Última aparição
Alex Carvalho/TV Globo
José Wilker em Amor à Vida, sua última novela; ator morreu neste sábado (5) no Rio de Janeiro
REDAÇÃO
Publicado em 5/4/2014 - 11h15
Em sua última aparição na TV, no Vídeo Show de quarta-feira (2), José Wilker revelou que acreditava no fracasso de Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), maior bilheteria da história antes da retomada do cinema nacional, com mais de 10 milhões de espectadores. O ator, que protagonizou o filme com Mauro Mendonça e Sônia Braga, morreu na manhã deste sábado (5), vítima de infarto fulminante em sua casa, no Rio de Janeiro.
"Eu tinha certeza que Dona Flor [e Seus Dois Maridos] seria um fracasso. Eu dizia para mim assim: 'Um filme erótico e espírita não pode dar certo', porque é a história de um sujeito morto que volta para atazanar a vida sexual da viúva. Erótico e espírita não podia dar certo. A gente fez o filme, se divertiu muito, brincou, mas tinha certeza de que o filme iria passar em brancas nuvens", afirmou o ator no Vídeo Show.
Wilker não estava de todo errado. O filme foi um sucesso, mas uma minissérie de 20 capítulos na Globo, 22 anos depois (em 1998), não empolgou.
No Vídeo Show, José Wilker lembrou com saudade da novela Roque Santeiro (1985). A trama marcou um período em que o Brasil "descobriu a alegria de novo", segundo o ator, que revelou no programa o real motivo da censura à novela, em 1975, quando foi proibida de ir ao ar.
"Eu estava no teatro onde a peça que deu origem a Roque Santeiro foi proibida. Supostamente, foi por motivos políticos, mas a verdade é que foi por uma fofoca. O Dias [Gomes] ligou para um amigo e falou: 'Olha, os caras proibiram a peça, mas agora eu mudei a peça de nome, mudei o cargo do Roque Santeiro, e eu quero ver eles proibirem. Só que o telefonema foi grampeado, mas [a Censura Federal] não podia divulgar porque na época era proibido fazer isso", contou.
Vida e carreira
José Wilker de Almeida nasceu em 20 de agosto de 1946, em Juazeiro do Norte, no Ceará. Começou a carreira artística aos 13 anos, como figurante no teleteatro da TV Rádio Clube, do Recife. Trabalhou como ator no Movimento Popular de Cultura do Partido Comunista e foi perseguido pela Ditadura Militar. Em 1967, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Sociologia, mas abandonou a faculdade para se dedicar ao teatro.
Sua estreia nas novelas aconteceu em Bandeira 2 (1971), de Dias Gomes. Depois, vieram mais 35 novelas, entre papéis principais e participações especiais. Protagonizou uma das principais novelas da história da TV brasileira, Roque Santeiro (1985), de Dias Gomes e Aguinaldo Silva. Sua última atuação no gênero foi como o médico Herbert, em Amor à Vida (2013), de Walcyr Carrasco.
Como diretor, José Wilker foi responsável pelas novelas Louco Amor (1983), de Gilberto Braga, e Transas e Caretas (1984), de Lauro César Muniz. Também dirigiu episódios do humorístico Sai de Baixo (1996).
No cinema, Wilker atuou em 70 produções. Além de Vadinho, um dos parceiros de Sônia Braga em Dona Flor e Seus Dois Maridos, estrelou Bye Bye Brasil (1979), outro ícone do cinema nacional, dirigido por Cacá Diegues. Estreou como diretor no filme Giovanni Improtta (2013), em que interpreta seu famoso persnagem na novela Senhora do Destino (2004), de Aguinaldo Silva. Entre 2003 e 2008, foi diretor-presidente da Riofilme, distribuidora de filmes do Rio de Janeiro.
Como crítico de cinema, desde 2005 comentava a cerimônia do Oscar na Globo, a última em 2013. Antes, participava da transmissão na TV paga.
José Wilker deixa três filhas: Mariana, de seu relacionamento com a atriz Renée de Vielmond, Isabel, com a atriz Mônica Torres, e Madá, com a jornalista Cláudia Montenegro.
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