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REPRODUÇÃO/SBT
Celso Portiolli no palco do Teleton 2016: apresentador foi criticado por defender campanha controversa
GABRIEL PERLINE
Publicado em 9/11/2018 - 5h07
Celso Portiolli foi orientado pelo SBT a maneirar o tom e a apagar algumas mensagens publicadas em seu Twitter na tarde de quinta (8). Ele discutiu com internautas após defender uma campanha da emissora com lemas da Ditadura Militar (1964-1985) e manifestar apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro. A emissora teme que possíveis doadores do Teleton, que começa hoje (9), se ofendam com os textos e deixem de ajudar a campanha.
"Como ele vai pedir solidariedade com uma publicação dessas?", confidenciou uma fonte do Notícias da TV, que ocupa um cargo de confiança no SBT.
Portiolli é um dos padrinhos da versão digital do Teleton e passou algumas horas na tarde de ontem discutindo com os seguidores que reprovaram uma vinheta lançada na terça-feira (6) pelo SBT, e cancelada horas depois, que dizia "Brasil, ame-o ou deixe-o", expressão que legitimava a repressão do regime militar à oposição na virada dos anos 1960 para os 1970. "Para quem não ama o Brasil, a Venezuela é logo ali", escreveu o apresentador.
"A direção comemorou a expulsão de Nadja Pessoa de A Fazenda, da Record. Isso mudou o foco nas redes sociais e o volume de reclamações direcionadas ao SBT despencou. Deram graças a Deus de ter um monte de polêmicas ao mesmo tempo. Aí vem o Portiolli e coloca o assunto na roda de novo", relatou a fonte.
Em seus textos, Portiolli deixou claro seu apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro e usou um tom debochado e agressivo somente com pessoas que manifestaram um posicionamento contrário ao seu.
O apresentador levou um puxão de orelha e acatou o pedido de seus superiores. Ele foi informado que seu comportamento nas redes sociais poderia afugentar possíveis doadores.
O apresentador do Domingo Legal apagou os textos mais ofensivos e irônicos que havia publicado em resposta a alguns seguidores no Twitter e, em seguida, publicou um vídeo de autoajuda, no qual fala sobre o poder da fé.
Procurado, o SBT diz que a postura de seus apresentadores nas suas redes sociais não representam necessariamente a opinião da emissora.
Campanha polêmica
A série de vinhetas de tom nacionalista já conta com sete versões, incluindo a que foi cortada, do "Brasil, ame-o ou deixe-o". Ao Notícias da TV, o SBT disse que "a emissora cometeu um equívoco de não se atentar que este bordão foi forte na época do regime militar".
Em outras vinhetas, que continuam no ar, as frases que encerram são diferentes: "Brasil de encantos mil", "Pra frente Brasil", "Brasil, pátria amada", "Brasil, terra adorada" e "Eu te amo, meu Brasil", entre outras.
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