Terceirização
Divulgação/Record
Gugu Liberato durante entrevista com Walter Mercado no programa exibido ontem
DANIEL CASTRO
Publicado em 25/2/2016 - 6h38
Com medo de novas ações na Justiça, a Record decidiu suspender durante pelo menos três meses o processo em que irá entregar a produção dos programas de Geraldo Luís, Rodrigo Faro, Sabrina Sato e Marcos Mion para Gugu Liberato, visando reduzir custos. A decisão, anunciada em reunião de cúpula pelo bispo Marcus Vinicius Vieira, hoje o principal executivo da emissora, por foi tomada após revés judicial com a terceirização da produção de novelas no RecNov, no Rio.
Na semana passada, a Justiça Trabalhista determinou a recontratação de 600 funcionários demitidos no final de 2015, após o término de Os Dez Mandamentos. O RecNov foi arrendado pela produtora Casablanca, que assumiu a produção de novelas e do programa de Xuxa Meneghel.
No caso de Gugu, trata-se apenas de uma paralisação, não de uma desistência da parceria. A Record já acertou com o apresentador, na renovação de seu contrato, que sua produtora, a GGP, irá assumir a produção dos programas de auditório gravados nos estúdios da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Para tanto, Gugu irá construir um novo estúdio na GGP, em Alphaville (Grande SP), e a Record irá equipá-los em comodato.
Defensor da terceirização, o bispo Marcus Vinicius Vieira vai esperar baixar a poeira do processo contra as demissões no RecNov para então encaminhar a terceirização dos programas com Gugu. Isso quer dizer que demissões serão adiadas, não evitadas.
Em sentença assinada no último dia 16, a juíza Joana de Mattos Colares, da 44ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, determinou que a Record recontrate 600 empregados dispensados no RecNov no final do ano passado e proibiu a emissora de promover novas demissões em massa sem negociação prévia com sindicalistas. A emissora vai recorrer da decisão.
A decisão afeta apenas a terceirização do RecNov, mas pode influenciar a Justiça de São Paulo, teme a Record. A emissora demitiu cerca de 1.000 profissionais em São Paulo durante todo 2015, mas o fez de forma discreta, a conta-gotas, sem caracterizar corte em massa. O sindicato dos radialistas de São Paulo, no entanto, vem combatendo o processo de terceirização, e o Ministério Público do Trabalho (MPT) segue observando o processo de perto. A Record quer evitar agora movimentações que possam gerar vitórias dos sindicalistas e do MPT na Justiça, causando danos ao processo de terceirização dos programas gravados em SP.
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