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Entrevista na Band

Sem medo da morte, Oscar Schmidt vive de palestras e se arrepende de cargo político

Fotos: Divulgação

A apresentadora Catia Fonseca com o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt em seu programa na Band - Fotos: Divulgação

A apresentadora Catia Fonseca com o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt em seu programa na Band

MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 13/7/2018 - 8h47

O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt afirma que não tem medo da morte desde que enfrentou um câncer. Em entrevista a Catia Fonseca, apresentadora do Melhor da Tarde, da Band, ele revelou que se arrepende de ter ocupado cargo político e se candidatado ao Senado por causa da roubalheira na administração pública. Ele atualmente se sustenta com palestras.

Ídolo do esporte, ele falou também sobre os tropeços de Neymar e da seleção brasileira na Copa do Mundo. Apelidado de Mão Santa, Schmidt participou do quadro Caixa Surpresa do programa de quinta (12). 

Aos 60 anos, o irmão de Tadeu Schmidt, venceu uma luta contra um câncer no cérebro que travou de 2011 até 2017. Ele ainda faz tratamento. "Eu tinha medo de morrer, agora não tenho mais. Se o homem [Deus] quiser me levar, pode levar. Tive uma vida muito bonita. Mas sei que não posso levantar muito o braço que me puxam", disse.

Questionado sobre arrependimentos, Schmidt revelou primeiro um erro cometido no basquete. "O arremesso que errei contra a União Soviética [na Olimpíada de 1988]. Todos os dias da minha vida penso naquele arremesso. Minha geração merecia aquele título, uma Olimpíada ou o Mundial. E contra a União Soviética, eu errei o último arremesso", recordou.

Catia tirou o salto alto para jogar com Schmidt

Schmidt, que também se aventurou na política, não guarda boas lembranças do período e foi categórico ao afirmar que não fará novas incursões na área.

"Meu sonho era ser Presidente da República, mas não sabia como era. Fui secretário de Esportes e candidato ao Senado há 20 anos. Mas não quero nunca mais, porque ninguém pensa no Brasil. É só dinheiro, dinheiro pra todo lado, e meu pai não me ensinou a fazer um negócio desses. Sou filho de militar", disparou.

"Ninguém pensa no Brasil, cada um pensa no seu bolso. Essa é a pura verdade. E o Brasil que eu gostaria é o que todos pensem no país porque sou patriota. Me arrependo de ter sido secretário, porque vi muita coisa ali. Me arrependo de ter sido candidato ao Senado. A nossa política é triste".

Ele se sustenta com o dinheiro que recebe por palestras motivacionais e deixou a modéstia de lado ao abordar o seu atual trabalho. "Brinco que se soubesse que era tão bom palestrante, não teria jogado basquete. Quero ser o melhor palestrante de todos os tempos, se não conseguir, vou morrer tentando ser o melhor. E sei que vou ser o melhor palestrante da história", discursou.

Sobre a Copa do Mundo, alfinetou o craque Neymar, mas também disse que sabe a pressão que os jogadores e o técnico da seleção, Tite, sofreram.

"Hoje estou triste com o futebol, mas sei que fizemos o máximo que poderia ser feito. O Neymar é uma pessoa que tarda a aprender as coisas. Precisa de alguém falando na orelha dele, orientando. Acha que o Tite não falou nessa Copa. Ele [Neymar] veio com aquele cabelo espalhafatoso e depois mudou o cabelo, parou de falar com o juiz, de cair."

"Não é para criticar Tite ou Neymar. O esporte é assim mesmo. Pensa que eu joguei basquete e ninguém me criticou?", indagou a Catia. A apresentadora quis saber mais, e ele resumiu: "A dor e o cansaço fazem parte do uniforme, e as pressões também".

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