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PROIBIÇÃO NA JUSTIÇA

Pai de Henry Borel se revolta com censura ao Linha Direta: 'Medo da verdade'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Leniel Borel na Globo

Leniel Borel, pai de Henry: engenheiro se revolta com liminar que proibiu Linha Direta

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 17/5/2023 - 16h40

Leniel Borel, pai de Henry Borel, assassinado em 2021, desabafou sobre a censura imposta pela Justiça do Rio de Janeiro, que proibiu a exibição de uma edição do Linha Direta, da Globo, sobre o caso. O programa estava previsto para ser exibido nesta quinta (18), e a emissora tenta a liberação. "A defesa do Jairo é covarde!", afirma o parente da vítima entrevista ao Notícias da TV.

O engenheiro foi um dos entrevistados do programa comandado por Pedro Bial. Desde o crime do qual o filho foi vítima, Leniel luta para que seja feita justiça. Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e Monique Medeiros, mãe de Henry e ex-mulher de Leniel Borel, são os acusados pela morte do menino.

Para Leniel, a defesa de Jairinho tem medo que detalhes do caso venham à tona. "A defesa do Jairo é covarde! Tem medo da verdade e das robustas provas que serão apresentadas. Mas a verdade não faz curva e virá no tribunal", diz. O pai de Henry disse que a produção do programa lhe informou que a Globo não vai desistir da exibição.

"A Globo recorreu. Se não der amanhã, será exibido assim que for liberado", informa. Ele tem esperança de que a decisão seja revertida em esferas maiores da Justiça brasileira.  Procurada mais cedo pelo Notícias da TV, a Globo disse apenas que não comenta casos judiciais.

Liminar vetou Linha Direta sobre caso 

A defesa do ex-vereador Dr. Jairinho conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que proíbe a Globo de exibir uma edição do Linha Direta que estava programada para ir ao ar nesta quinta (18). O programa abordaria o assassinato do menino Henry Borel, de quatro anos, em 2021. 

Na liminar, a juíza alega que a exibição do Linha Direta pode influenciar a opinião pública sobre o caso, que será submetido a júri popular. A data do julgamento ainda não foi definida. Para a magistrada, uma edição do programa mais tendenciosa contra Jairinho poderia influenciar a opinião de quem fosse escalado para votar na sentença.

"O processo ainda pende de julgamento, e a exibição em canal aberto e por emissora de grande alcance não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados", afirmou a magistrada. "O réu deverá ser julgado por um corpo de juízes leigos, e tal exposição poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores", concluiu a juíza na decisão.

O Notícias da TV apurou que a Globo já recorreu da decisão e que, por enquanto, suspendeu as chamadas do Linha Direta na programação.

Nos bastidores, a decisão contra a Globo é vista como censura prévia, algo considerado inconstitucional e que já foi derrubado em entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), além de ser proibido pela Constituição.


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