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Sem Érico Brás e Luis Miranda, Zorra busca humoristas negros para evitar críticas

Reprodução/TV Globo

Luis Miranda (à esq.), Érico Brás e Magda Gomes em esquete do Zorra: Globo procura atores negros - Reprodução/TV Globo

Luis Miranda (à esq.), Érico Brás e Magda Gomes em esquete do Zorra: Globo procura atores negros

REDAÇÃO

Publicado em 25/1/2019 - 8h31

A Globo iniciou uma rodada de testes com humoristas negros. A ideia é reforçar o elenco do Zorra, que começará a temporada 2019 sem os atores Luis Miranda e Érico Brás. Com a saída dos dois, a única negra no elenco da atração cômica será Magda Gomes, e a emissora quer resolver essa situação o quanto antes para evitar dores de cabeça.

Tanto Miranda quanto Brás pediram para deixar o humorístico em busca de novos projetos. "Cumpri um tempo significativo no Zorra. Aprendi muito com o programa. Mas tenho plano de carreira, desejos que preciso realizar já", disse Brás em entrevista ao jornal Extra publicada nesta sexta-feira (25).

O problema é que, sem os dois, o programa ficará desfalcado na representatividade. E a Globo não quer repetir as críticas que recebeu durante Segundo Sol (2018), novela que tinha um elenco majoritariamente branco, apesar de se passar na Bahia, Estado com a maior população negra fora da África.

Antes da renovação do humorístico, em maio de 2015, o então Zorra Total já havia sido acusado de racismo por causa de Adelaide, personagem desdentada interpretada por Rodrigo Sant'anna, que pintava o rosto de preto para fazer esquetes.

A prática, chamada de blackface, é considerada extremamente preconceituosa: remete ao século 19, quando atores brancos escureciam as próprias faces para fazer personagens que ridicularizavam os negros.

Na época, intérpretes de cor tinham poucas chances de destaque na vida artística --o primeiro negro considerado bem-sucedido na atuação foi Stepin Fetchit (1902-1985), que começou a atuar somente em 1925.

Já o chamado novo Zorra tem feito, até o momento, uma boa representação negra, apesar de ter apenas três atores de cor no elenco. Os personagens aparecem como ladrões, mas também como policiais, ou em situações cotidianas, que independem dos tons de suas peles.

O programa inclusive atacou recentemente o racismo com sátiras a uma série pirada da Netflix. Em Black Mirror Brasil, pessoas brancas surgiam em situações comuns, como experimentar roupas no provador de uma loja ou esperar um elevador de prédio. Seus reflexos em espelhos, no entanto, eram pessoas negras, que sofriam preconceito --a mulher no provador era acusada de roubo e o homem que aguardava o elevador era obrigado a se retirar do saguão do prédio.

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