The Voice Brasil
João Miguel Jr./TV Globo
Elenco do The Voice: Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Tiago Leifert, Michel Teló e Lulu Santos
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 1/10/2015 - 6h23
A Globo estreia nesta quinta-feira (1º) a quarta temporada do The Voice Brasil. O programa começa com edições gravadas, trazendo as audições às cegas, em que os técnicos escolhem os candidatos de seus times sem vê-los. Em entrevista exclusiva ao Notícias da TV, Lulu Santos, responsável pela dupla que venceu em 2014, Danilo Reis e Rafael, revela que o mais difícil de sua missão é passar de parceiro a "juiz" dos competidores, de "acolhedor" a "fio da navalha".
O The Voice Brasil traz um novo técnico, Michel Teló, na cadeira que era do sertanejo Daniel. Neste ano, a direção do programa também promete ter regras mais rígidas, mantidas em segredo para surpreender o público. Depois da fase das batalhas, a competição terá a "Rodada de Fogo", novidade para acirrar a disputa e tornar o programa mais tenso.
A essa altura, todos os técnicos estarão com sete cantores em suas equipes e vão escolher, ao vivo, três participantes para avançar diretamente para a próxima fase, a dos shows ao vivo.
Em uma entrevista exclusiva, Lulu Santos afirma que nem ele nem seus colegas antipatizam com qualquer gênero musical. O cantor diz que busca uma voz rara nesta nova temporada e ainda dá uma dica para quem quer ficar até o final do programa: "Saber se reinventar na competição".
Notícias da TV - Você simpatiza ou antipatiza com candidatos pelo gênero musical que eles escolhem?
Lulu Santos - Não antipatizo com ninguém. Os meninos que ganharam no ano passado eram artistas de sertanejo mais tradicionalista. Era evidente que para os artistas dessa natureza o Daniel era a escolha certa. O artista vê ali uma representação dele e busca aquilo como um caminho mais fácil. Quando o Daniel dispensou esses dois meninos no meio do caminho, eu os peguei. A primeira música que eles cantaram na minha administração foi Planeta Água, do Guilherme Arantes. Em seguida, eles cantaram Skank e Nando Reis, intermediando com números tradicionais de sertanejo porque eles faziam suas escolhas também. Eles se reinventaram.
Notícias da TV - Então, o segredo é se reinventar durante a competição?
Lulu - Acho que o candidato precisa aproveitar para se reinventar na competição, sim. Eu exemplifico isso com a Deena Love [candidata drag queen da temporada de 2014] porque ela era assustadora até a terceira apresentação, quando ela veio fazer no The Voice o que ela fazia no cabaré. Faltou a inteligência de ela se reinventar no contexto da disputa.
Notícias da TV - Você se assiste no programa, busca vídeos na internet?
Lulu - Na fase das edições gravadas, eu vejo em casa. É bom a gente saber como está a nossa performance. A gente fica uma hora e meia no ar sem texto. Todo mundo conhece as nossas opiniões ali. É isso, você está exposto e a ideia do reality é essa, ser exposto.
Notícias da TV - E você gosta dessa exposição?
Lulu - Gosto, aprendi a lidar. Tem muita coisa que você tem de aprender a lidar, sobretudo com a reação imediata do público pelas redes sociais sobre as nossas escolhas. O mais difícil ainda é lidar com a história do sonho partido, do candidato que você tem de dispensar.
Isabella Ribeiro/tv globo
Claudia Leitte com Lulu Santos em ensaio da nova temporada do The Voice Brasil
Notícias da TV - Ser o “juiz”, então, é o pior da função de técnico do The Voice Brasil?
Lulu - Quem chegou na etapa das batalhas ruim não é. Às vezes, eles dão um mau passo, ou o cara passou mal naquele dia, ou não estava tão focado ou teve mesmo um nervosismo fora do normal. E você ali tem de fazer o papel de juiz. Tem uma particularidade nesse trabalho. Primeiro, você é o parceiro, chama para o seu time. É técnico e aconselhador. No segundo passo, você já é eliminador. Você passa do nutridor para ser o fio da navalha. Depois, isso passa para o público, o que nos clarifica e ajuda muito. Você vai num papel até um determinado momento. Você tem de ser mutante como o programa é.
Notícias da TV - Decidir por não ficar com a Nonô Lellis, como foi no ano passado, ou outro candidato talentoso, tira o seu sono?
Lulu - A função de julgador, de juiz, é muito difícil, já perdi muita noite de sono por causa disso. Isso te deixa tomado por essa coisa da justiça. Levar em consideração o que que é talento ou o que está acontecendo ali na hora é uma situação complexa.
Notícias da TV - Isso acrescenta algo à sua vida?
Lulu - Acrescenta porque me obriga a me exercitar como ser humano. Você não está ali de personagem, você pode até tentar ser um personagem no programa, mas no final isso não surte efeito.
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