SEM TOLERÂNCIA
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Mikael Fox, ex-repórter cinematográfico da Globo: acusado de assédio e demitido da emissora
GABRIEL VAQUER, colunista
Publicado em 19/7/2021 - 13h11
Atualizado em 19/7/2021 - 14h13
A Globo demitiu na última sexta-feira (16) o cinegrafista Mikael Fox, que estava na emissora havia 15 anos. Ele fazia parte da equipe de cobertura esportiva do Grupo Globo e estava no Japão para trabalhar durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. Fox foi chamado de volta ao Brasil após duas produtoras o acusarem e provarem internamente que foram vítimas de assédio praticado por ele.
A Globo não comentou o caso especificamente, mas confirmou a demissão. "Por decisão da Globo, que não foi tomada por nenhum profissional do time que está em Tóquio, o repórter cinematográfico Mikael Fox não faz mais parte do time de Esporte da empresa", disse a emissora em nota (leia abaixo).
A informação foi publicada inicialmente pela Veja Rio nesta segunda (19). As produtoras seguem em Tóquio para a cobertura da Olimpíada, que começa oficialmente na sexta (23).
A reportagem apurou que o fato ocorreu durante uma festa com 12 pessoas no hotel onde profissionais da Globo cumpriam isolamento para realizar a cobertura do evento esportivo. A festa acontecia inicialmente nos corredores do quartos.
Todos os presentes eram funcionários da emissora e comemoravam o aniversário de outro cinegrafista. Pelo protocolo adotado pela Globo, o encontro poderia acontecer. Do 4º ao 14º dia, os profissionais podiam ir às arenas, usar áreas comuns e frequentar os quartos uns dos outros.
Após a confraternização nos corredores, todos foram para o quarto de uma das pessoas que estavam na festa. Foi nesse momento em que Mikael Fox cometeu o assédio contra as duas mulheres.
No dia seguinte, as produtoras levaram o caso para a chefia que estava em Tóquio. Após a confirmação de colegas participantes da festa, o caso foi repassado para o comando do Esporte da Globo, no Rio de Janeiro, que determinou o retorno de Mikael Fox para o Brasil imediatamente.
O cinegrafista chegou ao Brasil na quinta (15). No dia seguinte, a Globo comunicou sua demissão. Mikael Fox estava na Globo desde 2006 e já fez coberturas de eventos como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo.
Procurada, a Globo confirmou a demissão de Mikael Fox, mas sem entrar em detalhes sobre o que ocorreu. A emissora alega que não comenta casos internos. A Globo também disse que não tolera assédio e que tem apurado denúncias do tipo com critério.
"Por decisão da Globo, que não foi tomada por nenhum profissional do time que está em Tóquio, o repórter cinematográfico Mikael Fox não faz mais parte do time de Esporte da empresa. Sobre os questionamentos de compliance, a Globo não comenta assuntos de Ouvidoria, mas reafirma que todo relato de assédio, moral ou sexual, é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento. A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes", diz nota oficial. A coluna tentou entrar em contato com Mikael Fox através de seu Instagram, mas ainda não obteve resposta.
É o segundo caso grave de assédio que vem à tona no Esporte da Globo. No início deste mês, o Notícias da TV revelou com exclusividade que a Globo foi processada por denúncias de assédio praticado pelo ex-comentarista Carlos Cereto, que foi chefe de Redação em São Paulo. A emissora foi condenada em primeira instância pelos fatos que teriam ocorrido entre 2012 e 2015.
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