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RISCO DE 'FORA, TEMER'

TV Brasil volta atrás e decide manter Sem Censura ao vivo após desabafo

Reprodução/TV Brasil

O ator Pedro Cardoso durante desabafo ao vivo no Sem Censura de quinta-feira (23) - Reprodução/TV Brasil

O ator Pedro Cardoso durante desabafo ao vivo no Sem Censura de quinta-feira (23)

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 24/11/2017 - 14h54
Atualizado em 24/11/2017 - 17h26

Após a repercussão negativa da notícia de que o Sem Censura passaria a ser gravado com antecedência, a TV Brasil voltou atrás e colocou uma edição ao vivo do programa nesta sexta-feira (24). A atração de hoje foi feita às pressas, já que os convidados do dia não foram divulgados nas redes sociais, como acontece normalmente. Para preencher os sofás, foram usados funcionários da própria TV Brasil, como a diretora Ângela Reiniger, do Programa Especial, e o jornalista Sergio du Bocage, apresentador do No Mundo da Bola. Até uma hora antes, a decisão era reprisar uma edição antiga.

A ideia de fazer o programa gravado foi discutida pela emissora após o desabafo feito ao vivo pelo ator Pedro Cardoso na edição de quinta (23). A EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), que administra a TV Brasil, pretendia evitar que outros entrevistados, inspirados por Cardoso, soltassem frases como "Fora, Temer" no ar.

Porém, a possibilidade de exibir uma versão censurada do Sem Censura foi tão criticada na interner que a emissora cedeu. Oficialmente, a assessoria da EBC diz que a ideia de gravar o Sem Censura nunca existiu e que opiniões diversas são bem-vindas e estimulam a liberdade de expressão. Curiosamente, o programa era gravado até a atual greve dos funcionários da emissora.

"O ator Pedro Cardoso expressou-se livremente no programa Sem Censura nesta tarde. Esta postura da Empresa Brasil de Comunicação é o resultado da diretriz jornalística e profissional implementada pela atual direção. Nossa programação é a prova viva _e ao vivo_ de que esta empresa de comunicação pública é plural, é democrática, acolhe a diversidade de opinião e respeita a lei, inclusive o direito de greve", afirmou a emissora em nota divulgada à imprensa.

No início do Sem Censura de quinta, Cardoso abandonou a transmissão ao vivo e disse que não poderia participar de um programa feito por uma empresa que está em greve. Funcionários da EBC pararam de trabalhar no dia 14 em busca de reajuste salarial e retirada de direitos do acordo coletivo.

Em tom de revolta, o ator disse que não cabia a ele julgar a greve, tampouco aqueles que seguem trabalhando na empresa. "Mas eu, diante desse governo que está governando o Brasil, tenho muita convicção de que as pessoas que estão fazendo essa greve provavelmente estão cobertas de razão", falou.

Cardoso, famoso por sua participação em A Grande Família (2001-2014), também reclamou ao vivo do presidente da EBC, Laerte Rimoli, que fez brincadeiras racistas com a atriz Taís Araújo nas redes sociais. "Ele fez comentários extremamente inapropriados a respeito do que teria dito uma colega minha, onde a presença do sangue africano é visível na pele", discursou.

Uma fonte ouvida pelo Notícias da TV afirmou que, nos bastidores, a apresentadora Katy Navarro foi elogiada por ter mantido a compostura no ar. Ela deixou Pedro falar sem interrompê-lo e, assim que o ator terminou, pontuou: "Eu respeito bastante a sua opinião, respeito a sua saída, a gente vive em uma democracia e precisa respeitar a opinião de cada um".

A anfitriã oficial do programa, Vera Barroso, está de férias. Mas, segundo a fonte, ela não teria o mesmo sangue frio de Katy para lidar com a situação.

Assista ao vídeo do desabafo de Pedro Cardoso:

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