NO CIDADE ALERTA
REPRODUÇÃO/RECORD
Luiz Bacci reforça pedido de desculpa após divulgar informações erradas no Cidade Alerta de terça-feira (9)
REDAÇÃO
Publicado em 10/6/2020 - 20h24
No Cidade Alerta desta quarta-feira (10), Luiz Bacci reforçou o pedido de desculpas por ter veiculado informações erradas na cobertura de um assassinato na terça (9), o que gerou revolta e um bate-boca ao vivo com os familiares da vítima. Após o telejornal, vídeos com a discussão foram compartilhados nas redes sociais, e o nome do jornalista ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter, com críticas à cobertura.
"A própria polícia recebeu a informação de que um agiota tinha sido morto, mas a forma como foi colocada [no jornal] foi infeliz, e nós corrigimos. Não era agiota, era um suspeito de agiotagem. Inclusive, isso vai ser investigado da mesma maneira, como vão investigar a questão passional. E foi pedido desculpas naquele momento. A própria família queria que estivessemos lá para acompanhar o desdobramento de tudo isso", afirmou Bacci.
Em seguida, o apresentador reforçou que os internautas compartilharam trechos do telejornal e não assistiram à íntegra da cobertura, que ocupou cerca de 40 minutos do programa. A reportagem, no entanto, não pode ser vista sequer no serviço de streaming da Record, o PlayPlus --ela foi retirada do Cidade Alerta de lá.
"Então [o internauta] pega um trecho pequeno dessa história, mas não tem o desenrolar. Não tenho vergonha de pedir desculpas, estamos em um programa ao vivo, temos muitos acertos e muitos erros. Mas os acertos não me fazem tirar o pé do chão, assim como os erros não fazem a gente perder a humildade de pedir desculpas e seguir adiante", complementou.
"De verdade, não compreendo como têm pessoas que acham que a gente não pediria desculpas. Imagina, pedimos desculpas ontem, ao vivo, aqui nesse programa. Para o público que acompanha o Cidade Alerta, em nome da Record, eu renovo esse compromisso de seguir o nosso trabalho. Ver o sofrimento dos outros, realmente, é muito doloroso, mas o sofrimento acontece diariamente", desabafou.
Bacci destacou que a família foi ouvida durante a cobertura e que a polícia segue com as investigações do caso. "Jornalismo ao vivo você trabalha com as informações iniciais, cometemos o deslize de tratar como agiota. Deveria ter sido tratado como suspeito desde o início, conforme foi corrigido imediatamente e assim foi resolvida a situação", disse.
"Às vezes, [a internet] pega um trecho do programa, mas não vê toda a história, o contexto do caso. Eu sei que não é por maldade das pessoas, mas a ânsia de notícias, de veiculação rápida nas redes sociais carecem da nossa informação. Quem viu o programa mesmo entendeu a história ainda ontem. Quem viu só pela internet, está entendendo agora o caso", finalizou Bacci.
No Cidade Alerta de terça-feira (9), a repórter Luiza Zanchetta realizou a cobertura ao vivo de um assassinato ocorrido em Santo André, na Grande São Paulo. Logo na chamada da reportagem, Bacci informou que o jornal ouviu relatos de que o motivo do crime seria uma briga com a amante ou por a vítima ser agiota.
Durante o link, quando a repórter falou sobre a suposta profissão da vítima, um rapaz começou a hostilizar a equipe: "Você está falando merda, coisa que não deve. Ele emprestou dinheiro para você?", questionou ele enquanto tentava tapar a câmera.
Em seguida, a repórter começou a entrevistar a filha da vítima que, enquanto chorava pela morte do pai, criticou a cobertura do jornalístico: "Perdi meu pai hoje e não estou vendo um pingo de respeito aqui, vocês falando que ele é agiota, gente! Como assim? Qual é essa informação? Da onde vocês tiraram isso, por favor? Eu acho que vocês têm que ter um pingo de consideração".
Bacci pediu para a repórter explicar a origem da informação sobre o trabalho da vítima. "A polícia não confirma essa informação, Bacci. Mas eu conversei com vizinhos que conhecem bem o Josenildo", disse Luiza, que logo foi interrompida pela filha da vítima por ter errado o nome dele.
"Nem o nome vocês estão passando direito, gente! Como vocês vão passar a profissão do meu pai? Meu pai tinha casa de aluguel e o nome dele é Josivaldo", afirmou ela. A repórter pediu desculpas pelo erro e seguiu com a informação que a vítima era agiota, rebatida novamente pela filha: "Vocês não podem afirmar uma coisa. De repente, vocês vêm com suposições de vizinho? Achei que o Jornalismo da Record era mais responsável".
O apresentador interrompeu a fala da filha para defender sua equipe, mas ela seguiu com o desabafo aos prantos: "Mas acho que há um pingo de respeito que tem que ter, estou sentindo uma dor aqui, cara, não sei se você tem o seu pai ou não. Mas tiraram a vida do meu pai, gente! E vocês vêm falar essas merdas".
Minutos depois, o homem que tentou impedir o trabalho da repórter pediu desculpas para ela, mas afirmou que gostaria que Bacci também fizesse o mesmo por ter ameaçado registrar um boletim de ocorrência contra ele. No entanto, o apresentador ressaltou que não voltaria atrás e a repórter explicou que eles tinham imagens da agressão, quando o rapaz tentou impedir a filmagem e hostilizou a equipe.
Depois, a irmã do rapaz entrou no programa para reforçar as desculpas feitas por ele. Durante a conversa, o apresentador pediu desculpas por ter afirmado que a vítima do assassinato era agiota sem provas.
"Eu peço desculpas pela abordagem como agiota, nós vamos tratar como suspeito, como deve ser realmente, porque até que a polícia e a Justiça concluam se é agiota ou não existe uma distância. Se fosse outro repórter mais esquentado, levaria isso para a frente, para a polícia, iria dar a maior dor de cabeça, e eu sei que é um homem que, só de ter reconhecido o erro parece ser um cara gente boa, um cara da paz”, disse Bacci.
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