Amora Mautner
João Cotta/TV Globo
Amora Mautner na cidade cenográfica de A Regra do Jogo, nos Estúdios Globo, em 2015
DANIEL CASTRO
Publicado em 1/6/2017 - 6h14
Atualizado em 1/6/2017 - 15h35
Até dois anos atrás, Amora Mautner era a mulher mais poderosa da dramaturgia da Globo. Apontada como uma das responsáveis pelo sucesso de Avenida Brasil (2012), foi promovida a diretora de núcleo (hoje diretora artística). Era paparicada por atores e assediada por sites e revistas de celebridades. Até perseguida por paparazzi ela foi. Marqueteira, prometeu "revolucionar" o gênero com uma "caixa cênica" que deixaria os atores de A Regra do Jogo (2015) mais livres nos cenários.
Tudo mudou depois da novela de Atena (Giovanna Antonelli) e Romero Rômulo (Alexandre Nero). João Emanuel Carneiro, autor de Avenida Brasil e de A Regra do Jogo, não quer mais trabalhar com ela. E não é só ele. Nenhum dos novelistas escalados para escrever folhetins até 2019 quer dividir a empreitada com a diretora de 42 anos, ex de Marcos Palmeira.
Para voltar a gritar "ação" nos estúdios da Globo, a talentosa Amora está tentando emplacar uma nova parceria. Está patrocinando dois projetos de Euclydes Marinho, um dos autores menos produtivos da emissora. A última novela de Marinho foi Desejos de Mulher, no longínquo 2002 _na época, Amora integrou a equipe de direção, sob a liderança de Dennis Carvalho.
Um dos projetos é uma minissérie de 20 capítulos, com o título provisório de Irmão de Sangue. O outro é uma novela das seis, que ainda está sendo desenvolvida. Nem novela nem minissérie aparecem no calendário de próximas produções da Globo.
Mas o que mudou para Amora Mautner trocar o status de queridinha pelo de rejeitada? Sua passagem por A Regra do Jogo foi, digamos, inesquecível. Ela estressou demais a produção, o elenco e o autor da novela. Isso a desgastou dentro da Globo. Não é a direção da emissora que a está deixando de lado. São os demais profissionais envolvidos na cadeia de produção que não querem trabalhar com ela.
A bem da verdade, Amora já tinha má-fama antes de A Regra do Jogo. Era vista nos corredores dos Estúdios Globo como temperamental e arrogante. Sincerona, destruía o ego de atores ao fazer comentários de forma direta, sem rodeios.
Como a novela de João Emanuel Carneiro não foi o sucesso que se esperava e a "caixa cênica" não aconteceu, a diretora perdeu prestígio. E falar mal dela virou um esporte muito praticado nos bastidores.
Outro lado
Após a publicação deste texto, a Globo enviou a seguinte nota:
"Foi com surpresa e indignação que lemos hoje as equivocadas informações publicadas pelo site sobre a diretora Amora Mautner. Amora é uma companheira talentosa, uma profissional reconhecida, que trabalha há mais de 24 anos na Globo e com a qual a direção do Entretenimento conta incondicionalmente. Tanto não são verdadeiras as gratuitas acusações a ela que atualmente Amora está desenvolvendo projetos com três dos quatro diretores de gênero e que em breve estarão no ar."
Assinam a nota Silvio de Abreu, Guel Arraes, Ricardo Waddington e J.B. Oliveira, o Boninho, diretores de gênero da Globo; Mônica Albuquerque, diretora de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico; e Eduardo Figueira, diretor de produção.
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