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Memória da TV

SBT levou sete anos para investir em jornalismo e lançar Boris Casoy

Fotos: Divulgação/SBT

O jornalista Boris Casoy na época em que comandou o TJ Brasil, no SBT; jornalístico estreou em 1988 - Fotos: Divulgação/SBT

O jornalista Boris Casoy na época em que comandou o TJ Brasil, no SBT; jornalístico estreou em 1988

THELL DE CASTRO

Publicado em 17/1/2015 - 13h22
Atualizado em 18/1/2015 - 6h21

No ar desde agosto de 1981, o SBT levou sete anos para investir e começar a chamar a atenção com um produto jornalístico. Somente em 29 de agosto de 1988 colocou no ar o TJ Brasil, centrado na figura do âncora, o jornalista Boris Casoy, que pela primeira vez apresentava um telejornal. 

O jornalismo nunca foi o ponto forte do SBT. O objetivo com o lançamento do TJ Brasil era melhorar a imagem e o faturamento da emissora. Antes disso, desde a inauguração do canal, era exibido o Noticentro, colocado no ar praticamente apenas para suprir a necessidade de jornalísticos na grade de programação. Outras tentativas foram o Jornal 24 Horas, nos fins de noite, e o Jornal da Cidade, com noticiário local, mas nenhum deles teve grande destaque.

Chamado Telejornal Brasil, o programa mudou completamente a situação do jornalismo na emissora e teve como maior trunfo exatamente a figura do âncora, muito tradicional nos Estados Unidos. Casoy já havia sido repórter do programa Mosaico na TV, da Tupi, nos anos 1960, e, desde então, havia feito carreira na área de assessoria de comunicação e como editor-chefe da Folha de S. Paulo. Sem experiência como apresentador de TV, acabou se destacando como a grande aposta do telejornalismo do SBT.

“O TJ Brasil é o programa através do qual o SBT pretende conseguir prestígio e respeitabilidade junto aos estratos mais sofisticados da audiência”, destacou Carlos Eduardo Lins da Silva em texto do jornal Folha de S. Paulo, no dia da estreia do telejornal do SBT.

A publicação teve acesso a um dos pilotos do TJ Brasil, o que rendeu elogios ao âncora. “O melhor do piloto é Boris Casoy. Ele demonstra ser um apresentador seguro e formal, que transmite a imagem de credibilidade indispensável para o seu papel de âncora. Mas os pequenos comentários que ele vai introduzir ao final das notícias têm de melhorar muito se quiser atingir o efeito desejado. As opiniões de Casoy no piloto pareceram gratuitas demais, genéricas, pouco embasadas em elementos factuais e, por isso tudo, frágeis”, destacou a reportagem.

Membros da equipe da primeira edição do TJ Brasil, que foi ao ar em agosto de 1988

Reportagens fracas

Após a estreia, o mesmo jornalista destacou que as reportagens fracas prejudicavam os méritos do noticiário. “O novo telejornal do SBT é bom de estúdio e ruim de externa. As reportagens são o ponto fraco do programa. O âncora, Boris Casoy, e seus segundos (em especial Antônio Carlos Ferreira, em Brasília), são os que o TJ Brasil têm de melhor”, citou.

“A estreia de ontem justificou a expectativa de que Globo e Manchete passam a ter agora um concorrente de nível na área de telejornalismo. Mas realçou as dificuldades que Casoy e sua equipe terão de superar até conseguirem produzir um programa capaz de ser reconhecido como melhor do que o dos adversários”, completou.

Mas a novidade não teve apenas críticas. “Entre os méritos iniciais, a elegante vinheta, o correto prefixo musical e a saudável disposição de ouvir os dois lados da notícia”.

Após as limitações naturais do início, ainda mais em uma emissora até então sem tradição em jornalismo, o TJ Brasil foi conquistando espaço, audiência, faturamento e, principalmente, credibilidade, exatamente o que o SBT desejava.

O auge da atração aconteceu durante o processo de impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. Casoy fazia comentários ácidos e usava e abusava de seus bordões, como “Isto é uma vergonha” e “É preciso passar o Brasil a limpo”.

O jornalista Hermano Henning em 1997, época em que substituiu Boris Casoy no TJ Brasil

Em 1997, o âncora aceitou a proposta da Record para comandar o Jornal da Record e deixou o TJ Brasil depois de nove anos, no dia 23 de junho. Em 14 de julho, estreou na emissora de Edir Macedo, onde ficou até 2005.

Sem seu âncora, o TJ Brasil não teve o mesmo fôlego e seguiu no ar até o dia 26 de dezembro do mesmo ano, com apresentação de Hermano Henning.


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