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Profissionais da RedeTV! no estacionamento da emissora nesta quarta (23); estado de greve continua
REDAÇÃO
Publicado em 23/10/2019 - 17h55
O recuo da RedeTV! da decisão de cortar as horas extras não bastou para que jornalistas e radialistas que trabalham na emissora aceitassem retomar suas atividades. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Estado de São Paulo emitiu nota em que mantém o estado de greve deflagrado na segunda-feira (21).
À reportagem, o sindicato informou que a emissora ainda não se manifestou adequadamente a pontos de interesse dos trabalhadores, como antecipações salariais e o pagamento do PPR, o Programa de Participação nos Resultados.
Procurada pelo Notícias da TV, a assessoria de imprensa da RedeTV! afirmou não ter conhecimento da organização de um novo movimento grevista. Entretanto, os sindicatos dos Radialistas e dos Jornalistas Profissionais confirmam que o estado de greve está mantido até a assembleia desta quinta (24), às 14h.
No início da tarde de quarta (23), em comunicado interno enviado aos funcionários por e-mail e obtido pelo Notícias da TV, o departamento de Recursos Humanos da RedeTV! afirmou que recuou do corte "após profunda reflexão". Porém, o setor deixou claro que "busca alternativas para a reestruturação financeira" da emissora.
Todos os setores seriam impactados com a redução salarial, imposta pela alta cúpula da rede. Os jornalistas chegaram a paralisar suas atividades na tarde de segunda (21) para protestar no estacionamento da emissora.
A proibição de horas extras e o consequente impacto no contracheque haviam sido anunciados para os jornalistas e radialistas na noite de sexta-feira (18). Em alguns casos, as horas extras representam até 40% do salário.
Os profissionais que seriam mais impactados com o novo corte de gastos são os editores e repórteres. Alguns deles, que inclusive fazem parte do rodízio de apresentadores do RedeTV! News aos finais de semana e feriados, passariam a receber menos que o piso salarial da categoria, que é de R$ 2.528,27.
A situação seria ainda mais delicada no caso dos cinegrafistas. Há dois anos, eles atuavam também como motoristas da frota de veículos de gravações externas. A emissora, porém, extinguiu essa função e fez parceria com aplicativos de mobilidade urbana para transportar os repórteres.
Confira na íntegra o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Estado de São Paulo:
"Mesmo com recuo por parte da empresa, em não querer implementar alterações na escala de trabalho e corte nas horas extras de radialistas e jornalistas, os trabalhadores presentes na assembleia decidiram manter o estado de greve devido à RedeTV! não ter se posicionado em relação as antecipações salariais e ao pagamento do PPR (radialistas).
Nas negociações da Campanha Salarial de 2019, em que a Rede Globo tem usado sua força política para barrar a assinatura da conveção coletiva da categoria pelo Sindicato Patronal, a RedeTV! segue a cartilha do patronal até a primeira vírgula; na segunda, nem tanto.
Pelo menos é o que se interpreta em relação à postura da empresa em não seguir a orientação do patronal em fazer as antecipações salariais. Das grandes emissoras de TV, apenas a RedeTV! não fez as antecipações. O fato de não ter uma posição de pagamento do Programa de Participação dos Resultados, pesou, também, na decisão de estender o estado de greve até a próxima assembleia, agendada para quinta feira (24), às 14h, em frente à empresa.
Enquanto a RedeTV! não deixar claro qual o seu comprometimento com o profissionalismo de seus trabalhadores, estará sujeita a iminência de paralisação de sua programação."
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