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RÔMULO MENDONÇA

Metralhadora de bordões, narrador da ESPN quer distância do estilo Galvão Bueno

FOTOS: DIVULGAÇÃO/ESPN

Rômulo Mendonça em uma das finais da NBA deste ano, entre o Cleveland Cavaliers e o Golden State Warriors - FOTOS: DIVULGAÇÃO/ESPN

Rômulo Mendonça em uma das finais da NBA deste ano, entre o Cleveland Cavaliers e o Golden State Warriors

Rômulo Mendonça desbancou o veterano Everaldo Marques e foi escalado pela ESPN para narrar as partidas da NBA, campeonato de basquete norte-americano encerrado na sexta (8). Antes de gritar "lambisgoia", apelidar o jogador LeBron James de "porteiraço do Enem" e cantar Ragatanga, ele narrou torneios de menor expressão. Hoje considerado uma das estrelas do canal, onde trabalha desde 2011, se diz realizado por não reproduzir o modelo narrador-torcedor popularizado por Galvão Bueno.

"Sempre busquei expressões diferentes para destacar um gol, uma jogada ou um personagem. Claro que com o tempo isso foi ficando mais consolidado e se tornou uma marca. Mas é algo que sempre busquei, mesmo há mais de dez anos, quando eu não sabia se ia me firmar na carreira. Nunca pensei em ser um narrador mais moderado, tradicionalista, apenas relatando o jogo, sem buscar novas formas de expressão de jogadas e situações", explica ele ao Notícias da TV.

Mendonça acaba de retornar dos Estados Unidos, onde narrou as partidas da final da NBA, posto antes ocupado pelo veterano Everaldo Marques.

LeBron James, jogador do Cleveland Cavaliers, foi um dos atletas que mais empolgaram Mendonça durante o torneio. "LeBrão, ladrão, roubou meu coração", "o papai chegou", "papai LeBrão" e "este fascínora, este vândalo" foram alguns dos bordões aplicados nas narrações. As expressões acabaram levando Mendonça a ser destaque na imprensa internacional.

"Busco fazer com que uma transmissão não se limite ao esporte. É claro que os destaques são as informações e os personagens. Mas quero que essa experiência de quem está assistindo transcenda ao esporte, que haja uma citação de um filme, de um livro, desde que essa citação tenha uma conexão com o jogo. Estamos em 2018 e o caminho tem que ser esse, com um repertório mais amplo", avalia.

Embora Mendonça já fosse bem aceito pelos telespectadores do canal, foi em 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio, que seu nome ganhou projeção. Escalado para narrar as partidas de vôlei, viu seu nome figurar entre os mais citados no Twitter por diversas vezes ao chamar a bola de "lambisgoia" ou "sirigaita".

Rômulo Mendonça (à dir.) ao lado do repórter José Renato Ambrósio (à esq.) nos EUA

"A Olimpíada foi um marco para mim, trouxe um perfil de público diferente do que eu estava acostumado na ESPN. No vôlei, quando a bola tocava na rede eu a chamava de lambisgoia ou sirigaita. O meu humor é para destacar ou ironizar situações, não é para reduzir ou criar opressão em relação a alguém. É um humor que eu faço buscando algo positivo, nunca humilhando ou ofendendo", explica.

O que chama a atenção no perfil de Rômulo Mendonça é o fato de ele não estar no concorrido universo do futebol, e mesmo assim ser mais popular do que alguns veteranos da área. Suas especialidades são as modalidades norte-americanas, como basquete, beisebol, rúgbi e futebol americano.

"Acompanho NBA desde o início dos anos 1990. E quando eu era criança, não tinha o sonho de narrar, simplesmente curtia o momento. Agora eu sigo fazendo isso, só que com obrigações profissionais. Mas acima de tudo, eu curto e me divirto, e busco que as pessoas que estão me assistindo se divirtam. Afinal, é um jogo. É uma coisa lúdica, um esporte, um divertimento, algo para unir as pessoas, e não dividir", reflete.

Assim como Tiago Leifert revolucionou o estilo de apresentação dos programas esportivos da Globo, Mendonça também inspira outros profissionais de sua área, mas é comedido ao se assumir criador de uma nova linguagem.

"Acho que ainda estou muito no começo [da carreira] para falar que eu estou criando uma nova escola de narração. Busco algo diferente, que passe uma experiência diferente do que o telespectador está acostumado a ver em transmissões clássicas, mas sempre baseado no trivial de que tenho que estar bem informado, passar muita informação e tenho que estar ligado no evento que estou transmitindo", pondera.


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