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BBB NO PAREDÃO

Por que BBB 17 é o pior Big Brother Brasil de todos os tempos?

Imagens: Reprodução/Globo

O médico Marcos Härter quase dorme durante prova de resistência que rendeu liderança - Imagens: Reprodução/Globo

O médico Marcos Härter quase dorme durante prova de resistência que rendeu liderança

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 28/3/2017 - 6h00

Com novo apresentador, quadro de repórteres renovado, a participante mais velha da história do reality show e a primeira amputada a ser confinada, Big Brother Brasil 17 tinha tudo para dar um novo fôlego ao programa, no ar desde 2002. Em sua reta final, no entanto, a atual edição se firma como a pior de todos os tempos.

Tiago Leifert, o substituto de Pedro Bial, não empolgou _e ainda atrapalhou. Um quadro com fantoches não durou nem um mês. Insossos e sonolentos, os participantes não despertaram a torcida do grande público.

A audiência também decepcionou: até domingo (26), BBB 17 registrava média diária de 22,4 pontos, a segunda pior da história _ganha apenas do BBB 14, que teve 21,7. É menos da metade, porém, dos 47,5 registrados no recordista BBB 5, que teve Jean Wyllys e Grazi Massafera.

"Acredito que o BBB 17 seja realmente a pior edição de todos os tempos. Quase nenhum participante conseguiu construir uma história própria. Marcos [Härter] e Emilly [Araújo] se sobressaíram por pura falta de competição. Inclusive, fico imaginando o quanto eles poderiam ter rendido numa temporada com adversários de maior personalidade", diz o especialista em cultura pop Chico Barney, que se gaba de ter acertado todos os vencedores do BBB.

A participação da italiana Elettra Lamborghini até deu uma movimentada na casa e na audiência _a média da semana que contou com a estrangeira foi a maior da edição. Porém, assim que a herdeira da montadora italiana saiu do reality, tudo parece ter voltado ao marasmo de sempre, um indício de que o processo de seleção do elenco errou feio.

"Passou a impressão de que os participantes enganaram muito bem a produção _ou a linha de corte 'editorial' pretendida pelo programa nessa temporada foi completamente equivocada. Os twists [chacoalhadas, algo inesperado] pareceram criados de última hora, meio nas coxas. Reciclaram ideias antigas. Existem tantos exemplos bons de twists do Big Brother ao redor do mundo, poderiam copiar de outros lugares, em vez de só revirar a própria gaveta", critica Barney.

A seguir, cinco motivos pelos quais o BBB 17, antes mesmo de sua conclusão, já pode ser considerado o pior da história: 

Para substituir Pedro Bial, Tiago Leifert quis fazer tudo diferente de seu antecessor no posto

Tiago Leifert e suas interferências
Com a difícil missão de substituir Pedro Bial, Leifert tentou diminuir ao máximo as comparações com o seu antecessor: não fez discursos poéticos no momento das eliminações, ganhou uma mesa de controle para poder participar do jogo e tentou criar uma relação de amizade com os confinados.

Errou, porém, ao interferir no jogo com as sugestões que deu aos competidores, como quando a casa foi dividida em duas pelo muro e sugeriu que o lado mexicano deveria mentir sobre o líder da semana (Marcos) ao grupo rival, que acreditava que Marinalva tinha vencido a prova. Na tentativa de mobilizar o jogo, Leifert apenas incendiou a conversa sobre manipulação do BBB.

Vivian (à esq.) foi miss Amazonas em 2012; já a paratleta Marinalva participou até do Encontro

Anônimos quase famosos
Se a proposta do BBB é de confinar anônimos em uma casa, a edição deste ano se desvirtuou. Vivian Amorim, por exemplo, foi miss Amazonas em 2012 e repórter de um programa da Band na região Norte. O apagado Luiz Felipe Ribeiro foi mister Alagoas 2013 e até a veterana Ieda Wobeto foi miss Canoas em 1964.

Rômulo Neves e Ilmar Fonseca já tinham envolvimento com a política do Centro-Oeste e Marinalva de Almeida participou dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Sua história de superação no esporte a levou ainda para o Encontro com Fátima Bernardes. Difícil se identificar com esses anônimos quase famosos.

Marcos e Emilly mais brigaram e transaram do que namoraram durante o confinamento

Casal sem apelo
Como "novela da vida real", toda edição do BBB precisa de um casal apaixonado pelo qual o público pode torcer. Tem sido assim desde a estreia, quando a modelo Vanessa Pascale e o cabeleireiro Serginho Campo formaram um par _ela ficou em segundo e ele em quarto.

Nos anos seguintes, tivemos Manuela Santos e Thyrso Mattos, Dhomini Ferreira e Sabrina Sato, Grazi e Alan Santos, Mariana Felício e Daniel Saullo, Diego Alemão e Iris Stefanelli (e Fani Pacheco), Max Porto e Francine Piaia, Maria Melilo e Wesley Schunk, Fernanda Keulla e André Martinelli, Vanessa e Clara, Fernando Medeiros e Aline Gotschalg, Cacau Gomes e Matheus Lisboa. Pelo menos um de cada casal chegou à final do reality, embalado pela torcida.

O mesmo não pode ser dito de Marcos Härter e Emilly Corrêa. A estudante de 21 anos e o cirurgião plástico de 38 tiveram infinitas DRs, brigaram por motivos fúteis e não apresentam muito em comum além do sexo _em um momento infame, Emilly perguntou o que Marcos via de positivo nela. "Você beija bem, transa legal", respondeu ele. Difícil torcer por um casal em que nem mesmo os dois diretamente envolvidos veem futuro na relação.

Os fantoches de Os Silva deveriam substituir as charges, mas foram excluídos do reality show

Fantoches renegados
Na tentativa de reinventar o reality, as tradicionais charges de Maurício Ricardo foram trocadas por uma família de fantoches, Os Silva. Nem mesmo dubladores famosos, como Lúcio Mauro Filho e Heloísa Périssé, salvaram o quadro do fracasso completo _antes mesmo de completarem um mês no ar, Os Silva foram eliminados do programa. Vexame similar à participação de Marisa Orth na apresentação da primeira edição.

Rafael Cortez (à dir.) no quadro em que comenta a repercussão do reality: nem a web comprou

Rafael Cortez
Contratado pela Globo em 2016, o ex-CQC ainda não conseguiu provar que merece seu espaço na emissora. Seu quadro semanal no BBB, em que comenta os comentários que internautas fazem sobre o reality, deveria ser engraçado, mas passa longe disso _não muito diferente das reportagens que ele fazia no programa da Band.

A repercussão na internet do quadro sobre a própria web é tão ruim que até Cortez já fez (ou tentou fazer) piada com a situação. "Hoje é um daqueles dias que tem meu quadro no BBB, apareço na Globo, os haters xingam muito no Twitter e eu entro pro trending topics! (Continuem assim)", escreveu ele na rede social.


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