Irmã de João Rebello nega envolvimento do ator com crime: 'Falta de respeito'

Irmã de João Rebello, Maria Carol Rebello pediu respeito pelo ex-ator mirim, morto a tiros em Trancoso, na Bahia. Ela negou que ele tivesse qualquer tipo de envolvimento com o crime organizado. Em entrevista ao Encontro, a atriz afirmou que tem lido coisas cruéis sobre o DJ nas redes sociais. "As pessoas estão falando de alguém que elas não conhecem", lamentou.

Em conversa com Patrícia Poeta nesta segunda (28), a sobrinha do diretor Jorge Fernando (1955-2019) afirmou que, após o assassinato do irmão, pôde entender pela primeira vez a sensação de ser atacada na internet.

"A gente faz arte porque a gente ama, porque a gente tem algo a dizer, porque a gente quer transformar o mundo, transformar o olhar das pessoas. E não pela fama", iniciou ela.

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"Eu não tenho muitos seguidores, meu irmão tinha muito menos. A gente não tem essa dinâmica com rede social, publicidade e fama. A gente tem uma relação com a arte. Pela primeira vez, eu pude entender mais ou menos o que os artistas de hoje em dia, essa juventude que trabalha com internet, o que eles passam e como eles se adoecem", continuou.

"A partir de tudo o que as pessoas falam sem saber, o que as pessoas escrevem, o que as pessoas emanam de negatividade atrás de uma tela", lamentou a atriz. "Eu sei disso, mas não tinha noção de como isso fere quem está do outro lado. É uma falta de respeito, falta de educação, falta de empatia, falta de conhecimento, de sabedoria", acrescentou.

"As pessoas estão falando de alguém que elas não conhecem, que elas não sabem. De algo que elas não têm a menor noção. Ninguém sabe o que está acontecendo em Trancoso, Porto Seguro, Caraíba… As pessoas falam sem saber. Totalmente numa ignorância do conhecimento", reclamou.

Nas redes sociais, surgiram muitas especulações sobre a morte de Rebello, e ela teve que fazer um apelo para que as fake news não fossem em frente. "Eu fiz um post pedindo que as pessoas respeitassem, e não falassem o que elas não sabem. Sabendo que, provavelmente, [publiquei] em vão. Com certeza são pessoas que, de alguma forma, têm um lado muito sombrio aí, e não têm a menor escuta. Além de tudo, tem que lidar com isso", queixou-se.

Luto

Maria Carol contou que ficou sabendo da morte do irmão por meio de uma mensagem da cunhada, e que tenta dar um sentido espiritual para tudo o que aconteceu com ele. "Além da arte, a gente é de uma família de criação espírita. A gente cresceu dentro de um terreiro de umbanda, somos herdeiros de muita luz, de muita espiritualidade", afirmou.

"Meu irmão era um homem que trabalhava isso, ele buscava isso. Ele tava nesse caminho, nesse processo de crescimento espiritual, de busca, de se conhecer. A única coisa que conforta o meu coração na morte, em como meu irmão morreu, é tentar entender que estava no processo dele espiritual", declarou.

"Por que tem que ser dessa forma? É o que a gente se pergunta, e eu só penso isso: que era parte de todo o processo espiritual que o meu irmão tem, ele está fazendo, ele só pregava o bem. A preocupação do meu irmão era mostrar pras pessoas, que elas conseguissem olhar o mundo da forma como ele olhava", pontuou.

"Meu irmão era querido por todo mundo. Não existe uma faísca de um motivo de qualquer coisa que justifique o que fizeram com ele. Tenho certeza que ele tava… Eu não posso nem falar assim, no lugar errado e na hora errada, porque eu acredito realmente que faz parte do processo espiritual do meu irmão. Porque se eu não acreditar nisso, eu não sei. Eu acho que não consigo seguir mais", concluiu.