CONVERSA COM BIAL
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Susana Vieira no Conversa com Bial; atriz reclamou do casamento com ex-diretor da Globo
Susana Vieira não poupou Régis Cardoso (1934-2005), seu ex-marido, de críticas durante entrevista ao Conversa com Bial. A atriz foi casada com o ex-diretor da Globo entre 1961 e 1972, e teve de trabalhar com ele mesmo após a separação. "Eu fingindo que não odiava ele. Foi o papel mais difícil da minha vida", disparou a veterana.
No bate-papo, Pedro Bial mostrou uma cena de O Espigão (1974) em que Susana contracenou com Mauro Mendonça. "Eu era casada com o Régis Cardoso, diretor da Globo...", comentou a convidada.
"Que dirigia essa novela", completou o jornalista. "O homem dirigiu quatro novelas minhas, separado de mim. E eu fingindo que não tava acontecendo nada, que eu não odiava ele. Foi o papel mais difícil da minha vida", assegurou a artista.
"Ele fingindo que não tava constrangido com você se pegando com o Mauro Mendonça na frente dele", brincou o apresentador. "Mas você acha que ele tinha ciúme de mim? Ele que me largou, porque era um bobo. Ele me tirou da televisão, porque naquela época mulher não trabalhava fora", contou.
Susana decidiu voltar a trabalhar quando o filho fez um ano. "Eu voltei no Pigmalião 70 [1970], eu me separei. Eu fiz A Escalada [1975] com esse homem. Havia um clima que eu achava que ele era muito mais... Grosseiro comigo eu não digo... Mais duro, para se impor, dizer que não me protegia", recordou ela.
Bial questionou também sobre os beijos técnicos nas novelas, e a atriz aproveitou para enaltecer a parceria com Tarcísio Meira (1935-2021) em cena.
"Que pena que eu não posso dar nomes. Tem beijos melhores e piores. Os beijos são reais. Beijo técnico é feio, é beijar encostado e fazer assim [mexer a cabeça]. Ninguém fazia isso. Tarcísio foi a pessoa que me ensinou a beijar na boca, com a Glória [Menezes] perto, eu morria de medo. Eu fui a primeira mulher a trabalhar com o Tarcísio como par romântico, ele só trabalhava com a mulher dele", contou.
"Que homem maravilhoso, que divino. É o maior galã da televisão brasileira. Ele me ensinou, dizia qual era a luz, mas era um beijo hollywoodiano. Hollywood não botava língua, mas beijava com categoria", completou.
"A coisa foi piorando... Melhorando... Com o diretor Ricardo Waddington. O Ricardo veio com um tesão para fazer essas cenas. A gente tinha medo dele, por que ele era bravo. A gente fazia tudo que ele mandava", afirmou.
"O pior não somos as mulheres, são os homens. Havia muito mais dificuldade. Eles têm o problema de serem pegos sem estar no momento de tesão, no sentido descanso. E todos os casados, se travavam. Ou tinham uma ereção, que acontecia de você acabar tendo um caso com a pessoa. Não quero dizer que é todo mundo", soltou ela.
Susana também se emocionou ao ver uma cena de beijo com José Wilker (1944-2014): "Meu melhor companheiro de viagem, ele me mostrou que era para brincar mesmo. Ele me trouxe uma seriedade para a profissão, ele era um homem muito culto". "E era ereto?", perguntou Bial. "Ereto, sim. Ele foi meu melhor amigo, melhor companheiro de trabalho", afirmou ela.
Aos 81 anos, Susana ainda brincou: "Eu tenho certeza, eu darei bofetadas na morte. Mil cairão do meu lado, tem um trecho da Bíblia que eu adoro. Não sou leitora da Bíblia, mas eu sei que mil cairão ao meu lado, mais dez mil cairão do outro lado, e eu seguirei em frente por que o Senhor me protege".
A veterana também falou sobre o lançamento de sua biografia. Ela explicou que o autor Mauro Alencar estava fazendo um levantamento da evolução da mulher na TV quando conversou com ela.
"A primeira mulher que se desquitou em cena fui eu. Eu e Tarcísio Meira. Depois a primeira mulher que foi trabalhar fora era a Cláudia [de Duas Vidas]. Eu ainda tinha uma outra novela antes que eu vendia aquela bolsinha de maquiagem", recordou.
"O que eu mais fiquei encantada foi que ele [Mauro] me fez entender a guerra que eu sempre tive entre Sônia [seu nome de batismo] e Susana, que é o nome da minha irmã", analisou.
Susana ainda reviu uma cena de seu último trabalho na TV, na novela Terra e Paixão (2023). Bial comentou que somente Tony Ramos, Gloria Pires e Susana decoravam texto no papel durante a trama.
"Eu fiquei tão louca. Não é possível que a gente em um dia aprenda isso. Vamos falar a verdade, a idade vai prejudicando a nossa visão. Quando eu entrei no estúdio e tava todo mundo de celular, eu já entrei dando esporro. Eles tavam lendo o texto no celular", reclamou.
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