SABATINA
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Simone Tebet destacou ser candidata não apenas do MDB, mas de outros partidos políticos
Simone Tebet (MDB) foi a entrevistada desta sexta (26) no Jornal Nacional. Em conversa com William Bonner e Renata Vasconcellos, ela definiu a candidatura como uma alternativa à polarização entre esquerda e direita. A senadora afirmou que representa a frente ampla da política, da união do Brasil.
Renata começou a conversa levantando o tema de corrupção e perguntou como a presidenciável pretende depurar o MDB, partido com histórico no assunto. A ex-prefeita de Campo Grande afirmou que havia ética no partido, apesar das manchas dos colegas.
Ela revelou que a própria candidatura chegou a ser judicializada e disse que sua vontade de chegar à presidência foi apoiada também por outros partidos, como PSDB, Cidadania e Podemos.
Renata insistiu na pergunta, lembrando que o problema se estende a outros partidos. Em resposta, a candidata disse que "ninguém faz nada sozinho" e que "temos muita gente honesta no Congresso Nacional".
Simone disse ainda que vai assegurar mais transparência. "Eu venho para fazer diferente", afirmou.
Bonner seguiu a entrevista questionando por que Simone não conseguiu unir nem mesmo o próprio partido em seu favor. Em resposta, a candidata disse que o Brasil vive um momento de polarização e que esse ponto seria inclusive prejudicial.
Ele chegou a emendar as críticas ao momento atual com um longo discurso de preocupação em relação à pandemia. O âncora voltou ao assunto, indagando a candidata em relação ao pouco suporte do próprio estado, o Mato Grosso do Sul, nas eleições. "Os votos que eu terei serão pelo meu trabalho(...). Minha história política começou há vinte anos", destacou.
Renata sabatinou Simone a respeito das promessas da candidata, que não seriam de concordância do partido. Um exemplo disso seria o fato de que, embora seja a favor de metade dos ministérios ser de mulheres, as candidaturas do MDB não têm igualdade de gênero --66% dos nomes apresentados para o pleito deste ano são homens.
Em resposta, a ex-vice governadora do Mato Grosso do Sul afirmou que tudo é uma "escada" e uma luta. Ela lembrou que muitas mulheres são candidatas laranjas. "Eu lamento", disse, reforçando que segue batendo na tecla e que seguirá na urgência da pauta.
Simone destacou que pretende erradicar a miséria, diminuir a pobreza e acabar com a fome no país. Na sequência, ela disse que houve choques consequentes da pandemia, como as filas por exames, cirurgias e outras demandas médicas.
Bonner lembrou que, a apenas 37 dias das eleições, era necessário ser mais específica. A candidata respondeu que muita da verba necessária para realizar planos poderia vir do orçamento secreto, embora o dinheiro envolvido não seja do poder do presidente.
Ela disse que esse orçamento poderia ser retirado não apenas com diálogo, mas com transparência. A senadora também citou reforma tributária e incentivo a crescimento nacional, além da transferência de renda.
A parlamentar explicou que o investimento também deverá ser feito na educação. "Não falta dinheiro para a educação, falta vontade. Ninguém quer educar o povo, porque quer o povo no cabresto", disse.
Simone explicou que a reforma tributária envolveria principalmente o imposto de consumo, porque é o cidadão de baixa renda que paga. Em seus planos, há o incentivo da taxação de lucros e dividendos dos ricos. "Não vamos roubar de ninguém", disse ela, acrescentando que isso envolveria aumentar a faixa de isentos para abarcar a classe média.
Bonner lembrou que, em Mato Grosso do Sul, a faixa do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) no estado enquanto ela era vice-governadora teria se mantido. Simone contestou, afirmando que houve crescimento em sete anos.
"O governo do PT não fez o dever de casa na educação e o atual [de Jair Bolsonaro] não dá nenhuma assistência a isso", reclamou.
Renata ressaltou também que os índices de violência no estado de Mato Grosso do Sul aumentaram 77% durante o mandato de Simone como vice-governadora. Ela lembrou que a região é de fronteira e destacou que a maioria das armas de fogo que chegam ao Rio de Janeiro, por exemplo, passam pelo Centro-Oeste.
A ex-prefeita destacou que existem vários problemas envolvidos na questão, incluindo o fato de que a criminalidade envolve pais de família que roubam para comer --enquanto as vagas nos presídios se esgotam, sem dar vazão aos "verdadeiros criminosos".
Bonner, por fim, a indagou sobre a criação de um seguro de renda para os trabalhadores. Simone explicou que é a ideia é assegurar um valor de 15% da renda desses trabalhadores para emergências. De acordo com a candidata, isso poderia ser feito duas vezes ao ano.
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