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MONSTROS DIGITAIS

Salvação no Ibope em 2000, Digimon volta à Globo após 22 anos para streaming

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Tai e Matt, protagonistas de Digimon, em cena do desenho

Cena de Digimon (1999): desenho japonês que salvou Globo no ibope em 2000 volta após 22 anos

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 10/9/2022 - 6h20

Animação que salvou a pele da então apresentadora infantil Angélica de derrotas vexatórias no Ibope nas manhãs de 2000 e 2001, Digimon Adventure (1999) foi recomprado pela Globo após 22 anos. A partir da segunda quinzena deste mês, o desenho será disponibilizado no Globoplay, o serviço de streaming da emissora líder. O objetivo foi justamente agradar os fãs nostálgicos que pedem de volta os programas que marcaram sua infância. 

Na plataforma, Digimon será incluído em duas temporadas, com uma parte dos episódios postados agora e outra apenas no mês que vem. Foi o mesmo esquema que colocou o clássico Dragon Ball (1986), também recentemente adquirido, por lá. Ambos os animes são da Toei Company, maior empresa de entretenimento do Japão. 

Segundo apurou o Notícias da TV, a Globo viu uma oportunidade de negócio. O conglomerado de mídia brasileiro teve a ideia de licenciar animes com a Toei e percebeu que Digimon não estava presente em nenhuma plataforma considerada grande no Brasil. Até pelo histórico que tem com a animação, a empresa achou uma boa ideia investir. 

A Globo deve, de fato, uma grande gratidão a Digimon. Concorrente do também icônico Pokémon, Digimon 1, como também é conhecido, tem 54 episódios e ficou no ar entre março de 1999 e março de 2000 no Japão. Foi um sucesso imediato. Nos Estados Unidos, chegou a ganhar na audiência das aventuras de Ash e Pikachu, que vivia seu auge de popularidade. 

Foi aí que a Globo viu na época a solução de seus problemas. Até então apresentadora do Angel Mix (1996-2000), Angélica sofria muito para vencer o Bom Dia & Cia (1993-2022), do SBT, e o Eliana & Alegria (1998-2002), da Record. O programa da TV de Silvio Santos tinha os desenhos de Warner e Disney em um contrato milionário. Já a Record tinha justamente Pokémon no auge da "pokemania".

Vendo Angélica marcar 3 pontos de Ibope na Grande São Paulo, a líder investiu alto. Três meses após seu fim no Japão, Digimon foi comprado por R$ 800 mil, o que o tornou a animação mais cara da história da televisão brasileira até os dias de hoje. Só para se ter uma ideia, cada episódio custou o dobro do que se pagava no mercado por um desenho. A Record também teve interesse. 

O valor também foi inflacionado porque a Globo queria Digimon logo. A estreia deveria ser em setembro, para se completar seis meses de janela da exibição no Japão e para que a versão ocidental fosse concluída pela parceira da Toei, a Saban Brands (criadora da série Power Rangers). Ansiosa, a emissora pagou a mais e estreou Digimon em julho, durante as férias escolares. 

Com Digimon, a Globo fez o que é considerada a maior campanha de marketing para um lançamento de um desenho na TV brasileira, com direito a chamadas e reportagem especial no Fantástico; ações nos intervalos de Laços de Família (2000), novela das oito da época que ultrapassava 50 pontos de audiência; e publicidade forte em jornais e revistas.

Digimon recuperou a liderança de audiência e iniciou uma era de ouro da animação japonesa na Globo. Depois disso, chegaram outras animações orientais, como Monster Rancher (1999), Sakura Card Captors (2000), a sequência Digimon 2 (2000) e o hit Dragon Ball Z (1989-1996), querido pela audiência até hoje. 

Relembre a abertura do anime com Angélica:

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