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Tânia Oliveira

Ex-panicat revela que ganhava R$ 100 e recebia 'propostas indecentes'

Deividi Correa/Agnews

Tânia Oliveira no desfile da escola Dragões da Real no Carnaval de São Paulo deste ano - Deividi Correa/Agnews

Tânia Oliveira no desfile da escola Dragões da Real no Carnaval de São Paulo deste ano

FERNANDA LOPES

Publicado em 13/11/2017 - 5h23

Uma das assistentes de palco mais marcantes do Pânico, Tânia Oliveira, 38 anos, revela que comia o pão que o diabo amassou no auge do humorístico, entre 2005 e 2008. A ex-panicat, que acaba de se curar de um câncer na tireoide, ganhava um cachê simbólico de apenas R$ 100 na atração. E ainda tinha de aturar propostas indecentes.

"Todo o tempo em que eu fiquei no Pânico tinha um cachê de R$ 100 por gravação externa e pela participação no programa ao vivo. Não existia salário, não sei como é atualmente, mas foram quatro anos recebendo isso. Não dava para pagar minha faculdade, era bem complicado", conta.

Tânia chegou a pedir para membros da produção do Pânico barrarem as investidas masculinas. "Infelizmente, tem os caras babacas, que acham que porque você trabalhou de biquíni na TV vai topar qualquer proposta. Chegou muita coisa absurda", lembra.

A ex-panicat também ficou incomodada com críticas a seu corpo vindas de colegas de trabalho. "Pediram para ficar mais bombada. Isso é uma coisa que eu sou contra, sei o que um anabolizante pode trazer de problema. Teve uma pessoa do programa que me pediu isso, falei que não concordava. Foi nessa fase em que entraram as meninas mais fitness, quando eu já estava querendo sair", diz.

Reprodução/RedeTV! 

Tânia e Dani Souza, ex-Mulher Samambaia do Pânico

Ainda assim, Tânia considera que o programa foi uma ótima experiência. Na época dela, as panicats não eram tão "exploradas" quanto nos últimos anos _no quadro atual Largadas e Peladas, por exemplo, as assistentes de palco têm que andar nuas e carregar animais como polvos e rãs pela boca.

A ex-panicat afirma que os trajes que usava eram até "maiores" e que teve oportunidades como apresentadora e repórter quando Sabrina Sato precisava ser substituída. "Acredito que foi muito mais legal e vantajoso do que prejudicial, no sentido de enfrentar preconceito por ser panicat. Me deram a oportunidade de vencer a timidez que eu tinha, era um desafio."

Superação
Modelo, Tânia começou na TV como assistente do programa Ed Banana (2002), na Record, e em 2004 passou em concurso para atuar na novela Metamorphoses, na mesma emissora. No ano seguinte, entrou no Pânico para fazer uma participação especial nas edições de verão e acabou ficando.

Durante os quatro anos no humorístico, estudou e se formou em educação física. A faculdade e o carro de Tânia foram pagos com o cachê do ensaio que ela fez para a Playboy, em 2006. "Também guardei uma parte do dinheiro. Rendeu frutos bacanas. É uma exposição muito grande para você fazer por um cachê baixo", comenta.

Quando terminou a faculdade, ela decidiu sair do Pânico e fazer outros trabalhos. Chegou a ser apresentadora do Interligado Games e repórter do TV Fama, na RedeTV!. Nos últimos anos, virou musa fitness no Instagram.

Em dezembro de 2016, no entanto, Tânia teve um baque: descobriu um câncer na tireoide. Foi até chamada de "negligente" por seu médico por escolher adiar a cirurgia só para abril deste ano, para não passar o Carnaval de repouso. Tânia é madrinha da escola de samba Dragões da Real, de São Paulo, e rainha da União da Ilha, do Rio de Janeiro.

reprodução/YouTube

Tânia em vídeo do canal da amiga e ex-BBB Cacau Colucci, em que falou sobre câncer

"É um choque quando você recebe o diagnóstico, mas a doença pra mim foi um divisor de águas, passei a valorizar muito mais outras coisas da vida. Foi ótimo. Minhas amigas brigam comigo [quando digo isso], 'Credo, você fala que foi ótimo ter tido um câncer'. Falo, passei a enxergar a vida com outros olhos. Sou outra pessoa depois do câncer, aprendi muito", afirma. 

A ex-panicat não precisou de quimioterapia, mas faz acompanhamento psicológico e com um endocrinologista porque ficou "bagunçada" por todo o processo para se curar da doença. Livre do câncer, ela passou a se dedicar seriamente à educação física. Abriu há duas semanas seu próprio estúdio de treinamento funcional.

"Estou gostando muito de ser empresária fitness agora. Meus planos são de aumentar isso, fazer com que seja uma rede, de repente abrir franquias. Quero criar uma rede de estúdios de treinamento funcional com preço acessível, para que as pessoas possam ter acesso aos exercícios", sonha. 

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