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SEM SEXISMO

Comitê proíbe close em bumbum de mulheres nos Jogos Olímpicos de Paris

REPRODUÇÃO/YOUTUBE

Ana Patrícia e Duda recuperam o fôlego com as mãos no joelho

Ana Patrícia e Duda no jogo entre Brasil e Egito deste domingo (28) na Olimpíada de Paris

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 29/7/2024 - 11h51

O Serviço Olímpico de Transmissão (OBS, na sigla em inglês) atualizou suas diretrizes para evitar sexismo por parte de operadores de câmera e editores de TV. Uma das recomendações diz respeito ao excesso de close em atletas femininas, quando comparado ao uso do enquadramento em atletas masculinos. Esse tipo de tomada costuma focar em partes sexualizadas das mulheres, como as nádegas.

Em esportes cujo uniforme deixam o corpo mais à mostra, como o vôlei de praia e a ginástica, o uso da tomada era comum. Mas a ideia, agora, é tratar todos os atletas (homens e mulheres) da mesma maneira no momento das gravações. 

"Infelizmente, em alguns eventos, elas [mulheres] ainda estão sendo filmadas de uma maneira em que você pode identificar que estereótipos e sexismo permanecem, mesmo pela forma como alguns operadores de câmera estão enquadrando atletas homens e mulheres diferentemente", afirmou Yiannis Exarchos, presidente executivo do OBS.

"Atletas mulheres não estão lá porque são mais atraentes ou sensuais ou o que quer que seja. Elas estão lá porque são atletas de elite", cravou ele. A fala foi reproduzida pelo portal GE.

As diretrizes para operadores de câmera, que foram atualizadas após o primeiro dia de transmissões, reafirmam a necessidade de erradicar "estereótipos e sexismo" ao fornecer cobertura igualitária em todos os eventos olímpicos.

De acordo com Exarchos, o problema se deve principalmente ao "viés inconsciente" dos profissionais envolvidos, que produzem os takes sem pensar em suas implicações.

Um exemplo é nas transmissões do vôlei de praia. Quando a atleta que está na rede sinaliza com os dedos, na altura da lombar, qual jogada a colega no saque deve tentar, o close é imediato --o que não acontece com homens.

Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 têm feito um esforço no combate ao sexismo. A programação contou com mudanças intencionais, de forma a impulsionar o público a acompanhar as competições femininas. Essa edição da Olimpíada também atingiu, pela primeira vez na história, a paridade de gênero entre atletas.

Cem anos atrás, em 1924, quando Paris sediou os Jogos Olímpicos pela última vez, apenas 135 dos quase 3100 atletas eram mulheres, o que representava apenas 4,4% da participação feminina.

Para Marie Sallois, diretora de Desenvolvimento Corporativo e Sustentável do Comitê Olímpico Internacional, os Jogos Olímpicos são "de fato a maior plataforma do mundo para promover a igualdade de gênero no esporte e por meio dele".

O comentarista Bob Ballard, da Eurosport, chegou a ser demitido por um comentário sexista realizado durante a cobertura da Olimpíada. Ele reduziu a equipe de natação australiana, que ganhou a medalha de ouro no revezamento 4x100 m livre feminino no último sábado (27), a um ato visto como tipicamente feminino: o de se maquiar.

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