MORTE COMPLETA UM ANO
Reprodução/Cultura
A ativista dos Direitos Humanos Mônica Benício em participação no Roda Viva de segunda (11)
REDAÇÃO
Publicado em 12/3/2019 - 14h31
Na noite de segunda (11), o programa Roda Viva, da Cultura, contou com a participação da arquiteta e ativista dos direitos humanos Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, cujo assassinato completará um ano na próxima quinta-feira (14). Na TV, ela alegou que o verdadeiro culpado pela morte é o Estado brasileiro.
"Mais importante do que responder quem matou a Marielle, é responder quem foi que mandou matar. Mas é ingênuo a gente não entender que quem matou a Marielle foi o Estado brasileiro. Porque o Estado brasileiro olha para o corpo da Marielle e vê o que a gente tem de mais descartável no Brasil, que é o corpo negro, é o corpo da mulher, da lésbica, da favelada", opinou a viúva.
O tema da vez na roda de debates semanal da Cultura era empoderamento feminino e políticas públicas para a proteção de mulheres contra a violência.
No seu perfil no Instagram, Mônica mostrou um pouco do cenário e repostou, por meio da ferramenta Stories, a repercussão de suas falas durante o Roda Viva. No programa, a arquiteta ressaltou por vezes o impacto do assassinato da vereadora do PSOL no Carnaval deste ano.
No desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, a campeã Mangueira recontou a história do Brasil em um enredo que exaltou heróis da resistência negros e índios, e destacou a atuação política de Marielle.
"A noite do 14 de março a gente finalmente consegue ressignificar. Não só numa noite de barbárie, de violência, que foi, mas transformando [a partir do Carnaval] numa noite de esperança, colocando a Marielle como um símbolo, usando um farol de construção social", disse. "Essa semana vamos completar um ano da execução de Marielle sem que o Estado brasileiro nos responda quem mandou matá-la."
Além da viúva, participaram do debate a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno; a assessora especial do Instituto Igarapé, Michelle dos Ramos; a professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Lígia Ferreira; a líder comunitária e mãe do rapper Emicida, dona Jacira; e a secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen.
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