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BRIGA JUDICIAL

Processada por Marcos Harter, Globo é obrigada a abrir 'caixa preta' do BBB17

FÁBIO ROCHA/TV GLOBO

Marcos Harter e Emilly Araújo com roupas pretas, sentados em um sofá cinza

Marcos Harter e Emilly Araújo no BBB17; médico processou a Globo e pede indenização de R$ 750 mil

GABRIEL PERLINE e LI LACERDA

gabriel.perline@noticiasdatv.com

Publicado em 2/12/2020 - 7h00

A Justiça mandou a Globo abrir a "caixa preta" do BBB17 e entregar os vídeos e áudios gravados no confessionário do reality show nos dias 9 e 10 de abril de 2017. A decisão se deu após uma apelação de Marcos Harter, que processou a emissora por danos morais e materiais por ter sido expulso do programa às vésperas da final e pede uma indenização de R$ 750 mil.

No processo, Harter provou com prints extraídos do Globoplay que Emilly Araújo foi chamada ao confessionário por três vezes no período indicado. O motivo de tantas conversas com a influenciadora digital seria a preocupação da direção com o relacionamento amoroso entre ela e o médico, apontado pelos fãs como abusivo.

Mas a Globo entregou apenas dois vídeos à Justiça. Em um deles, a direção do reality conversa individualmente com Marcos e com Emilly. No segundo, a advogada da emissora e um médico interrogam a influenciadora digital sobre as supostas agressões físicas sofridas durante o namoro com o médico dentro do confinamento. A gravação da terceira ida da campeã do BBB17 ao confessionário não foi apresentada em juízo.

A juíza Ana Lúcia Xavier Goldman, da 28ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, protocolou sua decisão em 20 de novembro, na qual ordena a emissora a apresentar todas as gravações registradas no confessionário na data em que Marcos Harter foi expulso do BBB17.

"Ciência à ré, que deverá esclarecer, objetivamente, se realmente a participante Emilly ingressou no 'confessionário' três vezes no dia 10/04/2017, caso em que deverá trazer as respectivas mídias de gravação, à luz dos princípios da boa-fé, lealdade processual e cooperação, não sendo crível que tenha arquivado apenas parte das conversas. Prazo: 15 dias", determinou a juíza.

Essa é a quarta vez que a Globo é intimada a apresentar todo o material solicitado pela defesa de Harter. Em 5 de novembro, a emissora enviou à Justiça um documento em que afirma ter fornecido todo o conteúdo de seu acervo captado nas datas solicitadas.

Alegou também que os fatos apontados por Marcos Harter ocorreram há mais de três anos e as leis do Código Brasileiro de Telecomunicações não obriga nenhuma emissora a preservar o material bruto de seus conteúdos. As únicas menções que a lei 4117/62 faz é sobre o armazenamento por 24 horas do conteúdo que foi exibido na TV, 60 dias os arquivos de texto ou 30 dias os programas politicos, entrevistas ou pronunciamentos da mesma natureza.

Como o conteúdo produzido dentro do confessionário não foi exibido ao grande público, o material não foi anexado ao acervo da Globo. 

Até o momento a emissora não respondeu à Justiça a ordenação de apresentar o material da terceira ida de Emilly ao confessionário. A reportagem procurou a Globo, que disse não comentar processos em andamento.

Marcos diz que Globo o prejudicou

Expulso do BBB17 por "indícios de agressão física", Marcos Harter processou a Globo por danos morais e pede indenização de R$ 750 mil. A ação foi distribuída à 28ª Vara Cível de São Paulo em fevereiro. O médico afirma que sua imagem foi prejudicada pela emissora por causa da expulsão. 

Marcos Harter foi expulso do reality em 10 de abril de 2017. Ele foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, mas acabou absolvido pelo Tribunal de Justiça.

A defesa do cirurgião alega que esperou quase três anos para entrar com o processo contra a Globo para comprovar que Emilly não tinha a intenção de denunciá-lo por agressão --a campeã do BBB17 nunca entrou com uma ação judicial contra o médico.

Para compor o pedido de indenização de R$ 750 mil, a defesa de Marcos entende que ele tem direito a 25% do prêmio de R$ 1,5 milhão do reality, já que o cirurgião estava entre os quatro finalistas quando foi expulso, mais R$ 375 mil por danos morais.

Expulsão do BBB17

Marcos Harter foi expulso três dias antes da final de BBB17. Ele caiu em desgraça durante a reta final de seu conturbado relacionamento com Emilly Araújo. Eles viviam em pé de guerra, até o dia em que o médico segurou a menina com força e deixou marcas em seus braços.

Em uma conversa com Emilly, ainda dentro do confinamento, a Globo entendeu que houve indícios de agressão e optou pela expulsão de Harter. Veja abaixo a nota lida por Tiago Leifert, no dia que o cirurgião recebeu a punição máxima do reality:

"O BBB, como vocês sabem, é um programa de entretenimento. A gente faz isso aqui para divertir vocês, só que muitas vezes ele reflete a vida como ela é. Como na vida, as decisões fortes, firmes precisam ser tomadas quando os fatos justificam. Hoje de tarde, a gente recebeu a delegada titular da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher, que nos solicitou as imagens das discussões entre o Marcos e a Emilly."

"A delegada instaurou o inquérito para apurar uma possível agressão física. Com base nesse inquérito, tivemos uma nova conversa profunda com a Emilly, inclusive com exame médico. Desde o primeiro momento, desde que tudo aconteceu, a Globo agiu firmemente, incansavelmente. A gente envolveu advogados, especialistas, psicólogos, conversamos muito para tomar a decisão correta, a decisão justa."

"Na conversa de hoje, ficaram comprovados indícios de agressão física. No BBB, agressão gera expulsão, e decisão foi tomada. O Marcos está eliminado do BBB 17. Com isso, a nossa vida aqui tem que continuar. A gente vai declarar Ieda, Emilly e Vivan finalistas do programa daqui a pouco."


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