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CORREÇÃO

Erramos: Record não demitiu autores que se recusaram a virar evangélicos

REPRODUÇÃO/RECORD

Cristiane Cardoso na apresentação do programa The Love School

Cristiane Cardoso na apresentação do programa The Love School, da Record, do último sábado (28)

REDAÇÃO

Publicado em 31/10/2023 - 18h26

O Notícias da TV errou ao noticiar no dia 31 de maio que a Record havia demitido cinco autores de novelas bíblicas que teriam se recusado a virar evangélicos. O texto citava Cristianne Fridman, Emílio Boechat, Joaquim Assis, Camillo Pelegrini e Paula Richard, mas somente os dois últimos estão acusando a emissora de tê-los dispensados por motivos religiosos.

O texto foi baseado em ação movida por Paula Richard, que reclama na Justiça por direitos trabalhistas e pede indenização por preconceito religioso, no total de R$ 5,6 milhões.

Para defender sua tese de intolerância religiosa, ela anexou no processo falas de colegas de emissora, entre elas uma crítica de Emílio Boechat, publicada em rede social em 2021. Na época, Cristiane Cardoso e a Igreja Universal passaram a comandar formalmente a produção de novelas da Record.

"O que esperar de uma emissora que entregou a dramaturgia nas mãos de amadores cujo compromisso é apenas divulgar os dogmas de uma igreja específica? Tenho pena dos atores e demais profissionais que se submetem a essa humilhação porque precisam do dinheiro", afirmou Boechat, um dos roteiristas de Os Dez Mandamentos (2015).

Logo após a publicação do texto do Notícias da TV, no entanto, Boechat negou ter sido demitido por ter se recusado a seguir os mandamentos da igreja liderada por Edir Macedo, dono da Record:

Nunca me senti coagido a me converter à religião A ou B. Eu saí da emissora por vontade própria. Pedi a rescisão amigável do meu contrato, no que fui prontamente atendido, e deixei a novela Gênesis (onde meu nome nem aparecia nos créditos por pedido meu)."

No post, Boechat explicou a crítica que fizera à Record em 2021: "Dizia respeito aos novos rumos artísticos, que eu lamentava, pois durante quase duas décadas a Record tinha aberto um importante mercado de trabalho para inúmeros profissionais com produtos de qualidade."

Cristianne Fridman também isentou a Record de tê-la forçado a se converter. "Nunca fui convidada a participar da Igreja Universal do Reino de Deus", declarou no início de junho.

Demitido após post sobre religião afro

Camillo Pelegrini, contudo, confirma as acusações de Paula Richard. Ele também está processando a Record. Um dos autores de Gênesis (2021), afirma que foi demitido em 2021 após ter feito uma publicação nas redes sociais divulgando um curso sobre religiões com matriz africana ministrado por um amigo.

"Em seu lugar entrou Raphaela Castro, amiga íntima de Cristiane Cardoso e evangélica alinhada aos preceitos da Igreja Universal", diz a ação. "É notório o interesse de a reclamada [Record] manter em seu quadro de funcionários apenas profissionais ligados à religião protestante, e o reclamante foi dispensado porque não se converteu à religião evangélica", sustenta a inicial da ação de Pellegrino.

Autora de Jesus (2018-19) e O Rico e o Lázaro (2017), Paula Richard diz em sua ação que sempre respeitou as mais diversas crenças e que tentou fazer novelas religiosas sem um enfoque direto para uma igreja específica, mas que era impedida.

Paula afirma que sempre teve uma boa relação com membros da Igreja Universal, com exceção de Cristiane Cardoso. Para a autora, a filha de Macedo sempre quis ter escritores alinhados com a Universal para escrever as tramas bíblicas da Record.

'A Record não tem religião'

Após a publicação do texto do Notícias da TV, a Record emitiu a seguinte nota: "A Record TV vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação a acusação sofrida hoje."

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