Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

POUCO INSPIRADAS

Tédio ou descaso? Elas por Elas e Fuzuê reciclam trama 3 vezes em 2 semanas

Reprodução/TV Globo

Montagem com fotos de Filipe Bragança e Rayssa Bratillieri em Elas por Elas

Giovanni (Filipe Bragança) rompeu com Ísis (Rayssa Bratillieri) após descobrir mentira em Elas por Elas

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 20/1/2024 - 6h10

Elas por Elas encerrou seu capítulo de sexta-feira (19) com o rompimento do namoro de Giovanni (Filipe Bragança) e Ísis (Rayssa Bratillieri). O rapaz ficou decepcionado ao descobrir que a amada já sabia que ele tinha sido trocado na maternidade, mas decidiu escondeu a verdade. Essa foi a segunda vez em uma semana que a novela das seis usou essa artimanha para separar um casal querido pelo público.

Na segunda-feira (15), Lara (Deborah Secco) terminou com Mário Fofoca (Lázaro Ramos) porque o detetive não havia contado para ela que Taís (Késia) era a "patinha" de Átila (Sergio Guizé). Apesar de a reviravolta não ser das mais inventivas na dramaturgia, apresentá-la duas vezes em um período tão curto demonstra, no mínimo, uma falta de criatividade dos autores Alessandro Marson e Thereza Falcão.

Para piorar, as duas situações foram construídas exatamente da mesma maneira. Mário descobriu o segredo de Taís, mas atendeu aos apelos da irmã para guardá-lo porque a modelo queria contar a verdade para a amiga. Porém, Roberto (Cassio Gabus Mendes) jogou a verdade no ventilador para destruir o romance da advogada e do investigador atrapalhado.

Com Giovanni e Ísis, o roteiro foi o mesmo. A filha de Adriana (Thalita Carauta) descobriu a verdade sobre o amado ao escutar uma conversa entre Sérgio (Marcos Caruso) e Míriam (Paula Cohen) sobre o assunto. Ela ficou louca para abrir o jogo com o rapaz, mas respeitou a vontade do avô dele --sem imaginar que o ricaço é seu pai biológico-- e fechou a boca. Contudo, Cris (Valentina Herszage) escancarou para o ansioso que ele fora enganado pela namorada.

No melhor estilo "não há nada tão ruim que não possa piorar", Fuzuê vai entrar na mesma armadilha na semana que vem. Miguel (Nicolas Prattes) já descobriu que Maria Navalha (Olivia Araujo) está com câncer, mas aceitou guardar o segredo a pedido de Bebel (Lilia Cabral) para que a cantora consiga ter ela mesma a conversa difícil com Luna (Giovana Cordeiro).

A grande diferença da novela das sete é que nenhum vilão usará essa informação para separar o casal de mocinhos --apesar de opções não faltarem, com César (Leopoldo Pacheco), Julião (Romulo Arantes Neto) e Preciosa (Marina Ruy Barbosa) loucos para destruir o romance.

Esperta, a própria designer de biojoias vai desconfiar que há algo errado ao perceber olhares de cumplicidade entre o namorado e a mãe. Na quinta (25), a protagonista vai ouvir de Maria Navalha que Miguel já sabia da doença. Luna vai confrontar o assessor jurídico sobre a mentira, e ele não conseguirá se justificar, sentenciando o fim de mais um casal.

Falta de criatividade e descaso da direção

É evidente que um bom folhetim é construído em cima de conflitos para os casais --se os mocinhos não enfrentam obstáculos para o romance, correm o risco de se tornarem chatos, como ocorreu com Caio (Cauã Reymond) e Aline (Barbara Reis) em Terra e Paixão. Todavia, é difícil acreditar que os novelistas da Globo não conseguem imaginar outras maneiras de separar pares românticos.

A repetição da trama também mostra um descaso da direção de Dramaturgia com as novelas das seis e das sete. Alguém no comando precisaria prestar atenção nas três histórias atualmente exibidas para evitar que esse tipo de coisa aconteça. Por onde andam José Luiz Villamarim e sua equipe?

A situação é dramática pois Elas por Elas e Fuzuê têm decepcionado na audiência. A trama das seis acumula média de 14,8 pontos na Grande São Paulo até o momento, enquanto a das sete tem 19,2 pontos --são os piores resultados das duas faixas em toda a história da Globo.

Mas, com uma análise rápida de duas semanas dos folhetins, fica fácil entender o motivo pelo qual as novelas têm tão pouco público. Se nem os escritores nem a própria direção de Dramaturgia da Globo parecem se importar com o que vai ao ar, por que o público deveria ligar para as histórias?

Vale lembrar que com o remake do Renascer, grande aposta da emissora para 2024, esse cuidado foi tomado meses antes da estreia. Quando os executivos perceberam que a história do fazendeiro que odeia o próprio filho porque sua mulher morreu durante o parto conduzia tanto Terra e Paixão quanto o remake do clássico de 1993, pediram para Walcyr Carrasco adiantar a resolução do conflito e criar uma nova história para Caio e Antônio (Tony Ramos).

Procurada durante toda a sexta-feira (19) para comentar a repetição de tramas e o descaso da direção de Dramaturgia com as próprias novelas, a Globo não respondeu aos contatos da reportagem até a conclusão deste texto.


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.