1970), de Ivani Ribeiro, Éramos Seis (1977), de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho (1945-2019), e Como Salvar Meu Casamento (1979), de Carlos Lombardi. Pelos últimos dois papéis, recebeu prêmios de melhor atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Na Globo, estreou como a freira Irmã Júlia na novela Obrigado, Doutor (1981). Desde então, mostrou sua versatilidade em 38 produções da emissora até seu último ano de vida.

Em Selva de Pedra (1986), de Regina Braga (1941-1999), Nicette Bruno foi convidada para fazer o papel de Fanny Samar, uma mulher descontraída que administrava a Pensão Palácio, local onde se hospedava o casal de protagonistas Cristiano (Tony Ramos) e Simone (Fernanda Torres). Na trama de Rainha da Sucata (1990), de Silvio de Abreu, ela interpretou Neiva, mãe da protagonista, Maria do Carmo (Regina Duarte).

Em 1993, fez Juju em Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro. Sua personagem era uma madame fofoqueira que passava a trama esperando a morte do marido Sampaio (Adriano Reys).

Oito anos depois, Nicette Bruno fez Dona Benta em Sítio do Picapau Amarelo (2001-2004), personagem pela qual é lembrada até hoje. Na adaptação da obra de Monteiro Lobato (1882-1948), Dona Benta era a avó de Narizinho (Lara Rodrigues) e Pedrinho (César Cardadeiro) e muito querida pelas crianças

Quando saiu do infantil, fez Ofélia na novela das seis Alma Gêmea (2005), de Walcyr Carrasco, e ganhou o Troféu Leão Lobo na categoria de melhor atriz coadjuvante. A personagem era a sogra briguenta de Osvaldo Santini (Fúlvio Stefanini) e mãe de Divina (Neusa Maria Faro). Depois, ela viveu Juju em Sete Pecados (2007), do mesmo autor.

Nicette Bruno fez um papel importante em A Vida da Gente (2011), de Lícia Manzo, atuando como Iná, avó das protagonistas Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano).

Foi durante as gravações de Joia Rara (2013), de Duca Rachid e Thelma Guedes, que Nicette passou por um dos maiores desafios de sua vida. Seu marido Paulo Goulart, com quem foi casada durante 60 anos, morreu em decorrência de um câncer renal. A intérprete de Santinha, então, ficou afastada dos estúdios durante três semanas.

"Estou aqui, de volta ao meu trabalho, que é o que gosto de fazer. E sei que é isso que ele gostaria que eu fizesse", revelou ao Gshow na época.

Nicette Bruno nunca parou de ser chamada para atuar, mesmo quando a Globo acelerou seu processo de renovação de autores. Ela interpretou a divertida Elza em Pega Pega (2017), escrita por Claudia Souto.

Seu último personagem fixo em novelas foi Órfãos da Terra (2019), de Duca Rachid e Thelma Guedes. Ela interpretou Ester Blum, uma mãe controladora que só pensava em casar o filho Abner, vivido por Marcelo Médici.

Em 2020, ela fez uma pequena participação em Éramos Seis, remake da novela que tinha estrelado 43 anos antes. Logo depois, a pandemia de Covid-19 parou o mundo e as produções da Globo.

Nicette Bruno no cinema

Ao longo dos 73 anos de carreira, Nicette se destacou na TV e no teatro, mas também fez papéis no cinema. No mesmo ano em que estreou no teatro, aos 14 anos, fez a comédia Querida Suzana (1947), ainda em preto e branco. Depois, fez personagens em:

  • O Canto da Saudade (1952)
  • Esquina da Ilusão (1953)
  • A Marcha (1972)
  • Vila Isabel (1998)
  • Zoando na TV (1999)
  • Seja o que Deus Quiser! (2002)
  • A Guerra dos Rocha (2008)
  • A Casa das Horas (2010)
  • Doidas e Santas (2016)
  • O Avental Rosa (2018)

Prêmios

Além dos prêmios com papéis na televisão e nos palcos, Nicette Bruno ganhou alguns reconhecimentos por sua carreira como um todo. Juntamente com seu marido, Paulo Goulart, ela se tornou comendadora pela Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo em 2010.

Ainda em vida, também recebeu o prêmio Lifetime Achievement Award no 19º Brazilian International Press Awards, em 2016; foi homenageada na quarta edição do Prêmio Cesgranrio de Teatro, em 2017; e recebeu o Troféu Mário Lago pelo conjunto de trabalhos em 2018.

Covid-19 e morte

Nicette estava cumprindo o isolamento em sua casa no Rio de Janeiro (RJ) quando recebeu uma visita e contraiu o coronavírus.

"Ela ficou totalmente protegida nesses 10 meses, numa redoma. Mas às vezes acontecem coisas que saem do controle. Ela recebeu a visita de um parente, e ele não sabia que estava infectado e, infelizmente, transmitiu o vírus para ela", contou Beth Goulart, sua filha e também atriz, em entrevista à Quem.

Os primeiros sintomas foram leves, mas no quinto dia de manifestação da doença Nicette teve queda na saturação. Quando a família a levou para o hospital, em 26 de novembro de 2020, ela ficou internada, mas continuou se comunicando com os filhos por chamadas de vídeo.

Ainda na Casa de Saúde São José, na capital fluminense, a atriz foi intubada pois precisava passar por procedimentos mais invasivos. Em 20 de dezembro de 2020, Nicette Bruno morreu aos 87 anos por complicações da Covid-19.

Principais papéis de Nicette Bruno na TV

AnoProduçãoPersonagem
1959–63Dona Jandira em Busca da Felicidade Dona Jandira
1970 O Meu Pé de Laranja LimaCecília
1977Éramos SeisDona Lola
1985 Tenda dos MilagresJoana
1986Selva de Pedra Fanny Marlene
1990 Rainha da Sucata Neiva Pereira
1993Mulheres de AreiaJulieta Sampaio (Juju)
2001–04 Sítio do Picapau Amarelo Dona Benta
2005Alma Gêmea Ofélia Santini
2011A Vida da Gente Iná Ribeiro
2012Salve JorgeLeonor Flores Galvão
2013 Joia Rara Santa Maria Vidal (Santinha)
2019Órfãos da Terra Ester Blum

Personagens


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