Repórter brasileira sofre assédio em transmissão ao vivo durante a Olimpíada

Correspondente da TV Brasil, Verônica Dalcanal relatou que foi vítima de assédio enquanto se preparava para entrar ao vivo de Paris. A jornalista, que faz a cobertura dos Jogos Olímpicos para a emissora, sofreu importunação sexual de três homens estrangeiros. "Ultrapassaram limites", lamentou ela.

A repórter apareceu ao vivo para dar informações sobre o time Brasil na Olimpíada e resolveu contar que havia sido vítima de assédio. Verônica estava visivelmente abalada depois do ocorrido.

"Eu estava dando as informações durante a transmissão da série B, e um grupo de torcedores invadiu o vivo. A gente sabe que é normal a torcida interagir com repórteres, especialmente ao vivo, eu acabei de conversar com alguns torcedores franceses. Mas eles foram desrespeitosos comigo e ultrapassaram limites", lamentou a repórter.

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Um dos homens se aproximou dela e beijou seu rosto sem seu consentimento. "Tocaram em mim, me encostaram. Eu não consigo nem descrever o que aconteceu direito, eu não pretendo ver as imagens de como isso aconteceu", afirmou Verônica.

"Eu acho triste que isso aconteça, que isso se repita. Especialmente porque em 1900, nessa cidade [Paris], as mulheres começaram a participar dos Jogos Olímpicos", relembrou ela. "Essa edição, 124 anos depois, é a edição com equidade, com mulheres participando em igualdade. Uma pena que a gente não possa ter liberdade para trabalhar como homens podem", se revoltou. 

Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves repudiou o episódio revoltante. "É inaceitável que acreditem ter propriedade sobre nossos corpos, e que jornalistas e outras mulheres em espaços de poder passem por situações como essa. Precisamos ser respeitadas em todos os espaços", afirmou.

O presidente da EBC, Jean Lima, também prestou solidariedade à jornalista. "Inadmissível que mulheres ainda sejam submetidas a esse tipo de agressão, principalmente jornalistas no exercício da sua profissão", disse.