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NO SP1

Globo é criticada por mostrar enterros de mortos por coronavírus: 'Criança vendo'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O apresentador César Tralli durante a exibição de enterros de vítimas do coronavírus no jornal SP1 desta segunda-feira (30), na Globo

César Tralli exibiu o enterro de vítimas do coronavírus no SP1 desta segunda (30); Globo recebeu críticas

REDAÇÃO

Publicado em 30/3/2020 - 13h00
Atualizado em 30/3/2020 - 13h26

A Globo foi criticada nas redes sociais, no início da tarde desta segunda-feira (30), por exibir imagens de enterros de vítimas do novo coronavírus no Cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo. Internautas consideraram as cenas fortes e inapropriadas para o horário do SP1, apresentado por César Tralli. "Tem criança vendo", reclamou um telespectador identificado como Marco Aurélio no Twitter.

Diretamente do helicóptero Globocop, a repórter Zelda Mello entrou ao vivo e mostrou imagens de profissionais do serviço funerário, vestindo trajes especiais de proteção, enterrando caixões em uma fileira extensa de covas. 

"As imagens que nós vamos mostrar são fortes", avisou a jornalista. "Em dez minutos que nós estamos aqui, já presenciamos dois [enterros] em que os coveiros estão com essas roupas especiais. Você pode ver que eles estão com roupas protetoras, capuz, luvas e máscaras. São poucas pessoas participando dos enterros e se despedindo. O que se soma ainda a dor da perda, muitas delas usando máscaras", narrou Zelda.

"É uma cena realmente muito complicada de ser mostrada, complicada de ser vista. Não dá nem para imaginar o que os parentes dessas pessoas devem sentir", continuou a jornalista.

Na sequência, a repórter explicou as orientações da prefeitura para que as famílias das vítimas da pandemia evitem a cerimônia de despedida e que os caixões devem ser fechados. "Mas, caso a família opte pelo velório, ele deve ser limitado a dez pessoas por sala e durar no máximo uns dez minutos", concluiu Mello.

reprodução/tv globo

SP1 exibiu ao vivo o enterro de vítimas da Covid-19 no Cemitério Vila Formosa, em São Paulo

No estúdio, César Tralli demonstrou desconforto com as imagens e ficou com a voz um pouco embargada, sem olhar para as câmeras. "É, Zelda, a imagem já diz tudo, né? A gente está aqui, mobilizados, exatamente por isso. Para que a gente tente minimizar ao máximo o impacto dessa epidemia, para que a gente alivie o sofrimento de todas essas família, para que a gente previna mais mortes", comentou o titular do jornal.

"E em um momento desses em que as famílias não podem nem se reunir, os amigos não podem se abraçar, não podem estar juntos, pegue o telefone, usa o WhatsApp, manda oração, conversa, liga, telefona, presta solidariedade, se coloca a disposição de alguma forma", sugeriu o apresentador. 

"A gente não pode estar fisicamente junto, mas a gente pode estar no pensamento, no coração, no sentimento e no simples desejo de querer ajudar. Isso já é fundamental e já é um alívio", finalizou o âncora. 

Nas redes sociais, os telespectadores desaprovaram a exibição do enterro ao vivo durante o dia. "Não precisava filmar o enterro de corpos, né! Tem crianças vendo o jornal", reclamou Marco Aurélio. "Gente, que horror a Globo mostrando enterro ao vivo no jornal local. Achei pesado", escreveu Marlon Guimarães. 

Confira as reações no Twitter: 

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