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DECISÃO ARBITRÁRIA

SBT corta transmissão ao vivo pelo YouTube e gera prejuízo e revolta nas afiliadas

REPRODUÇÃO/SBT

Isabele Benito no comando do SBT Rio, telejornal local; afiliadas foram proibidas de transmitirem seus conteúdos por YouTube - REPRODUÇÃO/SBT

Isabele Benito no comando do SBT Rio, telejornal local; afiliadas foram proibidas de transmitirem seus conteúdos por YouTube

GABRIEL PERLINE

Publicado em 23/7/2019 - 5h16

Uma decisão arbitrária por parte do SBT fez com que suas afiliadas entrassem em pânico na última semana: a direção da área digital ordenou que fossem tirados do ar todos os links de transmissão ao vivo pelo YouTube e transferir para o site oficial da emissora a exibição dos programas locais em tempo real. A nova regra caiu como uma bomba e resultou em queda de audiência e faturamento.

O Notícias da TV conversou com jornalistas das afiliadas do SBT em Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro sob a condição de manter seus nomes em anonimato. E todos citaram que a decisão da matriz, de São Paulo, impactou numa perda considerável de audiência dos telejornais.

Quando transmitidos pelo YouTube, um noticiário local chegava a ter 3 mil telespectadores ao vivo ao mesmo tempo. Ao migrar para o site oficial do SBT, os vídeos eram vistos por, no máximo, 20 pessoas simultaneamente.

"Para nós, foi uma derrubada na audiência e na abrangência, já que a nossa programação não está disponível nas TVs a cabo", explicou uma das fontes ouvidas pela reportagem.

Outro fator que pesou na chateação das afiliadas com a decisão foi a queda no faturamento. Os canais do YouTube de cada emissora geram receitas de acordo com o número de visualizações. Uma vez impedidos de replicarem o conteúdo para esta plataforma, o dinheiro deixou de entrar no caixa.

"Não é um valor muito alto, mas o que costuma entrar em um mês ajuda a pagar alguns salários e contas", disse outro jornalista à reportagem.

Mas depois de inúmeras reclamações por parte das afiliadas e também do público, que não havia sido informado sobre a mudança pela emissora e deixou de acompanhar a programação local pela web, o SBT voltou atrás na quinta-feira (18) e liberou a retomada das transmissões pelo YouTube.

Procurado, o SBT disse que não houve nenhuma determinação para a exclusão dos links, mas apenas uma breve migração para o site oficial por conta de denúncias e tentativas de hackers em derrubarem os canais das afiliadas no YouTube.

"Algumas emissoras sofreram alguns strikes [alertas do YouTube feitos a partir de denúncias ou por violações de normas da rede social], como o SBT Brasília e o Rio Grande do Sul. Por esse motivo, foi recomendado para algumas emissoras que também ficassem sem a exibição da programação local, e sim a nacional, por quatro dias. A recomendação foi dirigida para essas afiliadas e regionais, porque elas se encontram no site do SBT. Mas a exibição local já foi normalizada", disse a assessoria de imprensa da emissora em nota.

No entanto, as fontes ouvidas pela reportagem contestaram esse posicionamento e afirmaram que a determinação foi feita pela direção do digital por outras razões. Uma delas, seria a tentativa de o SBT tentar transformar seu site em uma plataforma de streaming, como o Globoplay, da Globo. "Perceberam que não deu certo e voltaram atrás", desabafou uma das fontes.

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