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SEM EXPORTAÇÃO

Marcada por tragédia, Velho Chico é excluída do catálogo internacional da Globo

Divulgação/TV Globo

Domingos Montagner em cena de Velho Chico: novela não será exportada pela Globo - Divulgação/TV Globo

Domingos Montagner em cena de Velho Chico: novela não será exportada pela Globo

DANIEL CASTRO

Publicado em 29/8/2017 - 6h21

Marcada por crises e pela trágica morte de seu protagonista, Velho Chico não será exportada pela Globo. A novela de 2016 não apareceu entre os lançamentos da emissora em nenhuma das feiras internacionais de TV realizadas neste ano. E também não estará na próxima, a Mipcom, em outubro. No evento na França, a estrela será Rock Story.

Oficialmente, a emissora excluiu Velho Chico de seu catálogo internacional por questões mercadológicas. Em outras palavras, a novela não tem o perfil de telenovela brasileira que emissoras da América Latina, Leste Europeu e Ásia procuram.

É muito raro uma novela da Globo não ser oferecida a emissoras do mundo todo assim que acaba no Brasil. Entre as das 21h, a última que não entrou no catálogo internacional foi Torre de Babel, de 1998. Nesta década, apenas Meu Pedacinho de Chão, novela das seis de 2014, não foi exportada.

Velho Chico e Meu Pedacinho de Chão têm em comum o mesmo autor (Benedito Ruy Barbosa), diretor (Luiz Fernando de Carvalho) e temática rural. No caso de Meu Pedacinho de Chão, pesou na análise dos executivos da Globo a estética e a especificidade _era uma novela que só interessava ao brasileiro.

Fontes ouvidas pelo Notícias da TV também apontam a estética como um problema de Velho Chico. A novela tinha uma maquiagem suja e um figurino um tanto exótico (Afrânio, personagem de Antônio Fagundes, era um coronel nordestino que usava paletós coloridos e peruca). Não apresentava um visual de novela ao qual o comprador de países como Guatemala e Filipinas, por exemplo, está acostumado. E era arrastada, sem graça, chata.

Além disso, seria complicado "vender" ao mercado internacional uma produção que perdeu seu protagonista, Domingos Montagner, a duas semanas do último capítulo. Em 15 de setembro do ano passado, o ator se afogou nas águas do rio São Francisco (que emprestava seu nome à novela), onde estava para gravar suas últimas cenas.

Os bastidores de Velho Chico foram tumultuados do início ao fim. Filha de Benedito Ruy Barbosa, Edmara Barbosa deixou o time de autores um mês depois da estreia. O diretor, Luiz Fernando Carvalho, rejeitou mudanças sugeridas pela direção de teledramaturgia da Globo. Acabou não tendo seu contrato renovado, após mais de duas décadas de casa.

Bastidores tumutuados e correções de rumo, no entanto, não são um fator excludente. Babilônia (2015), a pior audiência das 21h em todos os tempos, foi lançada no exterior como Mujeres Ambiciosas. Até Esperança (2002), em que Walcyr Carrasco teve de substituir Benedito Ruy Barbosa às pressas, fez carreira internacional.

Consultada, a Globo enviou a seguinte declaração: "O que pauta um bom mix de catálogo são critérios estratégicos, que têm a ver com questões artísticas e de negócios; têm a ver com a composição das ofertas, com os mercados, com os formatos, com o timing. Ou seja, essa obra [Velho Chico], assim como outras que não entraram no catálogo agora, pode sim ser lançada futuramente".

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