De olho na política, Luciano Huck saúda de general bolsonarista a base de Lula

Embora tenha adiado seu plano de se lançar candidato à presidência do Brasil, Luciano Huck não se ausentou do debate político. Mas, neste domingo (5), ele fez um aceno tanto à direita quanto à esquerda no Domingão. No momento do programa em que deseja parabéns aos aniversariantes da semana, ele citou um ex-assessor de Jair Bolsonaro e integrantes da base de Luiz Inácio Lula da Silva.

O apresentador estava agradecendo a presença do grupo Soweto no palco do dominical da Globo quando se dirigiu ao seu púlpito e pegou a ficha com os "homenageados" da semana. "Queria aproveitar e mandar um feliz aniversário pro meu filho, que fez aniversário na sexta-feira. Benício Huck, parabéns, Beni", começou o comunicador.

Depois de valorizar o próprio filho, Huck citou outros nomes --inclusive o de Luciana Gimenez, contratada da RedeTV!. Mas, na lista de aniversariantes, chamou a atenção a presença de políticos que ocupam posições bem distintas no espectro ideológico.

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O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo Lula no Congresso, foi o primeiro político a ser lembrado --ele completa 50 anos na segunda (6). Luciano Huck também citou o vice-presidente Geraldo Alckmin, que faz 70 anos na terça (7).

Do outro lado, desejou "muita saúde e um feliz aniversário" para o general Eduardo Villas Bôas, que foi assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro entre 2019 e junho de 2022.

Luciano Huck quer ser presidente?

O apresentador do Domingão nunca escondeu sua vontade de se envolver na liderança política do Brasil. Em 2022, ele desistiu da carreira política ao ser pressionado pela Globo a assumir o principal programa de entretenimento da TV brasileira após a saída de Fausto Silva da emissora. Mas Huck não descartou completamente a possibilidade de mudar de área.

Em entrevista ao Podpah em junho, Huck afirmou que ainda se mantém no debate e levanta questões sobre desigualdade social no Brasil constantemente. Questionado se pretende se candidatar ao cargo de presidente nas eleições de 2026, o apresentador confirmou nas entrelinhas que não deixou de lado seu desejo.

"Eu não tenho medo disso, não, do fundo do meu coração, mas eu não tenho essa vaidade. Não tenho essa vaidade. Todo mundo que quis na vida, nunca foi. Isso é destino. Então, o que eu sei é que não saí do debate. A fumaça não volta para dentro da garrafa, entendeu?", explicou.

"Eu quero, quando a gente sentar aqui de novo, daqui a 20 anos, que a gente viva num país mais justo. Então, eu acho que a gente tem que formar novas liderança, debater as ideias que, de fato, resolvam o nosso problema", disse.

Luciano Huck analisou que a divisão criada no país entre defensores de Lula e de Bolsonaro fez com que a intolerância se disseminasse. "Antes desse país dividido e polarizado, por pensar diferente, você não era inimigo. Hoje em dia, quem vai me criticar é o cara que não vota no cara que eu votei."

"Beleza a gente debater porque, se a gente deixar a coisa dividida, vai ser sempre um lado ou outro, a gente não vai trocar ideia. A gente perdeu a capacidade de ouvir. A internet dá voz para todos os idiotas possíveis. A gente tem que voltar a ter a capacidade de dialogar, de ouvir, de despressurizar o sistema do ódio, a aprender o ouvir, a voltar a discordar", pontuou ele.