Walcyr Carrasco se surpreende com Tributo na Globo: 'Será que mereço mesmo?'

Responsável por alguns dos maiores sucessos de audiência da Globo nos últimos anos, o autor Walcyr Carrasco se surpreendeu quando descobriu que a emissora pretendia realizar um episódio da série Tributo em sua homenagem. "Tem tanta gente boa, será que mereço mesmo?", provocou o novelista.

Passada a surpresa inicial, ele se alegrou ao entender o próprio valor para a televisão brasileira. "Fiquei muito feliz ao perceber que minha contribuição à teledramaturgia tem esse peso. Esse Tributo é centrado em mim, toca diretamente na minha vida. É muito significativo", valorizou o autor, em entrevista enviada pela Globo à imprensa nesta sexta (25).

Com "apenas" 73 anos, Carrasco será uma das figuras mais jovens a ganharem um Tributo --em edições anteriores, a série documental homenageou nomes como Ary Fontoura (92 anos), Laura Cardoso (97), Zezé Motta (80) e Fernanda Montenegro (95).

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Acostumado a ficar nos bastidores, o autor admitiu que teve dificuldades em se abrir para as câmeras da equipe. "Embora não pareça, à primeira vista, eu sou essencialmente tímido. Tive que fazer um esforço íntimo para me mostrar, abrir aquelas gavetas que um autor mantém sempre tão fechadas", contou ele.

Questionado sobre sua novela favorita, o autor tentou assumir uma postura de diplomacia. "Não sou muito de ter preferidos! Mas, sem dúvida, O Cravo e a Rosa [2000], Chocolate com Pimenta [2003], Alma Gêmea [2005], Verdades Secretas [2015] --com a qual ganhei o Emmy [Internacional]-- e O Outro Lado do Paraíso [2017] vieram para ficar."

Carrasco também disse que gostaria de ser lembrado pelas futuras gerações "como um elo de uma corrente que começa com grandes autores do passado e, ao mesmo tempo, continuará depois de mim. Enfim, como alguém que deixou um pedacinho de si para quem veio depois".

Além do próprio autor, o Tributo contará com entrevistas com Juliana Paes, Ary Fontoura e Elizabeth Savala, entre outros atores que se destacaram em obras do rei do pastelão. "A matéria-prima do Walcyr é o sonho", elogia a intérprete da boleira Maria da Paz em A Dona do Pedaço (2019).

Já Elizabeth, que chegou a ser punida com uma perda da voz por não respeitar o roteiro à risca, aponta a capacidade de Carrasco de transitar entre gêneros. "A novela Alma Gêmea, por exemplo, tem humor e, ao mesmo tempo, drama. É uma novela que fala de amor, morte e pós-vida. Ele faz com que o brasileiro sonhe de alguma forma. Ele leva isso às pessoas", valoriza.

O Tributo com Walcyr Carrasco tem exibição prevista para a próxima sexta-feira (2), depois do Globo Repórter. O episódio também será disponibilizado no Globoplay.