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NO HISTORY

De canibalismo a autoflagelo: Documentário revela extremos da fé

Fotos: Divulgação/History

Homens pintados de branco celebram em multidão, um deles segura um instrumento de sopro que parece uma cobra

Homens pintados durante celebração do hinduísmo mostrada na série À Procura de Deus

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 2/4/2021 - 7h07

Enquanto cristãos do mundo todo se preparam para celebrar a ressurreição de Jesus neste domingo (4), adeptos de outras religiões encontram outras maneiras de expressar sua crença. A série documental À Procura de Deus, que tem pré-estreia nesta sexta (2), mostra como fiéis podem chegar a extremos na busca por uma força maior.

"Eu não quero assustar ninguém, mas em algumas seitas dentro do hinduísmo, se comem os cadáveres do rio Ganges. São práticas xamânicas, obviamente muito fortes e intensas", explica o cineasta Jorge Said, responsável pela produção do History, ao Notícias da TV.

"Também no xiismo [braço do islamismo] há práticas muito duras para vermos. As pessoas se golpeiam com correntes até que fiquem, mais do que ensanguentados, completamente feridos", lista o diretor quando questionado sobre as coisas mais chocantes que presenciou em sua viagem pelo mundo.

No documentário, Said aborda as maiores religiões do planeta e ressalta tanto como elas se diferenciam umas das outras quanto, no fundo, são mais parecidas do que muitos fiéis gostariam de admitir.

"Quando eu estava na área de montanhas da China, me convidaram para entrar em uma moradia muito pobre, e lá tinha um pequeno santuário budista, taoísta e xamânico. Eu me senti muito cômodo. Venho de uma tradição cristã, e percebi que o budismo aceita muito bem o cristianismo. Notei algo ecumênico nas igrejas cristãs de Jerusalém também", filosofa Said.

Fé cristã também é abordada na série

Said ainda ressalta que, apesar de ter se chocado ao ver os xiitas agredindo a si mesmos durante um ritual, vê eventos similares no cristianismo, por exemplo. "No México e nas Filipinas, temos os ritos de crucificação. Muito da religião tem a ver com essa autoflagelação", aponta.

O cineasta por trás de À Procura da Fé ainda aponta que, embora algumas pessoas se utilizem de suas crenças para iniciar guerras e matar, a religião em sua essência é maior do que isso.

"O que mais me impactou foi a aceitação que tive no interior das comunidades religiosas. Em Israel, as comunidades judias me abraçaram e pude viver em uma das quatro cidades sagradas do judaísmo, no norte. Achei que não seria aceito por causa do meu sobrenome [Said é um nome árabe, ligado ao islamismo], eu tive muito temor. Pensei que poderia ter algum tipo de conflito, mas nada ocorreu. Tampouco com o hinduísmo", lembra.

"Para mim, foi algo muito precioso, muito bonito. Ali se abriram muitas fronteiras. Acho que foi por isso que me impactou tanto [mais do que os rituais chocantes de canibalismo e flagelação]. Perceber que é possível cruzar todas as portas", discursa.

"É muito importante hoje em dia falar da unidade, da tolerância, e assim unir todos os movimentos espirituais. Porque, na realidade, isso é o que mais nos une", finaliza.

À Procura de Deus terá estreia especial no History nesta sexta (2), às 20h40, com dois episódios inéditos. A série será apresentada na íntegra no History2 a partir deste sábado (3), às 20h20. Confira o comercial da estreia:


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