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NO É DE CASA

Zezé Motta escancara ataques racistas por fazer par romântico com Marcos Paulo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Zezé Motta falando no cenário do É de Casa

Zezé Motta em entrevista ao É de Casa; atriz relembrou época em que sofreu com racismo na TV

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 30/9/2023 - 15h01

Zezé Motta viveu um período conturbado quando fez par romântico com Marcos Paulo (1951-2012) na novela Corpo a Corpo. Destaque na trama, o casal era reprovado pelo público por se tratar de um homem branco e uma mulher negra. "Era uma coisa horrorosa", detalhou a atriz.

Zezé Motta interpretava Sônia e Marcos Paulo vivia Cláudio Fraga Dantas no folhetim de Gilberto Braga (1945-2021). "O Marquinhos chegava em casa e tinha cada recado absurdo, do tipo 'eu não sabia que o Marcos Paulo estava precisando tanto de dinheiro para passar por essa humilhação, se sujeitar a beijar uma negra feia desse jeito", lamentou a intérprete durante o É de Casa.

De acordo com Zezé, os ataques eram enviados por meio de secretária eletrônica, já que na época não existiam redes sociais ou meios eletrônicos de contato. "Era uma coisa horrorosa, mas o Marquinhos não estava nem mais ligando", pontuou.

A atriz foi questionada sobre sofrer ataques diretos, mas na época os preconceituosos não se dirigiam a ela. "O negócio era com ele. Racismo e machismo", afirmou. "Eu imagino que as gatinhas que queria ficar com ele...", brincou ela, que foi interrompida por Maria Beltrão. "Então teve um recalque", acrescentou a apresentadora. 

Rita Batista aproveitou para perguntar à atriz se a criação do CIDAN (Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro), que aconteceu na mesma época da novela, se deu devido aos ataques. "Sim, teve tudo a ver com isso. Falei 'não, chega'", explicou.

O centro foi uma forma de identificar artistas e dar uma forma de valorização e visibilidade a eles. "E também tem o fato de que quando eu cobrava os diretores e produtores porque tinha uma certa invisibilidade do negro, diziam que não sabiam como encontrar [atores negros]. Falei 'ah não? deixa comigo'. Criei o CIDAN com a ideia de saber quanto somos e onde estamos", acrescentou ela.


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