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Zoeira sem limites

Susana Vieira é zoada e Silvio Santos canta Pabllo Vittar na reestreia do Tá no Ar

Reprodução/TV Globo

Marcius Melhem interpreta apresentador de telejornal que dá notícia bizarra de Susana Vieira - Reprodução/TV Globo

Marcius Melhem interpreta apresentador de telejornal que dá notícia bizarra de Susana Vieira

FERNANDA LOPES

Publicado em 18/1/2018 - 6h13

A nova temporada do Tá no Ar não perdoa ninguém de suas piadas ácidas, nem a própria Globo e seu elenco. O programa, que volta a ser exibido no próximo dia 23, atira para todos os lados e procura chamar a atenção ao que se vê na realidade sociocultural brasileira e às excentricidades da televisão, segundo o redator e comediante Marcius Melhem. Com sua programação "pirata", o humorístico zoa até celebridades consagradas da TV, como Susana Vieira, Cid Moreira e Silvio Santos.

Logo no primeiro episódio, Melhem aparece como o apresentador de um telejornal que dá notícias bizarras, como "Nasa confirma que autoestima de Susana Vieira pode ser vista da Lua". O Tá no Ar de reestreia também exibirá esquete sobre o sabonete íntimo Dermacid Moreira, em que as mulheres ouvem salmos da Bíblia enquanto tomam banho.

A voz de Cid é uma imitação de Marcelo Adnet, que também volta a parodiar Silvio Santos. Dessa vez, ele canta o sucesso K.O., de Pabllo Vittar, como se fosse o dono do SBT.

As três personalidades, no entanto, não entram na lista de 73 famosos convidados para participar desta temporada do Tá no Ar, como Luisa Arraes, Mateus Solano e Fátima Bernardes.

Neste primeiro episódio, Fátima recebe o índio gay Ubirajara Dominique (personagem de Adnet) no Encontro, e ele critica todas as atrações do programa. Já o ator de Pega Pega é o protagonista da série A Família Solano, sátira de The Sopranos. E Luisa participa de um esquete chamado Paixão sem Marcas, que critica o excesso de publicidade nas novelas.

reprodução/tv globo

Os atores Eduardo Sterblitch e Marcelo Adnet dão selinho em musical sobre bissexualidade

Provocativo e contundente
Além da zoeira tradicional, a crítica social vem bastante incisiva neste ano do Tá no Ar. O humorístico toca, de forma direta e até didática, em pontos polêmicos como assédio sexual, violência urbana no Rio de Janeiro, promessas de igrejas evangélicas e as ideias conservadoras na sociedade atual.

Um dos esquetes que o próprio elenco destaca entre os mais marcantes é Walking Back. Na sátira de The Walking Dead, os personagens tentam se proteger de zumbis com ideias retrógradas, chamados de misóginos e de bancada religiosa.

"Um programa contundente como esse tem riscos em praticamente todas as cenas, a gente assume esses riscos. E a equipe é respaldada pela emissora para ir a fundo nessas questões. O que fazemos na redação é calibrar a crítica, saber muito bem onde a gente está atirando", diz Melhem.

O comediante afirma que o Tá no Ar terá esse tom durante toda a temporada, que contará com cerca de 200 cenários e 400 esquetes.

"Um dos pilares do programa é que a gente sempre está muito atento à questão da intolerância. Religiosa, comportamental, sexual, todo tipo. A gente procura traduzir isso para o humor, para chamar a atenção, 'olha que loucura isso aqui'. Temos um olhar humanista sobre direitos, liberdade, até onde [as autoridades] podem se meter na nossa vida", explica.

O episódio de reestreia termina com um número musical em defesa dos bissexuais, com direito a selinho entre Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch, estreante no humorístico. "Eu sou bi, é natural ser bi, não tem que se reprimir, quem for bi saiba que isso é natural", diz a canção.

"Nossa missão é falar do que é o Brasil agora e um pouco do país que a gente quer que exista. A gente fala o que acontece e como gostaria que fosse", conclui Melhem.

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