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QUALQUER SEMELHANÇA...

Sete fatos revelam: Rock Story é uma 'cópia' de Cheias de Charme

Fotos: Reprodução/TV Globo

Léo Régis (Rafael Vitti) foi ao Domingão do Faustão, assim como Chayene (Cláudia Abreu) - Fotos: Reprodução/TV Globo

Léo Régis (Rafael Vitti) foi ao Domingão do Faustão, assim como Chayene (Cláudia Abreu)

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 2/6/2017 - 5h23

Considerada uma novela inovadora, sem enrolação e com personagens que fogem dos clichês de herói e vilão, Rock Story chega ao fim na segunda (5) com boa audiência, mas sem proporcionar a tão propagada revolução nas novelas. Uma análise mostra que a trama de Maria Helena Nascimento tem muito em comum com o sucesso Cheias de Charme (2012).

As comparações com a novela das Empreguetes podem parecer óbvias; afinal, as duas obras se passam no universo musical. Mas as semelhanças vão além de canções como Vida de Empreguete e Sonha Comigo: passam por perfis de personagens e até por curiosidades atrás das câmeras.

Confira sete fatos que revelam que Rock Story bebeu na mesma fonte de Cheias de Charme: 

Integrantes da banda 4.4 têm origem humilde, assim como as três domésticas Empreguetes

Da simplicidade à fama
Em Cheias de Charme, Rosário (Leandra Leal), Penha (Taís Araújo) e Cida (Isabelle Drummond) eram três empregadas domésticas com vida sofrida: Rosário perdeu a família em uma enchente quando tinha apenas um ano e foi criada num orfanato até ser adotada por Sidney (Daniel Dantas); Penha sustentava o marido, Sandro (Marcos Palmeira), e os dois irmãos, Elano (Humberto Carrão) e Alana (Sylvia Nazareth); filha de uma copeira, Cida trabalhava como arrumadeira de uma família rica.

Presas no primeiro capítulo da novela, as três se uniram, fizeram um vídeo musical de brincadeira e o colocaram na internet, virando um sucesso nacional. Nascia assim a girl band Empreguetes, que transformou as três domésticas em estrelas da música pop. Uma verdadeira história de Cinderela adaptada aos tempos modernos.

A trama da boy band 4.4, de Rock Story, não é muito diferente: são quatro rapazes de origem simples que se unem para formar um grupo musical. Zac (Nicolas Prattes) foi abandonado pela mãe, vivia sozinho no subúrbio e chegou até a fazer parte de uma gangue; JF (Maicon Rodrigues) é órfão e foi criado pelo tio, Luizão (Thiago Justino), com quem mora num conjugado; Tom (João Vitor Silva) é filho de um cantor de churrascaria (Thelmo Fernandes) e de uma dançarina (Viviane Araújo); e Nicolau (Danilo Mesquita), o que tem melhor situação financeira entre os quatro, sofre com um câncer que tentou esconder até dos pais, mas foi revelado em cadeia nacional por um programa de TV sensacionalista. 

Nathalia Dill como as gêmeas Júlia (à esq.) e Lorena; Ricardo Tozzi viveu Fabian e Inácio

Dose dupla
Par romântico do protagonista Gui Santiago (Vladimir Brichta), Nathalia Dill teve de se desdobrar para dar vida às irmãs gêmeas Júlia e Lorena Monteiro em Rock Story. Não muito diferente de Ricardo Tozzi, que atuou dobrado durante Cheias de Charme na pele de Inácio Paixão e Fabian Brunini.

As duplas, apesar de fisicamente parecidas, tinham personalidades bem diferentes: Júlia é a bailarina boazinha e batalhadora, enquanto Lorena era a gêmea má, traficante internacional. Já Inácio era o cozinheiro de bom coração, mas com jeito bronco, enquanto Fabian era o cantor pop vaidoso, que só se importava com a própria aparência.

As semelhanças não param por aí: assim como Inácio teve que fingir ser Fabian durante shows do cantor, Júlia se passou por Lorena para conseguir um emprego como professora de dança no início da novela e, na reta final, voltou a usar a identidade da irmã para enganar mafiosos. 

Gui Santiago lutou toda a novela para reconstruir a carreira; Chayene também quis reviver hits

Astros em decadência
Mocinho de Rock Story, Gui Santiago passou boa parte da novela tentando reconstruir sua carreira, já que não repetiu o sucesso alcançado no passado. Sem conseguir competir com o astro do momento, Léo Régis (Rafael Vitti), decidiu apadrinhar a banda 4.4, colocando o próprio filho como o cantor.

A vilã Chayene (Cláudia Abreu), de Cheias de Charme, também sofria por ver que não estava mais no auge do Xote da Brabuleta e resolveu apadrinhar Fabian, com quem chegou a viver um namoro midiático. Insatisfeita com o sucesso das Empreguetes, fazia de tudo para destruir o trio de "curicas", como ela se referia às rivais. 

Figurino de Léo Régis inclui regatas e joias; Chayane usava roupas e acessórios extravagantes

Rivais exagerados
Por falar em Chayene e Léo Régis, os antagonistas têm muito em comum. Para começar, ambos possuem uma maneira peculiar de se expressar: Léo fala palavras erradas e nunca acerta as concordâncias; Chayene também trocava termos e abusava das gírias _além de "curicas", ela mandava "cheiros" para seus "amadinhos", forma carinhosa de chamar os fãs.

O visual extravagante dos personagens também é um diferencial: Chayene usava figurinos exagerados, com plumas e brilhos, enquanto Léo Régis abusa das regatas, para mostrar os músculos, e dos brilhantes em brincos, colares e anéis.

O investimento em peças caras era uma forma de compensar o passado sofrido dos dois: Chayene teve uma infância difícil no Piauí, quando ainda se chamava Jociléia, e Léo Régis descobriu que seu pai, Almir (Evandro Mesquita), era camelô e que sua mãe, a ex-gari Néia (Ana Beatriz Nogueira), era a amante dele.

Lázaro e Tom têm muito em comum: ambos passaram a perna nos clientes para se dar bem

Empresários canalhas
Lázaro (João Vicente de Castro) é o maior vilão de Rock Story, capaz de trair a amizade de longa data com Gui Santiago para ganhar mais dinheiro com o promissor Léo Régis, ter um caso com a ex-mulher do ex-amigo, Diana (Alinne Moraes), e até mesmo roubar músicas e discos inteiros do mocinho.

Tom Bastos (Bruno Mazzeo) era um empresário um pouco mais contido, que não chegava a fazer maldades tão explícitas. Mas era capaz de qualquer coisa para lucrar com seus clientes, inclusive forjar romances e criar intrigas. Tudo para se dar bem, independentemente das implicações éticas.

William (à esq.) e Romildo podem ganhar série; Empreguetes também teriam programa próprio

Promessas de continuação
A autora Maria Helena Nascimento revelou nesta semana a Mauricio Stycer, do UOL, que o diretor Dennis Carvalho sugeriu que ela fizesse uma série com os atrapalhados William (Leandro Daniel) e Romildo (Paulo Verlings), que ajudam (ou tentam ajudar) o vilão Alex (Caio Paduan) em seus planos.

A ideia de continuar a trama da novela em uma série faz lembrar a promessa de um programa estrelado pelas Empreguetes. No fim de Cheias de Charme, Leandra Leal, Taís Araújo e Isabelle Drummond sugeriram que as três cantoras ganhariam vida extra em uma série ou em um filme. Cinco anos depois, as ideias seguem na gaveta.

Maria Helena estreou como titular com o mesmo sucesso de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira

Autores novatos
As coincidências entre Rock Story e Cheias de Charme também se estendem aos bastidores: as duas novelas foram escritas por nomes que estreavam como autores titulares após muitos anos como colaboradores de obras da Globo.

Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, criadores das Empreguetes, tiveram jornadas distintas na emissora até se encontrarem em Cheias de Charme: ele ajudou a escrever as temporadas 1996 e 1997 de Malhação, Suave Veneno (1998), Força de um Desejo (1999), Porto dos Milagres (2001), Agora É que São Elas (2003), Senhora do Destino (2004), Bang Bang (2005), Pé na Jaca (2006) e Duas Caras (2007).

Já Izabel colaborou em Esplendor (2000), Estrela Guia (2001), Sítio do Picapau Amarelo (2002), Sabor da Paixão (2003), quatro temporadas de Malhação (2004-2007), Duas Caras (2007), Tempos Modernos (2010) e Insensato Coração (2011).

Após o sucesso de Cheias de Charme, os dois voltaram à faixa das 19h com um intervalo curto, de apenas dois anos, com a ousada Geração Brasil (2014), que passou longe de repetir a repercussão da obra original.

Maria Helena Nascimento, de Rock Story, está na Globo desde 1994, quando ajudou Gilberto Braga a escrever Pátria Minha. Depois, colaborou em Cara & Coroa (1995), Malhação (1996), Suave Veneno (1999), Um Anjo Caiu do Céu (2001), O Beijo do Vampiro (2002), Celebridade (2003), Começar de Novo (2004), Paraíso Tropical (2007), Insensato Coração (2011) e Alto Astral (2014).

Com a boa aceitação da atual trama, já fica a expectativa para a próxima novela da autora. E a torcida para que ela não tenha muito em comum com Geração Brasil.

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