MARCELO CASTRO
DIVULGAÇÃO/TV ARATU
Marcelo Castro: ex-funcionário da Record enfrenta ação judicial após acusação de golpe do pix
O jornalista Marcelo Castro virou um fenômeno de audiência na Bahia menos de dois anos depois de ser demitido da Record, acusado de liderar um esquema criminoso com doações feitas via pix. Hoje, ele está à frente do popular Alô Juca, exibido pela TV Aratu (afiliada do SBT em Salvador), e ameaça a liderança da Globo no horário do almoço.
Junto de Jamerson Oliveira, outro ex-funcionário da Record demitido, Marcelo Castro criou o site Alô Juca, que viralizou na internet com vídeos de apelo popular e denúncias de descaso do poder público. O programa é conhecido pela abordagem peculiar de reportagens que beiram o sensacionalismo.
Em uma entrada ao vivo que viralizou na internet, Castro chegou a questionar uma mulher trans se ela havia feito sexo com um policial. Ela denunciou que tinha sido contratada para um programa, mas ficou sem o pagamento. "Ele usou preservativo? Quem foi o ativo e quem foi o passivo?", indagou ele. "Eu sou passiva, Marcelo", respondeu a entrevistada, desconfortável.
O sucesso digital chamou a atenção da TV Aratu, que decidiu transformar o projeto em um programa diário na grade da emissora. Desde abril de 2024, o Alô Juca vai ao ar das 11h às 14h e mudou o cenário da guerra por audiência na televisão baiana.
Se antes o SBT na Bahia brigava com a Band pela terceira colocação, hoje a TV Aratu disputa ponto a ponto com a TV Bahia (Globo) e a TV Itapoan (Record), até então líderes na faixa do meio-dia. O Alô Juca conquistou a preferência dos baianos, que se identificam com o linguajar direto, o tom chocante das histórias e o engajamento do apresentador nas causas sociais mostradas no ar.
O Notícias da TV apurou que o formato virou referência dentro do SBT. A direção da emissora chegou a estudar a transformação do Alô Juca em uma franquia nacional, com versões locais em outras afiliadas. Atualmente, a tendência é de que o modelo inspire o novo programa de Luiz Bacci, que negocia sua volta à emissora depois de anos na Record.
Apesar de enfrentar uma ação criminal na Justiça, Marcelo Castro colhe os frutos de um programa que hoje é visto como a principal ameaça à hegemonia da Globo no horário mais disputado da TV baiana. Mesmo com a condenação em março deste ano, Castro segue no ar, com o respaldo da Aratu e o apoio de uma audiência que confia em sua credibilidade.
Em março, Marcelo Castro foi condenado a pagar R$ 10 mil à Record por danos extrapatrimoniais. Ele e outros 12 envolvidos são acusados de desviar mais de R$ 400 mil em doações feitas por telespectadores que queriam ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social. Cabe recurso.
As chaves pix exibidas nas reportagens não pertenciam às vítimas das reportagens, mas a pessoas ligadas ao grupo. Segundo a investigação, Castro teria embolsado cerca de R$ 146 mil durante o período em que atuava como repórter do Balanço Geral BA, na TV Itapoan.
O esquema só foi descoberto em março de 2023, quando o jogador Anderson Talisca tentou fazer uma doação de R$ 70 mil após se comover com a história de um menino de um ano de idade com câncer.
O assessor do atleta desconfiou do número do pix enviado por Castro e entrou em contato com a Record. Pouco depois, a emissora demitiu Marcelo e o então editor-chefe do programa, Jamerson Oliveira.
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